A artwork desta época é excelente. |
Publicado por: Technos Japan
Director: Hiroyuki Sekimoto
Designer: Hiroyuki Sekimoto
Compositor: Kazunaka Yamane
Plataforma(s): Nintendo Entertainment System, NES Classic Mini, PC Engine, Virtual Console
Lançamento: 22-12-1989 (JP), Janeiro 1990 (EUA), Algures em 1990 (EU) (Versão NES)
Género: Beat 'em up
Modos de jogo: Modo história para um ou dois jogadores
Funcionalidades: Nenhumas
Media: Não se aplica
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o duas vezes, uma em Normal e outra na dificuldade mais elevada para ver o verdadeiro final.
Parte traseira da versão americana. |
Double Dragon é daqueles nomes que hoje em dia caíram no esquecimento e muitos dos chamados "gamers" actuais nem sequer sabem o que é. Mas nos anos 90, Double Dragon gozava de um sucesso sem precedentes muito devido às suas origens nos salões de jogos mas acima de tudo porque existiam N versões para tudo quanto era computador e consola. Ainda que os jogos em si não fossem grande coisa, existindo melhores alternativas, o certo é que todos queriam jogar, fosse que versão fosse. O meu contacto com a saga curiosamente foi com Double Dragon II e não com o original, mais concretamente a versão de PC que tenta ser fiel à versão arcade mas falha miseravelmente no departamento técnico e acima de tudo na jogabilidade pois muito raramente passava do primeiro nível e quando isso acontecia não ia longe no segundo. Mas foi sem dúvida no Game Boy onde passei mais tempo a jogar o original (cuja análise podem ler aqui no blog) e a sua sequela que é um jogo completamente diferente de todos os outros e acima de tudo bem melhor que o original (infelizmente não tenho este para o poder analisar). Mas hoje o que interessa é a versão de NES, presente na NES Classic Mini e embora já a tivesse experimentado via emulação, foi nesta pequena consola que realmente passei mais tempo com o jogo.
Pancada nesta maralha toda! |
Double Dragon II: The Revenge surge assim como a sequela do original que teve um imenso sucesso na NES, ainda que nem sequer fosse possível jogar em co-op (só dava para batalhas versus), algo que a meu ver foi uma falha tremenda mas eles lá sabem porque decidiram que assim fosse. Este sequela coloca-nos novamente na pele dos irmãos Lee, Billy e Jimmy que desta vez têm de vingar a morte de Marian, namorada de Billy. Tivemos tanto trabalho no primeiro para a salvar e chegam uns tipos que dão pelo nome de Shadow Warriors (não, não têm nada a ver com Ninja Gaiden) e limpam-lhe o sarampo. Curiosamente esta versão ignora o plot twist do primeiro jogo (devido à falta do modo co-op) onde Jimmy é o último boss entre outras diferenças que mais à frente citarei.
Este tipo tem problemas... |
Na parte visual existe uma clara evolução do original para este onde temos sprites maiores, mais animações nas personagens e inimigos e cenários com mais detalhe e cor. Ainda assim alguns dos habituais problemas persistem como é o caso de sprite flickering quando há muita coisa em simultâneo no ecrã. A variedade cénica também não varia muito do primeiro jogo para este pois grande parte dos níveis utilizam cenários parecidos onde passamos por fábricas, florestas e até uma espécie de templo oriental. Obviamente existem alguns cenários diferentes para manterem a diversidade visual. A componente sonora embora seja bastante adequada à acção em si não é tão memorável quanto as faixas do original que ainda hoje são inconfundíveis e sem dúvida das melhores daquela época. Neste jogo tempo uma selecção de músicas que funcionam mas não nos deixam saudades. Os efeitos sonoros e afins são bastante bons e alguns deles foram aproveitados do original pois fazia todo o sentido que assim fosse.
Plataformas não são o forte deste jogo. |
Double Dragon II distingue-se do primeiro jogo por vários motivos mas é na jogabilidade e mecânica que vamos ver e sentir mais diferença. Embora seja um beat 'em up como tantos outros, este opta por apimentar as coisas (tal como o original fez) com algumas secções de plataformas que a meu ver são completamente desnecessárias devido à própria jogabilidade não ajudar no processo. Algumas zonas implicam saltos precisos e todos sabemos que isso na saga Double Dragon não existe e resulta invariavelmente em momentos de frustração. Por outro lado, existem também níveis onde podemos deslocar-nos em todas as direcções e outros que optam apenas por um plano 2D onde não temos muita margem de manobra no que toca a combate.
Muita gente sai dentro deste helicóptero. |
Uma das grandes diferenças e novidades é o modo como combatemos. No original tínhamos um botão para murros e outro para pontapés mas aqui esses assumem um papel diferente onde um ataca com murros numa direcção e outro com pontapés na direcção oposta, invertendo a sua função de mudarmos a direcção da própria personagem. Inicialmente achei isto horrendo e fez-me uma confusão tremenda pois já tinha a fórmula do original impressa na memória mas com o tempo habituei-me ainda que ache esta mecânica estranha e completamente desnecessária. Se a ideia era destacarem-se de todos os outros beat 'em ups, lá isso conseguiram. Se a ideia foi boa... não, diria que foi bastante infeliz. Alguns golpes são também extremamente difíceis de conseguir fazer, sobretudo o spinning kick que apenas sai quando lhe apetece, obedecendo a um timing estupidamente preciso. O mesmo acontece com a joelhada que nunca percebi ao certo como se faz mas de vez em quando lá sai.
Este sujeito tem cara de poucos amigos. |
Por outro lado, a dificuldade que sempre caracterizou a saga mantém-se fiel às suas raízes com três níveis disponíveis, pelo que só no nível máximo de dificuldade temos acesso a todos os níveis do jogo e ao boss final (que é também diferente da versão arcade). Outra decisão infeliz pois assim torna-se difícil progredir e ir treinando os níveis todos pois estes estão dependentes da dificuldade. Na versão japonesa isto não acontece pois podemos aceder a todos os níveis em qualquer dificuldade. E até as partes de plataformas são mais fáceis nesta versão se jogadas em Easy ou Normal, algo que na versão ocidental não acontece. Ao contrário do original, em Double Dragon II é possível jogar em co-op, tornando o jogo mais divertido se jogado com alguém que saiba o que está a fazer. De outra forma funciona como a saga Contra, onde as amizades podem ser testadas e os níveis de frustração podem atingir novos picos. Felizmente na NES Classic Mini o poder supremo dos save states ajudou-me na demanda de terminar o jogo na dificuldade mais elevada, com um ou dois jogadores.
Este nível é terrível (grande rima)! |
Embora não seja tão bom quanto o original, Double Dragon II: The Revenge na NES é sem dúvida uma das melhores versões caseiras do jogo. Atrevo-me a dizer que é bem melhor que a versão de arcade e todas as que surgiram baseadas nessa. Obviamente não chega perto da versão de Game Boy que é a minha favorita mas também é um bocado injusto estar a comparar este jogo a outro completamente diferente. Mas como já é habitual, temos aqui mais um JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
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