Como não existe capa, fiz uma! |
Publicado por: Midway Games (Original), Bethesda Softworks
Designer(s): Randy Estrella, Timothy Heydelaar, Danny Lewis
Artista: Sukru Gilman
Compositor(es): Aubrey Hodges
Motor gráfico: KEX Engine 3
Plataforma(s): Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, XboxOne
Lançamento: 20-03-2020 (Lançamento Mundial)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Formato Digital (150MB)
Funcionalidades: Gravação de progresso na memória da consola
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez mas muitas mais se seguirão.
Baseada na original da N64. |
DooM é sem dúvida o first person shooter mais famoso de sempre que desde o seu aparecimento em 1993 faz as delicias dos fãs do género. Com diversos jogos na saga e imensos ports por tudo quanto é plataforma, DooM goza de um estatuto que poucos jogos conseguem alcançar. E corre em tudo quanto é tecnologia, até em frigoríficos! Mas existe um jogo na saga que passou ao lado de muita gente, simplesmente por ter sido lançado na N64, uma consola pouco apreciada pelo público em geral, e também por ter um 64 no nome, algo comum na época e que por norma denominava um port para esse sistema. Assim, DooM64 manteve-se ao longo de 23 anos um exclusivo dessa consola, não sendo apreciado na integra por todos e muitos até pensavam que era um port do jogo original com grafismo diferente. Mas isso chegou ao fim, agora que a Nightdive Studios proporcionou a todos a experiência quase que igual ao original na plataformas actuais, com diversas novidades e melhorias que tornam esta versão do jogo na definitiva. Adquiri esta versão digital no dia de lançamento e creio que os €4.99 que custa são mais do que justos para um jogo com tanto tempo. Pena outros da época não custarem o mesmo.
O canhão ideal para todos os serviços. |
Uma das coisas que se descobre ao jogar DooM64 pela primeira vez é que este é de facto a sequela de DooM II e devia ter sido chamado DooM 3. Mas como já referi acima, 64 era algo utilizado com frequência nos jogos dessa consola e portanto o jogo teve o desprazer de levar com isso. Inicialmente era para ter sido chamado DooM: The Absolution, algo que podia de facto ter contribuído para que tivesse tido mais popularidade mas tal não se concretizou. Não querendo estar a entrar em detalhes na história do jogo prefiro contar abreviadamente a história de como chegámos a esta versão. Até ao lançamento da mesma, a única forma legitima de jogar DooM64 era mesmo ter uma N64 e o jogo para o efeito. Mas não contente com isso, Samuel "Kaiser" Villarreal decidiu trazer o jogo até ao PC sob a forma de DooM64: Absolution, usando o Doomsday engine e um WAD do DooM II para recriar a experiência do jogo da N64 o mais fielmente possível e sem emulação. Mais tarde melhorou as coisas com DooM64 EX, que usa o código base de DooM3D e consegue uma recriação quase a 100% de todos os aspectos técnicos do jogo. E é com este DooM64 que se chegou à versão oficial actual ainda que existam em PC outras conversões do original, ainda hoje a serem actualizadas.
Hey friend! |
Fazendo uso do KEX Engine 3, utilizado também noutras conversões de FPS antigos, DooM64 apresenta-se agora com um look renovado e mais nítido, suportando widescreen (ultra-widescreen e 4K noutras plataformas) e correndo a uns belos 1080p/60fps. Na Nintendo Switch em modo portátil a coisa baixa para os 720p como é habitual mas tudo tem um aspecto fantástico e a performance é soberba. A titulo de curiosidade, na XboxOne S o jogo corre a 1440p, algo que nunca pensei ver embora não seja relevante para esta análise. Longe vão os tempos daquela blurriness típica da N64 uma vez que agora tudo está muito mais nítido ainda que exista texture filtering mas não seja de todo agressivo. Contudo, não é possível ver este grafismo com aqueles pixeis bem proeminentes, tal como eu aprecio, uma vez que não existe nada que desligue a filtragem na totalidade, como acontece com alguns source ports não oficiais em PC. Isto nota-se particularmente nos sprites dos inimigos, que por norma é o que vemos com mais frequência à frente do nosso nariz. Melhorou-se também os ajustes de brilho face aos do jogo original (que era bastante escuro), bem como o HUD agora é multi-line, permitindo assim vermos várias mensagens em simultâneo quando apanhamos itens ou descobrimos segredos, com uma mudança de cor nessas situações.
