30 de agosto de 2020

Wolfenstein II: The New Colossus

B.J. todo estiloso!
Desenvolvido por:
Machine Games
Publicado por: Bethesda Softworks 
Director: Jens Matthies 
Produtor: John Jennings 
Designer(s): Andreas Öjerfors, Arcade Berg, Aydin Afzoud 
Artista: Axel Torvenius
Compositor(es): Mick Gordon, Martin Stig Andersen 
Plataforma(s): PlayStation 4, Xbox One, PC, Nintendo Switch
Lançamento: 27-10-2017 (Lançamento Mundial), 19-06-2019 (Nintendo Switch)
Género(s): First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador 
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (~60GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com função de vibração do DualShock4, HD 720p, 1080i, 1080p, Suporte Remote Play com PSVita, PS4 Pro Enhanced
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o uma vez na dificuldade normal e outra na dificuldade abaixo da máxima. A platina deste jogo é virtualmente impossível.
 
Sem autocolantes!
Wolfenstein 3D é provavelmente dos jogos mais antigos que me lembro de jogar no velhinho 286 mas a série remonta a computadores mais arcaicos muito antes disso assumindo uma forma bastante diferente daquela que popularizou a série. Em vez de andarmos aos tiros a tudo quanto era inimigo, a série começou por ser os primórdios da chamada Stealth Action, algo que ganhou tracção com a saga Metal Gear mas que foi em Castle Wolfenstein onde tudo começou. Obviamente isso perdeu-se com o tempo mas ganhou novamente vida com o reboot da série em 2014 onde se combinou o bom dos FPS com o bom da Stealth Action. Deste modo a saga Wolfenstein ganhou nova vida e foi uma lufada de ar fresco no género FPS que estava estagnado no tempo com a fórmula a ser sempre a mesma e sem divertimento nenhum. Em 2017, após outro bom jogo pelo meio já aqui analisado, surgiu a esperada sequela mas nem tudo se manteve tal e qual o reboot o fez. Este meu exemplar foi adquirido algures durante Julho e Agosto de 2019, oriundo de uma loja online e deve ter custado abaixo dos 20€ embora não me recorde ao certo.
 
 
Papelada e disco.
Wolfenstein II: The New Colossus é a sequela directa de The New Order, um excelente jogo nesta antiga série, onde calçamos a botas do eterno William B.J. Blazkowicz na sua demanda em acabar de vez com o regime nazi que ganhou força nesta visão distópica da história da humanidade e conseguiu não só ganhar a guerra mas também bombardear os Estados Unidos deixando grande parte dizimada. Nesta continuação vamos ver um B.J. enfraquecido pela luta, às portas da morte enquanto tem de continuar a enfrentar este chamado colosso de inimigo que são os alemães. Contudo agora a luta passa-se ao longo de várias zonas no continente americano com algumas caras conhecidas a fazer o seu regresso e outras tantas novas a serem introduzidas. Este jogo tenta também ser mais dramático, mais pessoal, sobretudo no que toca a B.J. mas depois noutras alturas parece um filme de série B com cenas que não lembram a ninguém...

Um inlay interessante.
Fazendo uso do idTech 6, já visto anteriormente em DooM, Wolfenstein II - The New Colossus mostra uns visuais superiores aos dos dois jogos anteriores com mais efeitos e partículas, melhores texturas e streaming das mesmas e isto mantendo os 60 frames ao longo da sua duração, podendo o utilizador optar por isto em conjunto com resolução dinâmica, onde o jogo escala a mesma em partes mais acesas em termos de acção, ou simplesmente manter uma resolução fixa a troco de alguns drops de frames e até slowdown. É aquilo que se pode chamar uma faca de dois gumes mas é sempre bem vindo pois são opções distintas com resultados diferentes e isso nas consolas tem cada vez mais vindo a ser comum. Em termos de grafismo temos personagens bastante detalhadas, com pormenores deliciosos mas nem todas têm um look realista como alguns podiam esperar. Os cenários são variados embora seja tudo muito idêntico e caótico com algumas zonas mais compostas mas grande parte completamente em ruínas. Mas é sem dúvida um prazer apreciar todo o detalhe colocado em cada local pois há mesmo muita coisa que podemos ver e apreciar depois de limpar todos os mauzões.
 
