Alguém gosta muito de laranja... |
Publicado por: Sierra Entertainment
Director: Antoine Villette
Produtor: Florian Desforges
Designer: Nicholas Castaing
Artista(s): Arnaud Barros, Frédéric Michel
Argumentista: Marc Laidlaw
Compositor(es): Kelly Bailey, Ben Houge
Plataforma(s): PlayStation 2, PC, OSX
Lançamento: 11-11-2001 (EUA), 30-11-2001 (EU)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Modo Co-Op para dois jogadores em splitscreen, Multiplayer local para dois jogadores
Media: CD-ROM (650MB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (500KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração, Compatível com rato e teclado USB
Estado: Completo
Condição: Muito boa, poucas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o o modo história e o modo co-op uma vez cada.
Yep, este vem em CD. |
A "guerra" entre PC e consola sempre foi motivo de conversa por imensos motivos ao longo dos anos. Se inicialmente os PCs eram fracos e tinham jogos de qualidade dúbia quando comparados a uma Super Nintendo ou MegaDrive, o panorama alterou-se com o passar dos anos onde o PC ganhou uma posição privilegiada. Muitos jogos tornaram-se obrigatórios de serem jogados em PC, com as versões de consola a serem motivo de escárnio por estarem numa consola e não serem de perto fieis aos originais. Contudo, muitas dessas versões são ports verdadeiramente bem conseguidos, alguns com certas concessões devido ao hardware mas outros tecnicamente superiores aos originais em praticamente todos os aspectos. O jogo que trago até aqui hoje é um óptimo exemplo disto. Um port que começou a ser desenvolvido para a Dreamcast e depois passou para a PS2 devido ao facto da Dreamcast estar a morrer nessa fase. Este meu exemplar chegou à colecção algures no final de Julho de 2019, por €7.95, oriundo do local habitual, a Play N' Play.
Manual e disco. |
Half-Life é daqueles jogos que dispensa apresentações mas o certo é que existe muito boa gente que só conhece o nome e não toda a mística que está por trás do mesmo. Half-Life surgiu numa altura em que o género FPS estava no seu auge com excelentes títulos a fazerem as delícias dos fãs, fosse em PC ou nas consolas mas todos partilhavam do mesmo elemento comum: acção frenética e a rodos. Mas Half-Life destaca-se desses mesmos pois opta por considerar a história as personagens tão importantes quanto a acção, resultando assim numa fantástica experiência dentro do género. A trama começa com o sobejamente conhecido Gordon Freeman, um cientista que se encontra na Black Mesa Reasearch Facility no Novo México, para mais um dia de trabalho que envolve experiências com materiais anómalos. Numa dessas experiências, as coisas correm mal e dá-se um acidente que abre um portal para o mundo de Xen. Sobrevivendo ao evento, Gordon tenta a todo o custo escapar do local mas encontra-se agora naquilo que parece ser uma guerra entre dois lados: alienígenas e uma força de contenção dos US Marine Corps. Como se não bastasse existe ainda o denominado G-Man, uma figura obscura e misteriosa que vamos vendo ao longo da nossa demanda.
Um dia normal no escritório. |
Um dos pontos mais falados neste port de PS2 é toda a parte visual. O grafismo foi melhorado em todos os aspectos, a começar pelos modelos de personagens e inimigos, com mais detalhe e animações, bem como o design de níveis que em alguns locais foi ampliado e melhorado e nível de texturas e detalhe. Embora hoje pareça um jogo bastante arcaico, quando comparado com a versão original de PC, a versão de PS2 é bastante superior neste campo. Algo que me agradou particularmente é o facto dos cenários serem bastante amplos e variados embora grande parte da acção se passe em Black Mesa e tudo seja muito parecido. O design também é algo que gostei pois em certas partes leva-nos a abordar a mesma situação de diferentes formas. A performance do jogo é talvez a única coisa é inferior à versão PC pois tenta alcançar os 60 frames mas em certas ocasiões tem quebras para os 20 e 30 nunca sendo totalmente constante. Ainda assim, isto não interfere na experiência de modo negativo, a meu ver.
