Mais uma capa custom feita pelo je. |
Publicado por: Inti Creates
Director: Hiroki Miyazawa
Produtor: Koji Igarashi
Designer: Hiroki Yunoki
Artista(s): Yuji Natsume, Yuta Watanabe, Shin Nakamura
Argumentista: Koji Igarashi
Compositor(es): Michiru Yamane, Ippo Yamada, Aoi Takeda, Takumi Sato, Hiroaki Sano, Ryo Kawakami, Ryo Yoshinaga
Plataforma(s): Nintendo Switch, PlayStation4, XboxOne, PC
Lançamento: 10-07-2020 (Lançamento Mundial)
Género(s): Acção, Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um ou dois jogadores co-op (local), Boss Rush Mode
Funcionalidades: Gravação de progresso na consola/MicroSD, HD 720p, 1080p, TV Mode, Tabletop Mode e Portable Mode
Media: Formato Digital (110MB)
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei cada episódio uma vez tendo visto os respectivos finais e desbloqueado os modos extra.
E a respectiva traseira. |
Quando Bloodstained: Ritual of the Night foi anunciado a internet entrou em rebuliço pois era daquelas coisas que muitos esperavam mas ninguém acreditava que iria ver a luz do dia. Anos mais tarde o jogo é lançado e teve uma recepção calorosa ainda que apinhada de problemas técnicos e as maleitas do costume. Mas a essência de Castlevania estava toda lá e isso é aquilo que se deve considerar como importante, até porque nos dias que correm é "normal" os jogos terem bugs, crasharem e sabe-se lá mais o quê, fruto desta geração apostada cada vez mais no digital e nos patches. Contudo, antes deste jogo sair, foi lançado Curse of the Moon, uma espécie de companion game prometido por se ter atingido um dos alvos do Kickstarter. E este sim, foi uma enorme surpresa e uma bonita carta de amor aos Castlevania clássicos sem ficar comprometido pela dificuldade e problemas técnicos desses jogos. E como foi um jogo com um sucesso que nem os criadores provavelmente esperavam, toca de assim alguns poucos anos mais tarde lançar uma sequela para surpresa de todos. Mas já se sabe que nem todas as sequelas vivem para chegar aos calcanhares do original e esta bem tentou mas fica alguns pontos abaixo por inúmeros motivos. Este exemplar digital chegou à colecção algures em Outubro de 2020, numa promo da eShop tendo fica por cerca de 9 euros.
Zangetsu continua a fazer aquilo que sabe. |
Bloodstained: Curse of the Moon 2 decorre algum tempo depois dos eventos do primeiro jogo, onde uma exorcista da igreja chamada Dominique descobre uma misteriosa torre cujo propósito é invocar um castelo demoníaco. Não contente com tal facto decide chamar Zangetsu, o famoso caçador de demónios do Oriente, para uma vez mais tomar conta da ocorrência. Pelo caminho irá encontrar novos aliados bem como novos perigos ainda que nem tudo seja o que parece. E o resto já sabemos que à acção à antiga.
Para primeiro boss, este tipo é overkill. |
Algo que não mudou certamente foi toda a parte visual que se mantém inalterada pois quando algo funciona não se mexe. Assim o grafismo retro 8-bit está de regresso em toda a sua glória e brilhantismo, com sprites de vários tamanhos e animações competentes, imenso detalhe nos cenários e inimigos, bem como uma variedade agradável de cenários que podemos explorar durante a nossa demanda. Os bosses já se sabe que assumem dimensões gigantescas, algo que na era da NES só era possível com alguns truques visuais mas aqui não há nenhuma necessidade de sacrificar a parte técnica. O jogo corre a 60fps como seria de esperar sem nenhum slowdown e o modo portátil a 720p é perfeito. Entre níveis assistimos a algumas cenas bastante engraçadas entre personagens com o mapa a servir de fundo. Um dos pontos fortes do jogo original era a sua banda sonora mas esta sequela fica abaixo alguns patamares na minha modesta opinião. Embora tenha algumas faixas memoráveis e com uma sonoridade agradável, outra tantas não deixam saudades nem tão pouco têm o impacto das do original. Há uma que considero particularmente irritante pelos sons que utiliza e por entrar em loop muito rapidamente. Já os efeitos sonoros são exactamente os mesmos, com um ou outro novo e funciona tudo na perfeição como seria de esperar.
