18 de maio de 2020

Tenchu Z

Ninja random na capa.
Desenvolvido por: K2 LLC
Publicado por: Microsoft Game Studios, From Software (JP)
Director: Kiyoji Tomita
Produtor: Masanori Takeuchi
Designer: Kiyoji Tomita
Plataforma: Xbox360
Lançamento: 05-10-2006 (JP), 12-06-2007 (EUA), 29-06-2007 (EU)
Género(s): Acção, Aventura, Stealth
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer co-op local e online até quatro jogadores
Media: DVD-ROM
Funcionalidades: Instalação opcional no disco rígido com loadings mais rápidos (4.4GB), Gravação de progresso no disco rígido/Memory Card, HD 720p, 1080i, 1080p, Leaderboards Online
Outros nomes: Tenchu Senran (JP)
Estado: Completo
Condição: Muito boa, poucas marcas de uso
Viciómetro: Acabei-o três vezes, uma em cada dificuldade, todos os achievements desbloqueados

Sem autocolante foleiros.
Lembro-me de há uns anos atrás, quando a Xbox360 era motivo de conversa, questionar alguns dos jogos que tinham feito a transição de plataformas como por exemplo a PS2 para a consola da Microsoft, sem que tivessem sequer tido direito a uma versão de PS3. E há imensos casos de jogos que até hoje são exclusivos da Xbox360 sem nunca terem sido lançados em nenhuma outra consola (e por vezes nem sequer em PC). O jogo que trago até aqui hoje é um óptimo exemplo disso, sem mais nenhuma outra versão no horizonte e sem sequer ser compatível com a Xbox One. Este exemplar usado chegou à colecção algures no final de Fevereiro de 2020 tendo custado 7€.


Manual e disco.
Tenchu Z é tido como uma das entradas mais obscuras desta saga, que já por si é obscura q.b. pois apela apenas a um pequeno nicho de jogadores. E se já teve a sua época de ouro, hoje em dia apenas os fãs se lembram do seu potencial e das horas que passaram a limpar o sebo aos inimigos sem serem vistos, algo que curiosamente ainda continua a dar gozo fazer. Actualmente o mais parecido que temos é Sekiro e ainda assim está a milhas de distância da fórmula original, embora existam outros jogos mais semelhantes como é o caso de  Aragami, ainda que não seja a mesma coisa. Tenchu Z é um jogo estranho que mudou algumas coisas dentro da série e vamos abordar isso mais à frente. Uma delas é a história, que parece não se encaixar na timeline da série. Desta vez a casa de Gohda encontra-se à beira da guerra com a nação vizinha, Ogawara, onde o nosso objectivo é assassinar espiões e generais, bem como salvar agentes infiltrados e até recuperar objectos importantes. A grande diferença é que não jogamos com nenhuma das personagens habituais mas sim com um novo recruta do clã Azuma Ninja, instruído pelo nosso conhecido Rikimaru.

Já foste!
Sendo um jogo que saiu logo na primeira fornada, Tenchu Z não prima pelos visuais que esta consola mais tarde veio a proporcionar. À primeira vista lembra-nos um jogo de PS2 em HD, onde os modelos das personagens apesar de decentes não são de todo extremamente detalhados ou com animações mais fluídas. Isto nota-se sobretudo nos inimigos onde as coisas são ainda menos pormenorizadas. Já as personagens principais têm um pouco mais de atenção, sobretudo nos pormenores faciais embora no geral não seja nada de surpreendente. A iluminação é algo também meio estranho pois por vezes as sombras são projectadas em locais que não fazem sentido com a orientação da luz de origem, resultando em algo esquisito. O design dos níveis é também algo que se nota ser oriunda de uma era passada pois a geometria dos locais revela ser bastante básica e alguns dos níveis parecem ter sido feitos num editor por um fã qualquer que se divertiu durante uma tarde sem nada para fazer (lembram-se do editor de níveis de Tenchu 2?). Ainda assim, existe alguma variedade em termos de ambientes, com locais interessantes para explorar ainda que estes se repetiam diversas vezes e ao final de algum tempo já os conhecemos de olhos fechados. Algo que não gostei foi de ver a frame rate ser reduzida para 30fps, algo que não compreendo pois os jogos de PS2 correm a 60fps sem problemas e com geometria mais complexa que a deste.