E parece que as coisas descambaram. |
A componente sonora de Half-Life é também um ponto bastante forte neste jogo, com um design de som soberbo que realmente nos consegue transmitir na sua plenitude aquela atmosfera de tensão e mistério, com excelentes efeitos sonoros, seja das armas como do ambiente em geral, sem esquecer os inimigos, alienígenas e humanos. Talvez por isso mesmo, a música neste título seja usada de forma parca onde apenas ouvimos alguns temas em certas ocasiões, por norma em grandes escaramuças ou partes que revelam mais da trama. Diria que 90% do tempo o som ambiente tem o palco e a música, embora decente, facilmente é algo que nos fique na memória. Excepto a do menu, essa é memorável q.b. e talvez a única da qual realmente me lembro.
Sítio simpático... ou não. |
A meu ver a melhor parte de Half-Life é a sua jogabilidade. O controlo de Gordon Freeman é sem dúvida irrepreensível, executando as tradicionais acções de um FPS sem problemas alguns e a uma velocidade mais que decente. Podemos usar uma panóplia diversa de armas para todas as ocasiões desde a icónica Crowbar até armas mais exóticas de origem alienígena. Algo que realmente mete este jogo no pedestal dos FPS em consola é o facto de podermos jogar com um teclado e rato USB, tornando assim a experiência igual à de PC, onde podemos redefinir as teclas ao nosso gosto, algo que mesmo com comando podemos fazer embora o layout original seja perfeito. Mas jogar um FPS em consola com teclado e rato é algo do outro mundo e algo contra-natura para os fanboys de PC.
A doutora está pronta para a acção. |
Half-Life também se destaca por ter uma mecânica muito particular onde não passamos a vida a matar coisas à la DooM mas também a resolver puzzles de forma a progredirmos na aventura. Os níveis foram desenhados com isso em mente e certas zonas podem revelar-se como um puzzle gigante, onde os inimigos e NPCs fazem parte do mesmo. Por vezes, certas áreas "secretas" só são alcançadas se salvarmos alguns cientistas ou guardas que estejam na zona. Embora isto seja recorrente em Black Mesa, já na segunda parte do jogo em Xen, é tudo muito mais linear a apressado, algo que os devs admitiram terem feito, pelo que aqui as coisas se tornaram mais monótonas a meu ver. É também aqui que vamos encontrar os maiores bosses e também os mais chatinhos que podem dar um bocado de dor de cabeça, pelo que gravar com frequência e em slots separados é imperativo. Por referir isso, Half-Life permite-nos gravar em qualquer parte do jogo (excepto em determinadas situações), seja um hard save (no Memory Card) ou quick save, sendo que este último é temporário pois usa a memória da consola. Caso para dizer: what sorcery is this?
A dois é bem mais fácil. |
Não se ficando apenas pelo modo história, Half-Life oferece ainda um modo co-op exclusivo da versão PS2 (embora hoje em dia esteja disponível em PC) de nome Half-Life: Decay, onde podemos jogar sozinhos ou com um amigo, diversos níveis repletos de puzzles e combate, que decorrem durante os eventos do modo principal onde as doutoras Gina Cross e Colette Green têm de resolver a situação. Se jogado sozinho, este modo leva-nos a controlar as duas à vez, tornando a experiência mais estratégica (e difícil) pois o CPU limita-se apenas a disparar se vir um inimigo. Em splitscreen horizontal, tudo depende do skill de cada jogador. No final de cada nível é atribuído um rank pela nossa performance pelo que se tivermos A em todos, aguarda-nos um nível especial onde controlamos um alienígena. E sendo este jogo a curiosidade que é, existe ainda uma expansão. Exacto, leram bem... uma expansão! Esta chamada Half-Life: Uplink está presente num disco de demos americano da Official PlayStation Magazine de Junho de 2002. Um cheat code é necessário para aceder à expansão e o dito disco, que aparentemente não saiu na Europa mas a versão PAL do jogo tem a opção disponível. Existe ainda um modo Head-to-Head que não experimentei mas é o típico multiplayer.
Half-Life na PS2 é sem dúvida um daqueles jogos a ter na colecção obrigatoriamente por todos os motivos que referi acima e muitos mais. Se forem fãs do género não existe mesmo desculpa para não terem este JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
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