28 de fevereiro de 2021

Odallus: The Dark Call

Mais uma capa custom!
Desenvolvido por: JoyMasher
Publicado por: Digerati Distribution (Nintendo Switch), JoyMasher (PC)
Director: Danilo Dias
Produtor: Danilo Dias
Designer(s): Danilo Dias, Thais Weiller
Artista: Danilo Dias
Argumentista(s): Thais Weiller, Maira Testa
Compositor: Tiago Santos, Thiago Adamo
Plataforma(s): Nintendo Switch, XboxOne, PlayStation 4, PC (Steam, GOG)
Lançamento:08-02-2019 (Nintendo Switch)
Género(s): Aventura, Plataformas, Metroidvania
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Gravação de progresso na memória da consola, HD 720p (Handheld), 1080p (Docked)
Media: Formato Digital
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o duas vezes: uma em PC e a segunda ronda na Switch.

A respectiva traseira.
Numa era onde os jogos AAA e afins estão cada vez mais genéricos e muitas vezes aborrecidos, eis que os indies nos salvam do tédio oferecendo-nos uma panóplia de jogos muitos deles inspirados nos clássicos com que crescemos durante os anos 80/90. Não descarto de todo alguns dos jogos que vão saindo mas é certo que os actuais nomes sonantes se tornaram enfadonhos, repetitivos e muitas vezes a copiar ideias uns dos outros sem inovar praticamente nada. Na cena indie há no entanto um revivalismo daquilo a que nos habituamos quando éramos putos mas sempre com algo novo lá pelo meio e claro sem as limitações típicas do hardware da época. O jogo que trago até aqui hoje é uma prova disso, mantendo as características de clássicos da NES mas com algumas mecânicas que melhoram a qualidade de vida por assim dizer. Este exemplar digital foi adquirido na eShop por €1.88 estando em promo e ainda tendo descontado alguns pontos de ouro que estavam a ganhar teias na conta.
 

Podemos jogar com scanlines se for caso disso.
Odallus: The Dark Call é uma celebração daquilo que são os clássicos da NES, que nos traz não só os visuais e som típicos dessa consola mas também a dificuldade presente na grande maioria dos títulos de acção e aventura. Sendo claramente inspirado em Castlevania e Ghosts N' Goblins, a história coloca-nos na pele de Haggis, um guerreiro cansado de batalhar contra as forças do mal que agora se vê numa situação complicada onde o seu filho foi raptado por um culto misterioso e a sua aldeia reduzida a cinzas por um exército de demónios. Haggis tem assim a tarefa de o resgatar e pelo caminho recolher os cristais que compõem a esfera Odallus, cujo poder servirá para impedir que os demónios levem a avante o seu plano de conquista.

O mapa permite-nos seguir o progresso.
Sendo uma clara homenagem aos clássicos de NES, Odallus: The Dark Call apresenta um grafismo bastante parecido as esses jogos, com sprites detalhados ainda que as animações não sejam de todo as melhores que tenha visto. Ainda assim a variedade é bastante grande, desde inimigos aos cenários que vão desde florestas, templos, grutas, montanhas, vilas, castelos e outros locais característicos. Efeitos como parallax scrolling são usados de forma regrada um pouco por todo o lado, conferindo um toque especial a cada zona que podemos visitar. Os inimigos aparecem sob diversas formas e tamanhos com alguns de dimensões bastante grandes, sobretudo os bosses como seria de esperar. No plano sonoro, Odallus: The Dark Call conta com uma banda sonora a condizer onde os temas invocam não só o sentido de aventura mas também o desespero da situação. Qualquer uma das faixas é bastante memorável e sem dúvida um throwback aos clássicos. Os efeitos sonoros ainda que competentes nem sempre são agradáveis de se ouvir com alguns particularmente irritantes como é o caso de Haggis quando ataca. Os dos inimigos também podem parecer um pouco estranhos pois é quase sempre usado o mesmo som para quando são derrotados, sejam humanóides ou uma espécie de bicho qualquer. Ainda assim no plano geral das coisas tudo funciona sem contratempos.

Welcome! É o que diz este simpático senhor.
Em termos de jogabilidade, as coisas podiam ser melhores em certos aspectos. O controlo de Haggis é fácil e intuitivo q.b. mas na hora de atacar os inimigos há um ligeiro delay na animação o que nos leva por vezes a levar dano antes de atacarmos e isso é particularmente irritante. Outro contra é o alcance curto da espada que nos leva a calcular bem cada ataque de forma a não sermos magoados no processo. Para piorar, digamos assim, as coisas, grande parte dos inimigos são esponjas de dano mesmo aqueles mais insignificantes pelo que obter uma espada melhor torna-se imperativo bem como uma armadura que nos permita sofrer mais. Ainda assim, progredimos através de cada nível que está recheado de segredos, sejam eles upgrades, lore ou saídas secretas que nos levam a outros níveis. É aqui que entra a componente metroidvania, ainda que numa escala reduzida, onde podemos revisitar qualquer nível para continuar a explorar zonas previamente inacessíveis e assim encontrar segredos escondidos.

Aqui existe um segredo...
O bom disto é que não precisamos de completar os níveis, ou seja derrotar o boss, para continuar a progredir se não estivermos preparados pois o jogo permite-nos gravar o progresso e voltar ao mapa, podendo assim escolhermos outro nível para continuar. Isto também é útil quando já temos o nível completo e apenas queremos apanhar um upgrade esquecido por exemplo ou simplesmente grindar por dinheiro. E o dinheiro tem um papel fundamental neste jogo pois permite-nos comprar armas secundárias (tochas, lanças e machados) bem como comida para recuperar vida e até vidas extra, ainda que a cada compra o preço de tudo aumenta. Tudo isto pode ser apanhado ao longo dos níveis mas como é de calcular não existe em abundância. As armas secundárias são particularmente úteis não só em combate mas para abrir caminho em certas zonas.

Odallus: The Dark Call não é de todo um jogo fácil e requer alguma paciência para ultrapassar algumas parte mais difíceis, algo que herdou claramente dos clássicos em que se inspira mas também é a prova de que o pessoal da JoyMasher sabe o que faz e fá-lo com gosto. Já o vimos em Oniken (já aqui analisado) e em Blazing Chrome (a analisar futuramente). Mas se gostam dos jogos dessa era vão sem dúvida gostar deste e encontrar aqui mais um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:

2 comentários:

  1. Gostei dessa variedade que o jogo apresenta. O delay na movimentação é perigoso, a parte mais importante é a movimentação do personagem. Os indies acertando ou errando mantém viva a alma dos videogames. Ao que parece, os AAA estão presos à imposição de retorno rápido. Fazer dinheiro a qualquer custo. Mas mesmo assim existem jogos bons AAA. Nem tudo está perdido.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, é bem verdade que ainda (felizmente) existem bons AAA. Por exemplo, ainda ando de volta do Nioh 2 mesmo depois de já o ter completado 2 vezes e platinado o mesmo. Mas os indies conseguem-me sempre surpreender mais e este ano já joguei um que analisarei aqui futuramente. :)

      Eliminar