Este vai fazer um pequeno ó-ó!
Na parte audível, Tenchu Z apresenta-se com uma banda sonora composta por música tradicional japonesa, assim como em outros jogos da série. Contudo, neste título em particular, a música apesar de memorável não é das melhores selecções se tiver de a comparar com outros jogos na série pois mantém quase sempre o mesmo tom sem nenhum crescendo na acção a não ser quando somos descobertos por um inimigo. E vamos ouvir os mesmos temas ad infinitum pois não existem muitas faixas a serem ouvidas ao longo dos 50 níveis que o jogo nos oferece. Já o voice acting em japonês apesar de bastante escasso é bastante decente com alguns diálogos a serem ouvidos em cutscenes e afins, bem como os inimigos proferirem frases quando nos descobrem ou simplesmente quando conversam uns com os outros em algumas ocasiões. O som ambiente é competente nas suas funções, com imensos efeitos sonoros a serem usados nas mais variadas situações, uma vez que estes têm impacto no decorrer da acção, podendo o inimigo ouvir-nos a correr ou até mesmo quando estamos na água e fazemos mais barulho do que é suposto.

Podemos meter o ninja ao nosso gosto.
Onde Tenchu Z inova um bocado é na mecânica e na jogabilidade embora esta se mantenha praticamente igual à dos jogos de PS2. O controlo é bastante preciso e intuitivo, onde podemos realizar vários tipos de movimentos desde correr, caminhar silenciosamente, subir aos telhados, correr pelas paredes e afins, usando um arsenal imenso de artimanhas para despachar os inimigos e outras ameaças. As stealth kills continuam a fazer as delicias de todos com várias formas de mandar os inimigos para os anjinhos mas se quisermos, podemos optar por não o fazer e simplesmente metê-los a dormir. Para tal basta não termos a espada desembainhada, algo que nos outros jogos não era possível. Mas a grande novidade de Tenchu Z é podermos criar a nossa personagem, escolhendo o sexo da mesma, cor, cabelo e afins, bem como a indumentária a usar. Por outro lado vamos evoluindo a mesma em termos de atributos que podemos distribuir por força, velocidade e defesa, podendo alterar isto ao nosso gosto antes de cada missão e assim abordar as coisas de forma diferente. O jogo é composto por 50 missões e três dificuldades, ainda que a única diferença que tenha encontrado é o facto dos inimigos serem um nadinha mais alerta. Esperava pelo menos posições de patrulha diferentes como noutros jogos da série mas nem isso. As missões vão desde assassinar uma personagem especifica, salvar reféns, recuperar itens especiais ou simplesmente atravessar zonas inimigas.

O nosso chefe passa a vida nisto...
Obviamente isto começa rapidamente a repetir com algumas variações nos objectivos e locais, ainda que certos níveis sejam pontos fulcrais na história e resultem num combate contra um boss. Estes combates não são particularmente divertidos mas podem facilmente acabar prematuramente se explorarmos um ou outro exploit na AI do boss. E falando em bosses, na verdade só existem dois no jogo inteiro o que é desapontante. A AI dos inimigos embora não seja estelar, tem algumas nuances interessantes pois eles conseguem ouvir os nossos passos bem como reagir ao nosso cheiro, o que pode resultar em situações caricatas. E claro, reagem ao descobrir corpos embora não accionem nenhum alerta o que é no mínimo estranho mas convém sempre escondermos o dito cadáver se este estiver num local de passagem. Ao completar as missões com certos parâmetros cumpridos, somos classificados e é aqui que reside o gozo de completar todas em todas as dificuldades com o rank máximo, algo que neste título é bastante fácil pois não somos muito penalizados por fazer porcaria uma vez. Estas missões são também a nossa fonte de rendimento para comprar novas peças de vestuário, itens, acessórios e até técnicas de combate/stealth, para melhorar a nossa personagem e assim ter novas maneiras de abordar o inimigo. Outra e provavelmente a maior novidade é o facto do jogo ter multiplayer co-op tanto localmente (via system link) como online, algo que infelizmente não pude experimentar mas gostava pois parece ser uma vertente bastante divertida e que poderia dar azo a abordagens curiosas em certas missões.

Tenchu Z pode não ser o melhor jogo na saga mas é certamente um dos mais divertidos. Embora seja bastante repetitivo, dá um gozo tremendo passar todas as missões sem ser visto, despachando hordas de inimigos pelo caminho e evoluindo a nossa personagem. Se tivesse sido lançado mais tarde, com mais polimento teria sido ainda melhor mais ainda assim, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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