Pelo menos mantiveram a arte original. |
Publicado por: Capcom
Artista: Keiji Inafune
Compositor(es): Kinuyo Yamashita
Plataforma(s): Sega Mega Drive, Sega Mega Drive Mini
Lançamento: 21-10-1994 (JP), 03-04-1995 (EU), 31-12-1994 (EUA/Sega Channel) (Original)
Género(s): Acção, Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartucho (Original)
Outros nomes: RockMan: Mega World (JP)
Media: Formato Digital
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei cada jogo uma vez.
Não há muito que ver atrás. |
Eis-nos de volta à Mega Drive Mini para continuar a explorar o seu catálogo seleccionado com o melhor do melhor que a Mega Drive tem para oferecer. Bom, isto não é de todo a mais pura das verdades pois há ali uns quantos jogos que mais valia terem ficado de fora a favor de outros que considero bem melhores e merecedores do lugar mas o certo é que ainda há bastante por explorar. Não sendo de todo fã de Mega Man, com o tempo passei a apreciar melhor esta saga que conta com uma lista enorme de títulos espalhados por diversos sistemas e gerações. E foi em boa altura que peguei neste Mega Man - The Wily Wars, uma compilação dos três primeiros jogos de NES com uma camada de tinta fresca e mais alguns extras interessantes. Sempre achei que este jogo não era bom, que tinha algo de esquisito mas agora tirei as dúvidas todas.
Este tipo adora andar aos saltos. |
Mega Man: The Wily Wars pega nos três primeiros jogos de NES e dá-lhes nova vida por assim dizer mantendo tudo aquilo que os caracteriza, desde as personagens, e claro, sem esquecer a dificuldade pela qual esta saga ficou conhecida e ainda hoje provoca tantas dores de cabeça e palavrões proferidos em direcção à televisão. O jogo em si já apareceu tardiamente no ciclo de vida da Mega Drive tendo saído no final de 94 no Japão e chegado à Europa em 95. E fomos uns privilegiados pois nos Estados Unidos ou jogo só esteve disponível no serviço Sega Channel o que faz com que hoje em dia a procura seja elevada e o seu preço por vezes absurdo. Mas felizmente, temos agora esta alternativa legal de desfrutar das sua imensa frustração.
Olhó sapo! |
Como seria de esperar, os visuais sofreram um makeover agora com muito mais cores no ecrã, sem flickering e com mais detalhe adicionado, sobretudo aos cenários onde existem elementos adicionais de background como por exemplo nuvens que na NES eram inexistentes. Em algumas instâncias até se modificaram alguns dos cenários mas mantendo sempre o mesmo design que caracteriza estes jogos. O mesmo se pode dizer dos sprites que mantêm a mesma forma excepto o do próprio Mega Man que parece ligeiramente mais alto e menos atarracado que na NES.
Deves pensar que és Zeus! |
No que concerne ao áudio, Mega Man: The Wily Wars conta com a mesma banda sonora dos três jogos originais adaptada para o hardware da Mega Drive. Ainda que os temas sejam exactamente os mesmos, a sonoridade é obviamente diferente e isso é algo que se sente logo desde de início pois algumas músicas soam-me pior que as originais, talvez por me parecer que falta algum impacto na composição das mesmas. Ainda assim são perfeitamente audíveis no contexto do jogo. Os efeitos sonoros sofrem do mesmo "problema" ainda que isso não seja um mal para todos, para mim parecem-me estranhos e com falta de algo.
Há sempre algo que dá choque. |
Onde realmente se sente a maior diferença e possivelmente a mais notória é na jogabilidade. Embora a adaptação do controlo tenha sido bem feita, neste Mega Man: The Wily Wars nota-se logo à partida que o controlo do Blue Bomber é diferente, mais lento, com saltos muito mais floaty e com aquela sensação que a personagem cola ao chão. Isto é particularmente sentido quando tentamos dar o famoso passinho que nos permite aproximar das beiras com cuidado por forma a executar saltos de precisão. Neste jogo, esse passinho demora uns frames a mais do que é normal na versão NES e isso causa logo uma estranha sensação de que algo está errado com o jogo. Esta é possivelmente a principal e maior crítica que se faz ao jogo mal se começa a jogar e algo que pode afectar profundamente o desenrolar da acção caso não se habituem a isto. Pessoalmente achei esta alteração péssima e custou-me a habituar ao início mas decidi dar uma chance ao jogo e ao final de algum tempo já me tinha habituado ao crap factor que isto constitui. Deste modo foi possível explorar os três jogos e descobrir algumas diferenças ou pequenas modificações feitas.
Por vezes as coisas aquecem... |
Usando o Mega Man 2 como exemplo pois acabei esse na NES Mini, notei que alguns bosses são mais difíceis mas outros são bem mais fáceis. Isto também muito por culpa de um exploit que existe na NES e foi omitido na Mega Drive, mas os bosses que foram tornados mais fáceis nesta versão deve-se ao facto dos seus projécteis serem mais lentos, como é o caso do último boss. Outra diferença é a ausência de passwords em detrimento de um sistema de save que no fundo faz o mesmo serviço. Mas o melhor desta colectânea só se desbloqueia depois de terminar os três jogos e dá pelo nome de Wily Tower, onde podemos defrontar três novos inimigos que parecem saídos de Mega Man X devido ao seu design e que são inspirados na famosa história de Journey to the West. Por outro lado, neste modo temos acesso ao todas as armas e powerups dos três jogos que podemos escolher ao nosso gosto antes de cada nível. Este modelo por si só poderia ter sido um Mega Man exclusivo da Mega Drive pois funciona muito bem e a dificuldade é bem mais ajustada que a dos três jogos originais. É uma pena que não tenham seguido este caminho ou até feito uma sequela baseada nisto pois foi aqui que realmente achei o jogo mais divertido.
Em suma, Mega Man: The Wily Wars é uma boa colectânea caso se ambientem ao "novo" controlo pois estão aqui três bons jogos, com os seus altos e baixos característicos e um extra que vale bem a pena passar pelo desafio de os completar todos. Mas no final de contas não justifica os preços elevados que pedem pelo original e jogar na Mega Drive Mini será mesmo a melhor opção (a menos que prefiram os meios poucos ortodoxos que todos conhecemos pois essa é mesmo a melhor opção). E como tal não deixa de ser mais um JOGALHÃO DE FORÇA!
MURRALHÕES DE FORÇA:
A gente associa Mega Man com Nintendo que fica estranho vê-lo na SEGA. :) Esse negócio da velocidade do jogo pode ser crucial, um game mais lento pode continuar interessante e legal mas pode se perder a identidade do ritmo do Mega Man original. Fantástica essa troca de passwords por saves... que bom se o NES pudesse ter saves. Me parece que este jogo é preciso jogá-lo com o coração aberto. Sem expectativas. Aí sim poderá ser proveitoso.
ResponderEliminarQuando o experimentei a primeira vez na Mega Drive Mini torci o nariz mas depois insisti em continuar a jogar e revelou ser uma boa surpresa. E claro, com save sates da consola ajuda sempre pois mesmo com o sistema de save interno, os últimos níveis são uma espécie de gauntlet e não permitem gravar com frequência.
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