Mesmo sentado, B.J. é um badass!
Em termos sonoros, a banda sonora opta por uma vertente dinâmica com temas a cargo de Mick Gordon e outros compositores que oscila entre o industrial e o rock, com muita distorção pelo meio. Em escaramuças mais intensas a música faz-se mesmo sentir ao passo que noutras situações mais sossegadas ou stealth temos temas mais calmos ou somente som ambiente. Os efeitos sonoros são excelente, com imensos sons de armas e disparos que quase se conseguem sentir devido à pujança que debitam, bem como tudo o que é som mecânico. O voice-acting é também bastante bom, com óptimas performances, diálogos que vão do sério ao cringey mas sem nunca passarem do limite aceitável. Algo que gosto particularmente é o sotaque de certas personagens, que vão desde os próprios alemães a outras que parecem oriundas da Rússia ou países de leste. A diversidade é sempre bem vinda neste campo.
 
Estes gajos são rijos.
Onde as coisas mudaram ligeiramente foi no campo da jogabilidade e mecânica em geral. Embora tudo se processe do mesmo modo que os jogos anteriores, Wolfenstein II: The New Colossus opta por ser open ended em vez de ser um FPS linear composto por níveis. Isto traduz-se fundamentalmente num jogo onde vamos invariavelmente fazer backtracking ao longo dos mesmos cenários várias vezes se quisermos fazer as sidequests que o jogo introduz bem como apanhar os gadgets que deixamos para trás em detrimento daquele que escolhemos para avançar na história. Continua a existir a progressão em 3 skilltrees diferentes que vão desde stealth, combate e gunplay, algo que é bem mais fácil de concretizar do que nos jogos anteriores, bem como um arsenal vasto e variado de armas com resultados de carnificina variados. Deste modo temos uma espécie de hub central que é o nosso submarino roubados ao nazis, onde podemos escolher o nosso próximo objectivo e interagir com as diversas personagens que populam o mesmo.
 
Os takedowns são sempre viscerais.
A meu ver, a fórmula linear dos anteriores funcionava melhor pois era tudo mais simples e sem grandes distracções, algo que em Wolfenstein II: The New Colossus existe após cada capítulo de história pois ao desbloquear zonas podemos novamente visitá-las e até aceder a novos locais. Isto pode ser interessante da primeira vez mas depois torna-se repetitivo pois o objectivo invariavelmente é sempre matar um alto cargo nazi, encontrar upgrades que nos passaram ao lado entre outros objectivos. Podemos apenas focarmo-nos na história mas para alguns pode ser uma desilusão pois é bem mais curta que a dos jogos anteriores, sem uma luta final digna mas embora o final do jogo seja satisfatório de certo modo. Claro que uma das partes que mais importa, o combate é sem dúvida soberbo e divertido, especialmente porque podemos abordar as situações de várias maneiras, com stealth se for caso disso ou guns blazing com duas caçadeiras a semear o terror. E os inimigos são também mais rijos, com muitos deles mecânicos embora tenham modificado alguns que nos jogos anteriores eram muito mais agressivos como é o caso dos Panzerhunds.
 
Esta tipa é o demónio!
Wolfenstein II: The New Colossus é um bom jogo mas como sequela não posso dizer que tenha gostado a 100% devido a esta mudança de direcção e ritmo. Isto parece ser recorrente com alguns FPS recentes (o Shadow Warrior 2 é outro exemplo mas ainda não  joguei) mas espero que não se torne moda pois quando uma fórmula resulta não se mexe, apenas se melhora. Existem ainda DLCs que não joguei pois não me apetece pagar por conteúdo extra que devia ser gratuito. Pode ser que um dia isso mude mas até lá temos aqui mais um JOGALHÃO DE FORÇA!

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

Sem comentários:

Enviar um comentário