A arte deste jogo é um mimo. |
Publicado por: 505 Games
Director: Shutaro Iida
Produtor(es): Koji Igarashi
Artista: Yuji Natsume
Argumentista: Koji Igarashi
Compositor(es): Michiru Yamane, Keisuke Ito, Ryusuke Fujioka
Motor gráfico: Unreal Engine 4
Plataforma(s): PlayStation 4, Xbox One, PC, Nintendo Switch
Lançamento: 18-06-2019 (Lançamento Mundial), 25-06-2019 (Nintendo Switch)
Lançamento: 18-06-2019 (Lançamento Mundial), 25-06-2019 (Nintendo Switch)
Género(s): Plataformas, Metroidvania
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Outros modos extra para um jogador
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Outros modos extra para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (~17GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com função de vibração do DualShock4, HD 720p, 1080i, 1080p, Suporte Remote Play com PSVita, PS4 Pro Enhanced
Estado: CompletoFuncionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (~17GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com função de vibração do DualShock4, HD 720p, 1080i, 1080p, Suporte Remote Play com PSVita, PS4 Pro Enhanced
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez com mais de 40 horas de jogo e platina alcançada.
Sem nenhum autocolante foleiro. |
Castlevania é daquelas palavras que não vos será estranha se andam nisto dos jogos há vários anos e se forem com eu, muito provavelmente é uma das vossas sagas favoritas. Mas como a história nem sempre é meiga, algumas das nossas sagas favoritas andam pelas ruas da amargura hoje em dia e esta é certamente uma delas. Considerando que os últimos jogos desta saga não foram recebidos com grande ânimo e a Konami prefere lucrar com máquinas de pachinko e jogos de qualidade dúbia, Castlevania está neste momento defunta a meu ver. Eis que um dos nomes mais associados à saga, Koji Igarashi decidiu lançar um projecto financiado através do Kickstarter de forma a criar um novo jogo que mantivesse o espírito do seu maior sucesso: Symphony of the Night. Escusado será dizer que isto abalou a internet como se fosse um sismo, angariando mais de 5.5 milhões de dólares, tornando-o numa das mais bem sucedidas campanhas de sempre. Este meu exemplar aterrou na colecção no dia de lançamento, tendo custado 35 euros e como bónus por ter feito pré-reserva (sim, abri uma excepção para este mas odeio o conceito) recebi ainda um steelbook que actualmente devido ao parasitismo parece custar mais do que o próprio jogo.
Disco e interior deslavado. |
Bloodstained: Ritual of the Night marca assim o regresso de Koji Igarashi nesta sua demanda por nos trazer o melhor Metroidvania depois de Symphony of the Night. Mas será que consegue? Não, a resposta é mesmo não mas anda lá perto e o certo é que conseguiu produzir um excelente jogo apesar de alguns contratempos. A história decorre algures no século 18 onde alquimistas conseguiram a proeza de fundir demónios em humanos aos quais chamaram Shardbinders, devido à sua habilidade em absorver cristais demoníacos e assim poder fazer uso dos seus poderes. Claro que isto deu para o torto e a destruição seguiu-se tendo apenas sobrevivido dois: Gebel e Miriam, sendo que esta última apenas o conseguiu porque caiu num sono profundo (videojogos...). Dez anos mais tarde, Miriam acorda e fica a saber que Gebel anda a fazer das suas ao invocar demónios para destruir o mundo e decide assim, juntamente com Johannes, um antigo membro da guilda de alquimistas, ir atrás de Gebel. E o resto já se sabe...
Interior do steelbook. |
Algo que inicialmente me fez torcer o nariz foi toda a parte visual do jogo. Sendo fã de Castlevania desde que me lembro, uma das coisas que sempre apreciei na saga foi a pixel art que sempre nos ofereceu, com imensos pormenores e detalhes deliciosos um pouco por toda a parte. Mas isto não é Castlevania e estamos no séculos XXI portanto decidiram fazer as coisas utilizando uma combinação de grafismo 3D e cel shading com o Unreal Engine 4, algo que depois de ver em acção até nem desgostei e até me habituei rapidamente a apreciar o que aqui foi feito. Os visuais são bastante variados, com imensos locais a explorar e bastante detalhe por todo o lado, desde os cenários até aos inimigos que nos surgem de todas as formas e tamanhos, com animações bastante boas e uma fluidez competente, sendo que a acção decorre a 60fps ainda que existam algumas quebras notórios em certos locais onde as coisas são mais pesadas. Ainda assim, com o patch mais recente o jogo é bem mais estável do que na versão inicial onde estas quebras eram alarmantes, sobretudo em dois bosses. Como é óbvio, preferia ver tudo isto em 2D, com pixel art a condizer mas este 2.5D não está nada mal e diria que se aguentaram o 2.5D do Dracula X Chronicles, este de Bloodstained é um verdadeiro luxo.
