29 de abril de 2019

Metroid

Capa da primeira versão americana do jogo.
Desenvolvido por: Nintendo R&D1, Intelligent Systems
Publicado por: Nintendo
Director: Satoru Okada
Produtor: Gunpei Yokoi
Artista(s): Hiroji Kiyotake, Hirofumi Matsuoka, Yoshio Sakamoto
Argumentista: Makoto Kano
Compositor: Hirokazu Tanaka
Plataforma(s): Nintendo Entertainment System, NES Classic Mini, Famicom Disk System, Wii, WiiU, Nintendo 3DS, GameCube, Game Boy Advance, Nintendo Switch
Lançamento: 06-08-1986 (JP), 15-08-1987 (EUA), 15-01-1988 (EU) (Versão NES/Famicom)
Género(s): Acção, Aventura, Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Sistema de passwords
Media: Não se aplica
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez e chega.

Parte traseira da versão americana.
Metroid é sem dúvida uma das minhas sagas favoritas de todos os tempos. Mas invariavelmente não foi pelo primeiro jogo da saga que iniciei a minha aventura. A minha história com Metroid começou no Game Boy, onde joguei Metroid II pela primeira vez algures mais para o final de 1992, tendo sido emprestado por um colega de turma. Inicialmente achei o jogo estranho, confuso até devido à sua natureza labiríntica, mas havia ali qualquer coisa que me apelava a continuar a jogar. E assim continuei a demanda até ter chegado ao final que na época foi um acontecimento pois muitos achavam este jogo difícil e entediante. Obviamente não me fiquei por aqui e procurei jogar o anterior, numa tentativa de compreender melhor a história. Outro colega de escola emprestou-me o cartucho e digamos que a experiência não foi a melhor. Deparei-me com um jogo nitidamente inferior em todos os aspectos ainda que aquele ambiente cativante lá estivesse. Contudo, não fui capaz de perseverar e acabar o jogo pois pouco tempo depois estava a jogar Super Metroid e não queria outra coisa. Alguns anos mais tarde tentei novamente via emulação e nada. Seguiu-se na GameCube e outra tentativa falhada. Eis que chega a NES Mini e desta vez fui mesmo ao castigo, full throtle.


Estes tanques são preciosos.
Metroid apresenta-se com um jogo simples em todos os aspectos. A começar pela história que ocorre algures no ano 20X5 do cosmos, onde os Space Pirates decidem atacar uma nave de pesquisa da Federação e roubar alguns espécimes de Metroid, uma criatura parasita encontrada no planeta SR-388. Com isto planeiam utilizá-los com armas biológicas para semear o terror pela galáxia inteira. Numa tentativa falhada de recuperar os ditos, a Federação decide recorrer aos serviços de Samus Aran, caçadora de recompensas que tem como missão ir até ao planeta Zebes, onde se encontram os piratas e pôr fim a esta ameaça. Claro que a coisa não vai ser assim tão fácil como se pensa.

Estes corredores são um inferno...

Como referi acima, Metroid é um jogo simples a começar pelo grafismo que não ganha nenhum prémio por "feito técnico", mesmo quando comparado a outros jogos da mesma altura. Visualmente é um jogo com pouco detalhe onde a única diferença está mesmo nas diferentes áreas que podemos explorar e que nos transmitem ambientes contrastantes mas mantendo sempre a mesma atmosfera de solidão e isolamento. Neste aspecto, o jogo consegue proporcionar uma boa experiência onde estamos sempre a pensar no que vamos encontrar a seguir, algo muito reminiscente de filmes como os da saga Alien, onde este jogo foi claramente inspirado. Por outro lado, o sprite work é interessante, com diversos inimigos que podemos encontrar ainda que as suas animações sejam bastante básicas e repetitivas e com algum color swapping em alguns inimigos, reiterando assim a sua presença. Samus também é bastante básica neste campo, com animações limitadas e sem grandes pormenores visuais. O grande problema neste campo é o sprite flickering aliado ao slowdown quando há muita coisa em simultâneo no ecrã, sobretudo quando mete projécteis, onde a acção se arrasta literalmente e nada abona em favor de quem joga.

Ora aqui está algo muito útil!
Em termos sonoros, Metroid conta com uma excelente banda sonora que ainda hoje dá gosto ouvir em toda a sua glória de 8-bits. As faixas são variadas e bastante memoráveis, proporcionando um excelente ambiente com temas que se enquadram em todos os momentos da nossa aventura. Há músicas mais catchy e que nos invocam um espírito de aventura mas há outras que nos lembram no lado mais negro que vamos encontrar à medida que nos aproximamos do nosso objectivo final. Os efeitos sonoros cumprem o seu papel na perfeição ainda que alguns sejam um nadinha irritantes, sobretudo os dos raios da arma de Samus.

Para passar, temos de derrotar aqueles dois.
Onde Metroid devia ter brilhado e não o fez foi na jogabilidade. Samus controla-se bem mas não é uma personagem ágil. O seu movimento é todo muito floaty ao contrário dos inimigos que têm movimentos precisos. Este contraste reflecte-se um pouco na dificuldade do jogo visto que o combate nem sempre é fácil devido a isto. Samus também tem bastantes limitações em termos de movimentos onde não é possível disparar agachada ou disparar para baixo enquanto salta. Também não há disparos nas diagonais mas isso era de esperar. A exploração do planeta Zebes requer alguma paciência pois não existe mapa para nos guiar e o level design nem sempre é o melhor, com alguns segredos escondidos em partes que não fazem nada para os destacar nem um pouco, inimigos colocados em sítios onde não os podemos atingir facilmente, inimigos com padrões de movimento e ataque completamente aleatórios e bastante rápidos entre outros males.

Eis os culpados disto tudo!
Tudo isto torna a experiência aborrecida e até frustrante em certas partes pois a exploração requer que desenhemos um mapa mental ou até mesmo em papel do layout do planeta (ou ir à net ver um mapa). Por outro lado também não ajuda que não exista um sistema de save como na versão japonesa, o que nos obriga a apontar passwords enormes e esquisitas para continuar a nossa aventura, algo que só acontece se morrermos (bem ditos os save states na NES Mini). Ah, e se isto acontecer, sempre que voltamos à carga nunca começamos o jogo com os tanques de energia cheios. Felizmente hoje em dia existem outras formas de apreciar este jogo, com diversos romhacks que introduzem os chamados "quality of life improvements" de onde de destaca um mapa permanente que nos permite ver onde estamos e para onde podemos ir, entre outras melhorias na jogabilidade. Ou então podem optar pelo remake, Metroid - Zero Mission no GBA (já aqui analisado) que é a maneira perfeita de desfrutar o início da saga.

Metroid pode ser considerado um clássico da NES mas tem demasiados defeitos para que o possa recomendar vivamente. É preferível optarem por uma das outras hipóteses que referi mas se quiserem ter a experiência original já vão daqui avisados. Ainda assim, este é um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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