Tantos porquinhos lindos! |
A banda sonora de DooM64 sempre foi algo que apreciei pois tornou este jogo único, com um ambiente tenebroso e fantástico ao mesmo tempo, onde as guitarradas dos jogos anteriores foram completamente omitidas a favor de uma selecção de faixas com uma instrumentalidade diferente e que nos faz sentir algum desconforto até em certas partes. A música é de facto impressionante e todo o conjunto resulta numa experiência fabulosa. Há níveis onde até podemos ouvir gemidos e gritos daquilo que depreendo ser gente a ser torturada nos confins do inferno ou simplesmente demóniozinhos bebés a brincarem com os corpos da vítimas. Aubrey Hodges é o responsável por este trabalho e certamente o seu génio e dedicação merecem todo o crédito possível. Nesta versão mantém-se tudo intacto do original com a excepção que em vez de MIDI são usados ficheiros WAV com muito melhor fidelidade através da biblioteca sonora FMOD.
BIG F...RIGGIN' GUN! xD |
Na parte da jogabilidade, DooM64 foi adaptado a tudo quanto é sistema actual e o resultado não podia ser melhor. Na versão original, o controlo requeria alguma habituação e até remap de botões (no meu caso) mas agora tudo funciona desde logo, com suporte para dual analog que funciona na perfeição embora não se possa saltar nem olhar verticalmente, de modo a manter a experiência original o mais fiel possível. Ainda assim, o jogo é de facto muito mais jogável do que a versão de N64 até porque a performance é superior a todos os níveis. Outras novidades e melhorias incluem rumble support, que infelizmente na Switch Lite não se pode sentir e ainda motion controls, que resultam bem se se habituarem a isso. O jogo tem até achievements que desbloqueiam algo no DooM Eternal segundo li algures, se bem que para tal tenham de ter uma conta na Bethesda. Sim, este jogo também nos impinge isso tal como os ports dos anteriores mas basta fazer uma vez e nunca mais nos chateia. Existe ainda a possibilidade de gravar progresso em qualquer lado, via manual e quick save, bem como o tradicional sistema de passwords do jogo original.
Estes gajos atiram-nos com tudo. |
E por referir DooM Eternal, esta versão de DooM64 tem ainda uma excelente novidade: um novo conjunto de 6 níveis (mais um novo "fun level"), denominados The Lost Levels, que servem de ligação entre os dois jogos, com um "novo" boss final que é apenas uma variante da Demon Queen. Ainda assim, estes novos níveis são bastante bons, mantendo-se fieis em termos de design face aos originais e faz-me ter esperança que um dia vamos ver mais packs de níveis, como está a acontecer com o novo port do DooM original nas plataformas actuais. Só espero que tragam os Absolution Levels de volta pois esse apenas podem ser jogados nesse source port e visto que o criador é o mesmo, não lhe custava muito fazer o serviço.
Ainda que não tenha sido justo com a minha análise do jogo original (que podem ler aqui no blog), o certo é que ao longo dos anos e a jogar estes diferentes source ports, a minha paixão por este jogo cresceu imenso. Actualmente é o meu DooM favorito e o melhor da saga, sendo que esta nova versão do jogo só veio a acentuar mais isso. Façam um favor a vocês mesmos se gostam de DooM e joguem isto pois é sem dúvida alguma um verdadeiro JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
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