Este boss é... grande. Mas não é grande coisa. |
Sonoramente, Bloodstained: Ritual of the Night é um mimo. Michiru Yamane regressa para compor as faixas que populam toda a extensão do jogo onde podemos ouvir temas que imediatamente nos remetem para jogos da saga Castlevania devido à sua semelhança extrema com esses. Qualquer um dos temas neste jogo facilmente nos consegue levar de volta aos locais onde os ouvimos e é sem dúvida um prazer de ouvir mesmo fora do contexto de jogo. O voice acting é também bastante bom ainda que os diálogos não sejam nada de extremamente complexo, com boas performances por parte do actores, alguns que vamos reconhecer de imediato como é o caso de David Hayter, o eterno Solid Snake, que dá a voz a Zangetsu e Robert Belgrade, que dá a voz a Orlok Dracule e os mais entendidos certamente o reconhecerão como sendo a voz de Alucard. Neste caso, diria que até prefiro ouvir as vozes em inglês do que em japonês, o que é raro para mim. Os efeitos sonoros também cumprem o seu papel de forma competente, mantendo aquele espírito de Castlevania um pouco por toda a parte.
Se procurarem bem acham este local. |
Chegando à jogabilidade já sabemos o que podemos esperar deste título, com imenso por explorar e muitas horas de jogo pela frente. O controlo de Miriam é preciso e fluido, podendo a mesma combater as hordas inimigas fazendo uso de diferentes armas e claro, das shards que vai recolhendo ao derrotar inimigos. Todos os inimigos deste jogo têm algo a nos dar, que vai desde habilidades passivas, activas, bélicas e defensivas, resultando numa vasta multitude de combinações possíveis. Algumas destas são imperativas para se poder progredir na história como seria de esperar. Como bom Metroidvania que é, existem muitos segredos a serem descobertos bem como zonas secretas que nos irão surpreender num vasto labirinto de salas e corredores, como seria de esperar neste género. Miriam pode ainda ganhar experiência ao subir de nível, equipar diversas peças de equipamento defensivo e ainda usar os Familiars, que nos ajudam na nossa demanda e também evoluem com o seu uso.
O irmão perdido de Alurcard... |
Mas tudo se torna mais complexo pelo facto de jogo nos oferecer a possibilidade de evoluirmos as shards, sejam em Rank ou Grade, algo que é feito ao recolher shards do mesmo tipo e usando a ajuda de Johannes com combinações de itens para o efeito. Não somente isto, mas podemos também criar diferentes tipos de comida para ganhar novos atributos e completar uma das diversas side quests que nos são facultadas por alguns NPCs. Johannes também nos permite criar novas armas, equipamentos e itens com estas combinações de itens via alquimia o que faz com que os mais persistentes (assim como eu) procurem tudo e mais alguma coisa ao longo do jogo. E isto é daquelas coisas que me deu um gozo imenso fazer pois o combate é divertido, sobretudo no que concerne aos bosses e em especial aqueles que são secretos e inicialmente são um verdadeiro desafio mas posteriormente tornam-se bastante fáceis.
BAM! Platina fácil... |
Tal como em jogos da saga Castlevania, Bloodstained: Ritual of the Night contém mais do que um final e isso cabe-nos descobrir como os alcançar ainda que não seja de todo um quebra cabeças. A longevidade do jogo pareceu-me um pouco inferior à de Symphony of the Night, a título de exemplo que tinha o castelo invertido e por si só era uma nova aventura, mas ainda assim há muitos locais a explorar para além daqueles que são de passagem obrigatória. Sendo fruto de um projecto de Kickstarter, muitas promessas foram feitas mas nem todas foram cumpridas (esperemos que ainda). O jogo inclui três dificuldades: Normal, Hard e Nightmare mas estas duas últimas têm de ser desbloqueadas ao terminar as anteriores, algo que a meu ver não acrescenta nada ao jogo a não ser desafio. Existe ainda um New Game+, Bosh Rush Mode e Randomizer que por si só apesar de serem bons extras não me fazem continuar a jogar e não têm troféus associados. No último patch introduziu-se ainda Zangetsu como personagem jogável, que é uma espécie de Richter/Julius/qualquer outro Belmont em Metroidvania, e faz com que o jogo seja bem mais fácil logo desde o início. Contudo, não consegui gostar de jogar com ele pois não é certamente um Richter Belmont em termos de jogabilidade e passado uma ou duas horas o jogou crashou (pela primeira vez em mais de 40 horas com Miriam), algo que me acontecia quando o jogo ainda não tinha este patch e me fez desistir de jogar quase durante um ano desde o lançamento.
Bloodstained: Ritual of the Night conseguiu surpreender-me pela positiva mas deixa-me crer que podiam ter feito muito melhor se tivessem enveredado por outro caminho. Mas no que concerne a Metroidvania, é sem dúvida um dos melhores e mais divertidos que joguei nos últimos 10 anos e só por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
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