Hachi é provavelmente a melhor personagem. |
No campo da jogabilidade não existem grandes diferenças a não ser termos novas personagens para controlar como é o caso de Dominique, Robert e Hachi. A primeira é bastante útil pois não só usa uma lança que permite atacar na horizontal e vertical mas também salta mais alto e os ataques especiais incluem curar os outros membros da equipa e até ressuscitar algum se for caso disso. Também tem um ataque à lá Ducktales/Shovel Knight que é útil em certas zonas. Robert é provavelmente o mais inútil do grupo, com pouca vida e delay entre disparos, visto usar uma espingarda que recarrega a cada disparo. Contudo releva-se algo útil em certas partes apenas por ser long range. Também tem uma habilidade que permite fazer wall jump mas isto raramente ou nunca é usado. Já Hachi é o melhor do grupo pois tem mais vida, os seus ataques são ligeiramente mais fortes, pode destruir picos no caminho, não desliza no gelo e o ataque especial confere-lhe invencibilidade. Ah, e pode ainda pairar no ar durante alguns segundos após saltar. Zangetsu mantém-se inalterado mas vai ganhado habilidades ao longo do primeiro e segundo episódio que o tornam melhor (embora tenhamos a hipótese de abdicar delas no segundo).
Robert só prima por ser long range, de resto é caca. |
Isto leva-nos então à natureza "episódica" deste jogo. Existem quatro no total mas temos de os desbloquear não só terminando o anterior mas também cumprido certos requisitos. Só assim termos acesso ao final verdadeiro embora existam diversos finais. Isto pode parecer divertido mas no fundo é prolongar o jogo para lá de desejado pois não existe nada de novo a não ser usar diferentes rotas, algumas que só são possíveis de utilizar com certas personagens, incluindo as do primeiro jogo que só desbloqueiam sob certas condições. Por outro lado, no episódio final podemos escolher qualquer nível desde o início e até repeti-los vezes sem conta para acumular vidas ou somente para descobrir todos os power-ups de vida, força e defesa. A grande surpresa é talvez o facto de podermos jogar em co-op local com
um amigo e assim tornar a experiência mais agradável ou um pesadelo
ainda maior.
A dois deverá ser mais fácil... ou não! |
Algo que me fez torcer o nariz foi a dificuldade que desta vez é bem elevada logo a partir do terceiro nível, fazendo com que o jogo se torne frustrante em certa zonas, sobretudo nos bosses com padrões alternativos de ataque. Isto também existia no primeiro jogo mas não era assim tão difícil pois aqui esmeram-se e não foi de todo boa ideia. E refiro-me a jogar em Veteran, que para mim é o modo ideal entre desafio/dificuldade pois Casual não temos knockback e temos vidas infinitas. Mais tarde introduziram a dificuldade Legend onde os inimigos fazem respawn offscreen, temos tempo limite em cada nível e ao perder uma personagem conta como perder uma vida. Os modos extra incluem o habitual Boss Rush Mode que combina todos os bosses de todos os episódios e ainda o Single Mode, onde podemos enfrentar qualquer episódio com apenas uma personagem e assim temos finais alternativos. Mas depois de aguentar quatro episódios e repetir alguns níveis para lá do aceitável, com mais de 25 horas de jogo(!), não tive coragem de continuar. Talvez um dia quem sabe.
Bloodstained: Curse of the Moon 2 podia ser aquela sequela que destronava o seu antecessor mas ficou pelo caminho. As decisões tomadas para estender o jogo e a dificuldade que por vezes parece nem ter sido testada em certas partes, sobretudo em alguns bosses, faz com que fique na sombra do original que para mim se tornou um clássico instantâneo. Pode ser que um dia se decidam fazer o 3 e se redimam mas até lá este é um JOGALHÃO DE FORÇA!
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