31 de outubro de 2017

Fahrenheit

Arte interessante.
Desenvolvido por: Quantic Dream
Publicado por: Atari, Inc.
Director: David Cage
Produtor: Guillaume de Fondaumière
Argumentista: David Cage
Compositor(es): Angelo Badalamenti, Normand Corbeil
Plataforma(s): PlayStation 2, PC, OSX, iOS, Android, Linux, Xbox, PlayStation 4
Lançamento: Versão PS2/Xbox - 16-09-2005 (EU), 26-09-2005 (EUA)
Género: Quase filme interactivo, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (187KB mínimo), Compatível com controlo analógico: todos os botões, Compatível com Função de Vibração
Outros nomes: Indigo Prophecy (EUA)
Estado: Completo
Condição: Boa
Viciómetro: Acabei-o uma vez e não tenciono repetir a experiência a não ser por caridade.

(Inserir rant aleatório aqui... não me apetece.)

Yes, it is.
Halloween. Uma tradição tipicamente americana mas que ganhou algum fôlego ao longo dos anos e chega agora um pouco a todos os cantos do planeta. E nós por aqui não somos excepção apesar da data em si nada me dizer e não a comemorar de todo. Ainda assim, é uma óptima forma de negócio para muitos tal como o Natal. Bom, isto nada interessa e como já vem sido hábito, o jogo que trago até aqui hoje enquadra-se nesta época ainda que a sua escolha não tenha sido de todo propositada (confesso que não foi, apenas estou a seguir a ordem da lista de chegada). Este exemplar aterrou na colecção algures entre Setembro e Outubro de 2015, por cerca de 5 euros se bem me recordo, oriundo da Play n' Play, em muito bom estado de conservação. Apenas troquei a caixa já não sei porque motivo, daí a minha ser branca ao invés da tradicional azul.


Manual e DVD.
Fahrenheit (conhecido por Indigo Prophecy nos Estados Unidos) é daqueles jogos que tinha um potencial enorme para ser bom. Realmente bom. Mas várias e pequenas coisas, que me irritaram particularmente, destruíram aos poucos a minha experiência com o jogo pelo que não vou ser meigo. A história não podia começar melhor. Janeiro de 2009. Lucas Kane encontra-se numa casa de banho de um restaurante em Nova York, com uma faca e um corpo a preencher o resto do cenário. Ele próprio não sabe como ali chegou, ou porque cometeu tal acto. A única coisa que sabe, é que não foi ele embora tudo indique o contrário. E é este o ponto de partida que nos vai levar ao longo desta aventura para descobrir a verdade, e na minha mais sincera opinião, agarrou-me logo desde o inicio. Mas, eventualmente, descambou.

Aquele não vai a lado nenhum!
Fahrenheit surgiu numa altura em que a PS2 já nos tinha dado cartas daquilo que era capaz de fazer com o seu complexo hardware, com jogos como Metal Gear Solid 3 onde os visuais são de facto incríveis. Contudo, Fahrenheit não chega a atingir esse patamar. Durante grande parte do jogo vamos ver neve, muita neve. Pelo menos em tudo quanto é exterior. Afinal de contas, é Inverno em Nova York. Não é que isto seja mau mas no fundo torna o jogo pouco interessante do ponto de vista visual. No que concerne a interiores, a coisa torna-se um pouco melhor com alguma diversidade de locais mas no fundo o grafismo em si não é bonito e embora exista alguma atenção ao detalhe, não é suficiente para elevar a fasquia. Já as personagens têm algo que as torna distintamente mais humanas do que as de outros jogos desta geração, com boas animações em algumas partes. E digo isto pois noutras ocasiões, a animação parece que foi feita por macacos, sobretudo em cenas de acção. A performance do jogo também não é nada famosa, com slowdown um pouco por todo o lado.

Há sempre tempo para relaxar.
Onde realmente Fahrenheit consegue brilhar um pouco é na parte sonora. O voice-acting é impecável, quase com a qualidade de um filme e consegue realmente ligar-nos a cada personagem ainda que algumas não sejam nada interessantes a meu ver. Ainda assim, o elo que se consegue estabelecer é algo positivo. O design de som é absolutamente impecável, com grande ênfase em proporcionar uma atmosfera real e tensa quando assim é requerido. A banda sonora também cumpre o seu papel de forma exemplar, ou não fosse Angelo Badalamenti (conhecido pelo seu trabalho em Twin Peaks) um dos responsáveis (e isso é nitidamente notório em muitas partes do jogo) com faixas adequadas a cada situação e que nos transmitem bem toda a atmosfera em que estamos inseridos.

Hello sexy!
Então onde é que Fahrenheit falha? Exacto, adivinharam. Na jogabilidade. A regra de ouro para um jogo ser decente é ter boa jogabilidade. Melhor ainda, ser divertido quando o controlamos. Fahrenheit não é. O facto de 90% da acção depender de quick time events também não ajuda mas se estes ao menos fossem bem executados (como se viu posteriormente em outros jogos produzidos pela Quantic Dream) a demanda não se tornava dolorosamente enfadonha. Aliás, os QTE's são tão maus em certas alturas, que fui forçado em reduzir a dificuldade do jogo para conseguir progredir na história. Sim, um jogo deste género com dificuldade que afecta a velocidade e posição dos QTE's é no mínimo absurdo. O controlo das personagens também não é dos melhores, existindo alguma fricção sempre que tentamos mover as mesmas e por vezes os ângulos de câmara parecem lutar contra nós.
Decisões, decisões...
Ainda assim tem alguns pontos positivos, como por exemplo podermos ver duas perspectivas diferentes do mesmo desenrolar de acontecimentos, onde o ecrã é dividido em duas partes e controlamos a nossa personagem enquanto algo decorre em simultâneo criando alguma tensão e pressa em nos safarmos do falhanço eminente. O jogo assenta fortemente em decisões, sejam elas de que cariz forem. Isto influencia não só o estado de espírito das personagens, que ao atingir um certo patamar de depressão, resulta em algo não muito simpático para quem joga. Por outro lado as mesmas decisões afectam as relações pessoais das ditas personagens entre si e têm efeitos que se vão repercutir ao longo do jogo e mesmo no final.

Yep, como referi... Matrix.
Outro dos grandes problemas deste jogo foi o rumo que a história levou, que começa num ritmo tenso e extremamente interessante mas que a meio começar a ganhar contornos de previsibilidade e no final torna-se em algo disparatado saído de um Matrix. E isto, para mim, foi o prego final no caixão. Podia dizer que Fahrenheit é um bom jogo mas seria enganar-vos e até enganar a mim mesmo. É certo que os jogos que se seguiram depois destes são muito melhores em todos os aspectos mas este definitivamente não o é. Existe uma versão remasterizada mas creio que a maioria dos males sejam os mesmos embora a performance esteja melhor mas não seja isso que salve tudo o resto. Mas estando aqui na colecção, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: continuamos na PS2 com samurais e tudo mais.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
  

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