26 de outubro de 2017

Bravely Default

Bonita cover art!
Desenvolvido por: Silicon Studio
Publicado por: Square Enix (JP), Nintendo (EU/EUA)
Director: Kensuke Nakahara
Produtor: Tomoya Asano
Designer: Kensuke Nakahara
Artista: Akihiko Yoshida
Argumentista(s): Naotaka Hayashi, Keiichi Ajiro
Compositor: Revo
Plataforma(s): Nintendo 3DS
Lançamento: 05-12-2013 (JP), 07-12-2013 (EU), 07-02-2014 (EUA)
Género: Japanese Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartão de jogo, Compatível com modo 3D, Modo de jogo Local (2 Jogadores), StreetPass
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Estou bem perto do final mas ainda não me apeteceu acabá-lo.

(Esta análise foi originalmente escrita e publicada no site ruadebaixo.com)


Desde há algum tempo que o género JRPG começou a perder o seu carisma pelos mais diversos motivos. Mais concretamente a saga Final Fantasy, que já dura desde o final dos anos 80 e tem vindo a sofrer constantes mutações. E uma das questões que se levantam é: porquê mudar aquilo que está bem, sempre funcionou e assim é que os fãs gostam?

Longe vão os tempos dos autocolantes.
Bravely Default parece ser a resposta, ou melhor, o jogo pelo qual aguardávamos com alguma expectativa. Um regresso às origens dos JRPG e tudo aquilo que os caracteriza da melhor forma possível, sem recurso a grande tecnologia ou brilharetes técnicos para o destacar dos demais. Sendo um sucessor espiritual de Final Fantasy: The 4 Heroes of Light e partilhando outros elementos com Final Fantasy V, este título leva-nos até ao mundo Luxendarc onde Tiz Arrior, o nosso herói, é vitima do destino quando a sua aldeia, Norende, é envolta num manto de escuridão sendo ele o único sobrevivente. No decorrer da sua demanda, Tiz irá conhecer Agnés Oblige e outros parceiros, estando o destino deste mundo nas suas mãos. E sim, há cristais.


Papelada diversa e cartão de jogo.
Explorar o mundo de Luxendarc é uma longa tarefa que começa a pé mas a seu tempo será feita através de outros meios, coisa que neste género já é normal, existindo uma miríade de localizações para visitar sendo as mais comuns cidades e outros marcos que se destacam bem no nosso mapa. Nas cidades podemos não só seguir com a nossa demanda mas também perder um bocado tempo nas lojas ou a ajudar a população com diversas side quests que nos recompensam pela nossa dedicação e esforço. Estas mesmas poderão distrair-nos do nosso objectivo principal mas isso é o normal neste género e quantas mais, melhor! O nosso mapa no ecrã táctil ajuda-nos a não perder o rumo, destacando pontos de interesse e mesmo que possamos parecer um tanto perdidos, uma vista de olhos no nosso diário de viagem ajuda-nos a voltar ao activo.

A jogar à defesa.
A grande cartada de Bravely Default é a sua mecânica de jogo, onde existe uma mistura entre antigo e novo. O combate realiza-se por turnos, com a nossa equipa de 4 elementos, à semelhança de alguns dos Final Fantasy antigos onde podemos realizar ataques e outras acções de suporte. A grande novidade é a inclusão do sistema Brave e Default, juntamente com os Brave Points (BP), que nos permite novas e diversas estratégias. Utilizarmos o Brave significa atacarmos diversas vezes durante o turno de uma personagem. Isto pode ser bom ou mau pois os nossos BP ficarão abaixo de zero e não poderemos atacar no turno a seguir. Já o Default, permite-nos uma posição defensiva e a acumulação de BP para turnos futuros. O segredo está no equilíbrio destes dois elementos e decidir se será sensato tomar certos riscos, tornando o jogo muito mais divertido.

Arrr matey!
Para além disto, as nossas personagens têm à sua disposição 24 jobs, alguns já bem conhecidos e outros tantos novos e até caricatos. Cabe-nos a nós eleger os nossos favoritos ou os que consideremos mais eficazes dependendo da situação. A evolução dos jobs é feita de forma independente das personagens, podendo serem trocados a nosso bel prazer mas para adquirirmos novos jobs temos de coleccionar uns itens chamados Asterisks. Cada job tem comandos e habilidades específicas que vão sendo desbloqueadas com a sua evolução e poderão depois ser utilizados como comandos e habilidades de suporte noutros jobs, permitindo assim criar combinações dinâmicas e até surpreendentes em combate. Evoluir tudo é a palavra de ordem!

Um zoom out de uma das cidades.
Mas Bravely Default ainda oferece mais neste campo, nomeadamente com a funcionalidade de StreetPass que a 3DS proporciona. Não só podemos recrutar amigos e convidados para nos ajudarem em combate como também povoarmos a nossa Norende com os mesmos. Indo por partes, em combate podemos utilizar o comando Summon Friend, onde chamamos um amigo registado para intervir por nós podendo atacar os inimigos ou simplesmente realizar uma acção. O uso regular desta função aumenta o nosso nível de afinidade com ele, tornando-o mais eficiente com o decorrer do jogo. Por outro lado, Norende, a nossa aldeia, é uma grande side quest, onde os nossos amigos e convidados recrutados passam a fazer parte da população e podem ser utilizados para reconstruir e evoluir lojas e edifícios que depois nos presenteiam com bónus muitíssimo bons, como armas e equipamentos. Isto, obviamente, demora o seu tempo, podendo ser 10 horas como apenas 30 minutos, dependendo do número de trabalhadores activos e decorre enquanto estamos entretidos a jogar. É sem dúvida algo a não descurar pois as surpresas são muitas.

Este rapaz é um pinga-amor.
Bravely Default pode parecer um bicho mau inicialmente, com inimigos fortes e impiedosos mas o jogador pode sempre ajustar não só a dificuldade do jogo, bem como aumentar ou reduzir a percentagem dos encontros com os inimigos, desligar o ganho de experiência, dinheiro e até mesmo os marcadores de destino. Isto torna-o interessante e acessível tanto para novatos como para veteranos, de modo a cada um desfrutar da história à sua maneira. Existe contudo algo que poderá parecer um tanto a mais e que se traduz em SP e que nos permite parar o tempo durante o combate para dar dano acrescido aos inimigos, tornando assim o jogo mais fácil. Para recuperar SP, temos duas hipóteses: meter a consola em stand-by durante umas 8 horas ou simplesmente puxar os cordões à bolsa e comprar uma SP Drink na eShop. Atenção que não é necessário fazê-lo com todas as opções que o jogos nos faculta e, a meu ver, é uma maneira vergonhosa de incluir micro transacções num jogo que não necessita delas.

E com tudo isto resta-me referir que a experiência visual e sonora é muito boa, evidenciando as capacidades da 3DS, não só visualmente onde os cenários parecem ser belas pinturas em movimento e se destacam ainda mais se ligarmos o 3D, bem como a música que fica no ouvido e nos transporta até este mundo de fantasia, podendo o voice acting das cutscenes ser ouvido em inglês ou japonês, para os mais puristas.

Bravely Default é sem dúvida o JRPG do ano e a aposta triunfal da Nintendo e da Square Enix, onde a fantasia regressou com um novo nome. E com isto temos mais um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: uma estranha e conturbada história, na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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