27 de dezembro de 2020

DooM³

Bichinho lindo na capa!
Desenvolvido por: id Software (Original), Vicarious Visions (Xbox)
Publicado por: Activision
Director: John Carmack
Designer: Tim Willits
Artista: Kenneth Scott
Argumentista: Matthew J. Costello
Compositor(es): Chris Vrenna, Clint Walsh
Motor gráfico: id Tech 4
Plataforma(s): Xbox360, PC
Lançamento: 03-04-2005 (EUA), 08-04-2005 (EU) (Xbox)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer Online, System Link 2-4 jogadores
Funcionalidades: Gravação de progresso no disco rígido, Leaderboards Online, DLC adicional
Media: DVD-ROM
Estado: Completo
Condição: Muito boa, muito poucas marcas de uso
Viciómetro: Acabei-o uma vez em Marine (Normal).

Sem autocolantes fatelas.
A saga DooM é sem dúvida alguma uma das mais famosas de sempre e o DooM original deve ser um dos jogos que praticamente toda a gente jogou nem que fosse apenas uma vez na vida. E com a fama surgem os ports, onde existe uma versão de DooM, seja oficial ou não, para quase tudo desde consolas a computadores passando por outros aparelhos cujas funções estão longe de serem práticas para jogar seja o que for. Mas como diz o ditado, DooM corre em tudo, até numa batata. Como tal, existem N ports do jogo, alguns deles já aqui analisados no blog mas o jogo que trago até aqui hoje não é um port do original mas sim um port de DooM³, que na altura foi o único a sair em consola e com exclusividade na Xbox original o que fez muitos fãs da saga torcer o nariz pois a PS2 para todos os efeitos dominava o mercado. Ainda assim há que perceber que DooM³ não foi um jogo fácil de meter a correr numa consola da época e esta versão é sem dúvida um feito prodigioso, até aparecerem posteriormente outras superiores. Este exemplar foi adquirido em Dezembro de 2020, por 7.95€ na Play N' Play e está em óptimo estado de conservação.
 

Manual e disco.
DooM³ é daqueles jogos que não requer apresentações caso sejam fãs da saga pois muito provavelmente já o jogaram em alguma das suas variantes mas para os que não o fizeram a história é uma espécie de reboot da saga que omite os dois jogos originais e passa assim a ser a sua própria coisa. No fundo vamos ter o mesmo tipo de experiência onde o nosso Marine de serviço vai até Marte e a dada altura depara-se com a hordas do demónio a saírem dos portais fruto de umas experiências dúbias pelo que só ele pode resolver esta crise como seria de esperar. Contudo, é interessante saber que embora seja um reboot, DooM³ pode ser considerado uma prequela do original caso tenham jogado DooM RPG onde tal facto é mencionado. Confusos? É normal...

Este amiguinho é bastante prestável!
Tendo em conta o hardware da Xbox original, foram feitas certas concessões no geral para se conseguir meter toda ou a maior parte do conteúdo de DooM³ na consola. Assim na parte gráfica nota-se uma redução na qualidade das texturas, onde tudo parece um pouco mais esborratado sobretudo se jogarem numa televisão mais actual, ou mesmo sem ser na Xbox original, visto as consolas posteriores fazerem upscale e isso nem sempre abona a favor do grafismo. Ainda assim, a experiência não fica nada atrás do original pois o ambiente sombrio e assustador está presente bem como os efeitos visuais que o caracterizam tais como as sombras e fontes de luz que nos ajudam a percorrer na nossa demanda.

Este tipo tem má cara...
As animações dos inimigos e outras personagens são bastante competentes, sendo que a acção decorre a 30fps sem quebras que tenha dado conta ou outros problemas técnicos. Os cenários são variados com diferentes locais por onde vamos passar e sempre recheados de pequenos pormenores. Um ponto menos forte é talvez o facto desta versão do jogo ser bastante escura, mais ainda que a original de PC mas a meu ver isso só adiciona mais à tensão e ao uso frequente da lanterna. O jogo também suporta widescreen embora seja automático e não possa ser seleccionado nas opções.

Infelizmente a lanterna não os encandeia.
Em termos de sonoridade, DooM³ opta por utilizar quase sempre o som ambiente para nos envolver nesta experiência que é bastante diferente dos outros jogos da saga. Existe alguma música a ser ouvida mas durante a acção é praticamente apenas o som de tudo o que está à nossa volta, seja maquinaria a trabalhar, workstations ou mesmo os inimigos que denunciam as suas posições através dos seus gritos e grunhidos. O voice-acting é competente q.b. com diversos diálogos na primeira parte do jogo mas que rapidamente dão lugar apenas a monólogos com o vilão de serviço visto o nosso Marine ser mudo como é habitual. Existem contudo diversos Audio Logs que podem ser ouvidos e contêm informação pertinente por vezes, onde as performances são bastante boas e transmitem na íntegra o sentimento de quem os relatou. O som no geral é excelente, com uma boa utilização dos efeitos sonoros, tanto dos inimigos como outras fontes ainda que ao som das armas lhes falte um bocado de impacto, sobretudo a shotgun que é um pouco desapontante neste jogo.

Algo me diz que houve confusão entre tachos.
Na jogabilidade, DooM³ é um jogo surpreendentemente fácil de se jogar com um comando, onde as coisas foram adaptadas de forma a que cada botão tenha a sua função específica. O controlo é de fácil habituação e bastante intuitivo na sua configuração base, onde apenas tive de ajustar a sensibilidade dos analógicos pois pareceram-me muito lentos no movimento. Temos um botão dedicado para a lanterna, visto aqui termos de a usar com frequência uma vez que não temos as comodidades introduzidas na BFG Edition, tornado assim o jogo até um pouco mais estratégico a meu ver. Podemos ainda configurar o D-Pad para ser usado como atalho para as armas que usamos mais amiúde. O PDA também tem o seu botão dedicado e permite-nos aceder a e-mails, vídeos a Audio Logs que podem também ser ouvidos durante o jogo. O jogo permite-nos gravar a qualquer altura existindo ainda um botão para quicksave se forem fãs disso.

Há sempre tempo para distracções...
Ainda que mantenha praticamente tudo o que o caracterizou na sua versão original, DooM³ na Xbox foi alvo de algumas concessões de forma a conseguirem meter o jogo todo nesta consola. Isso é algo que se pode ver logo ao início onde a área onde começamos foi omitida e substituída por um vídeo do nosso Marine a chegar à base e ter a primeira conversa com o seu superior. A meu ver isto faz sentido pois essa área é linear e serve apenas para nos ambientarmos ao controlo logo foi uma forma de poupar. Outras áreas foram reduzidas e divididas em áreas mais pequenas por forma a manter o máximo de fidelidade face à versão original. Existe ainda um modo Multiplayer Online que por motivos óbvios não pude experimentar bem como um modo System Link que provavelmente funciona e com consolas de gerações diferentes. A título de curiosidade, a Collector's Edition deste jogo inclui DooM e DooM II como bónus, algo que foi omitido da edição normal mas faz-se acompanhar em Resurrection of Evil que analisarei futuramente.

De um modo geral, DooM³ é um excelente port na Xbox conseguido manter tudo aquilo que caracteriza o original. Com o passar dos anos fui adquirindo um gosto especial pela versão original, visto ser um nadinha diferente da BFG Edition. E esta versão Xbox foi sem dúvida uma excelente surpresa o que faz com que seja um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:

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