2ª variante da capa. |
Publicado por: Sega
Director: Kenji Orimo
Produtor: Kenji Orimo
Artista(s): Yoshitaka Tamaki, Hidehiro Yoshida
Argumentista: Shinya Nishigaki
Compositor(es): Motoaki Takenouchi
Plataforma(s): Sega Mega Drive, Sega Mega Drive Mini, Wii (Virtual Console), PC (Steam)
Lançamento: 30-10-1992 (JP), Outubro de 1993 (EU), Algures em 1993 (EUA) (Original)
Género(s): Acção, Plataformas, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Funcionalidades: Gravação de progresso no cartucho (Original)
Outros nomes: Landstalker: The Treasures of King Nole (ランドストーカー 皇帝の財宝, Randosutōkā: Kōtei no Zaihō) (JP)
Media: Formato Digital
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez e chega.
A respectiva traseira. |
Voltando a explorar o catálogo da Mega Drive Mini eis que me deparo com um daqueles jogos que sempre quis experimentar mas que por ironia do destino nunca tive oportunidade de o fazer pois ninguém o tinha na altura em que era miúdo e ocasionalmente tinha uma Mega Drive emprestada cá por casa. Recordo-me de o ver à venda e havia qualquer coisa na capa que me chamava à atenção embora hoje em dia considere esta cover art terrível ainda que não seja do pior que por aí exista. Mesmo após ter descoberto as maravilhas da emulação em PC, nunca mais me lembrei deste jogo até ao aparecimento da Mega Drive Mini onde o mesmo vem incluído. Foi só uma questão de tempo até pegar no dito e começar a jogar podendo assim satisfazer a curiosidade que durava há anos. Mas será que valeu a pena? Já vamos confirmar isso.
O mapa não é de todo útil. |
Landstalker, também conhecido por Landstalker: The Treasures of King Nole, coloca-nos no papel de Nigel, um "jovem" caçador de tesouros que anda à procura de pistas que o levem ao famoso tesouro do rei Nole. Pelo caminho encontra Friday, uma pequena fada que anda a ser perseguida por bandidos pelo simples facto de conhecer a localização exacta do tesouro e decide então ajudá-la. Claro que Friday não sabe a localização e apenas tem um feeling sobre a mesma e é aqui que realmente começa a aventura cheia de peripécias. Note-se que disse "jovem" mas Nigel tem de facto 88 anos.
Este senhor grava-nos o progresso. |
Na parte visual, Landstalker é sem dúvida um jogo bonito com um grafismo colorido e com bastante detalhe, onde os sprites são grandes, desde a nossa personagem, passando pelos NPCs e sem esquecer os inimigos. Os locais apesar de terem alguma variedade começam a tornar-se muito idênticos sobretudo fora das cidades e dentro das masmorras onde apenas a palete de cores é ligeiramente alterada. As animações também são bastante simples no geral e existe algum slowdown quando estão muitos sprites em simultâneo no ecrã, algo que raramente acontece a não ser numa ou outra zona. A perspectiva isométrica escolhida para este jogo confere-lhe um toque único e que o distingue de outros jogos dentro do género mas ao mesmo tempo acarreta outros males típicos da mesma.
Quem é que achou que isto era boa ideia?! |
Sonoramente, Landstalker tem uma banda sonora bastante catchy com temas variados que podem ser ouvidos ao longo do jogo e em diferentes zonas. Embora comecem a ser usados com frequência ao final de algum tempo não se tornam monótonos nem incomodativos. Os efeitos sonoros diria que são um misto pois embora sejam funcionais, os dos inimigos são todos iguais. Qualquer que seja o inimigo que defrontemos, os sons que ouvimos ao atingi-los e quando morrem são os mesmos para todos. Considerando que há inimigos que são literalmente bolhas e que grunhem e gritam quando derrotados, é um tanto ou tão pouco esquisito. Creio que podiam ter tido um pouco mais de cuidado neste aspecto mas é um mal que considero menor, embora bem estranho.
Friday, sua aldrabona! |
Chegando à jogabilidade, Landstalker é daqueles jogos que tem tanto de bom quanto de mau. O controlo de Nigel é de fácil aprendizagem podendo este atacar com a espada, movimentar-se em quatro direcções, fruto dos limites desta perspectiva, e saltar, algo que vamos fazer com muita frequência neste jogo e não é de todo algo positivo. O grande problema prende-se com o facto de não existirem sombras nem para Nigel, nem para os inimigos ou objectos. Muitas partes deste jogo obrigam-nos a saltar entre plataformas sem nenhuma dica visual, que por norma vemos nas sombras. Assim vamos ter imensos momentos de frustração mesmo sabendo que podemos controlar a direcção do salto no ar pois existem várias instâncias em que temos de o fazer. E não existe nada pior que falhar um salto e cair diversos patamares abaixo tendo de voltar a fazer tudo de novo (abençoados save states). Também devido a esta perspectiva isométrica, a travessia em alguns cenários pode revelar-se um desafio pois existem caminhos escondidos bem como cofres a encontrar.
Vamos combater muitas destas bolhas... |
Não somente isto, existem inúmeros puzzles que vão desde o simples ao enfurecedor devido não só ao design dos mesmos mas aos limites de tempo ridículos que temos para os fazer, sobretudo quando se trata de abrir portas e correr antes que fechem. O combate torna-se trivial pois os inimigos começam fáceis e vão ficando mais agressivos e com mais vida, sendo que outro problema é diversidade dos mesmos uma vez que começam a ser utilizadas palette swaps para denominar inimigos mais fortes e rapidamente tudo se torna bastante repetitivo. Derrotar inimigos ocasionalmente recompensa-nos com itens mas recebemos sempre dinheiro pelo feito, dinheiro este que é sempre em quantias pequenas e para termos uma fortuna para gastar temos de grindar imenso. Nigel pode ainda encontrar/adquirir novo equipamento que lhe aumenta a resistência e o ataque, com algumas espadas a terem efeitos especiais, bem como outros itens diversos que permitem curar vida e outras maleitas, ainda que alguns achei perfeitamente inúteis. Nas cidades existem algumas actividades para fazer como mini jogos ou estabelecimentos onde podemos comprar itens, pernoitar e gravar o progresso. Algo que também não gosto é o facto de não termos um mapa que possamos utilizar em qualquer altura pelo que este só pode ser consultado em certos estabelecimentos.
Landstalker podia ter sido um clássico ao nível de um The Legend of Zelda mas fica muito abaixo desse patamar sendo apenas conhecido por ser um jogo com uma perspectiva visual diferente do habitual naquela época. Creio que não perdi muito em não ter jogado isto naquela altura e provavelmente se o tivesse feito não teria tido paciência para chegar longe, algo que se não fossem os save states actualmente também não teria acontecido. Mas ainda assim teve os seus momentos e por isso mesmo é um JOGALHÃO DE FORÇA!
Realmente ele acabou ficando mais conhecido pelo estilo do visual da tela (ecrã), do que pelo jogo em si. :) A cover da versão japonesa é um pouco mais bonita. Nunca joguei, mas vou experimentar qualquer dia desses.
ResponderEliminarSim, a arte japonesa não desaponta como é habitual. Mas nestes tempos a arte escolhida para o ocidente, sobretudo para as versões americanas era terrível. Na Europa sempre tivemos mais sorte com isso.
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