12 de junho de 2011

Far Cry 2

Boa capa, o resto é que...
Desenvolvido por: Ubisoft Montreal
Publicado por: Ubisoft
Designer: Pierre Rivest
Compositor: Marc Canham
Motor gráfico: Dunia (Proprietário), Havok Physics
Plataforma(s): PlayStation 3, Xbox360. PC
Lançamento: 21-10-2008 (EUA), 24-10-2008 (EU)
Género: First Person Shooter, Sandbox
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer online até 16 jogadores
Media: Blu-Ray Dual Layer (50GB)
Funcionalidades: Instalação de 3.5GB no disco rígido, Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com Função de Vibração, Compatível com Sensor de Movimento, HD 720p, DLC adicional (mapas para multiplayer), Map Maker.
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma única vez e chega.

(Domingo, dia de sol!)

Autocolantes... damn!
Hoje em dia é comum fazerem-se sequelas de jogos que tiveram sucesso mas errar redondamente no processo. Quero com isto dizer, fazerem jogos piores do que os antecessores quando a ideia era melhor aquilo que já era bom. É possível mas requer talento e muita imaginação. De outra forma sai borrada. Mas também existe um factor importante que deve ser utilizado com ponderação sendo este a ambição. Fazer mais e melhor mas nas doses adequadas. O jogo de hoje é um excelente exemplo de como uma sequela pode ser pior do que o original em todos os aspectos, visto ser demasiado ambiciosa nos seus objectivos e prometer mais do que aquilo que oferece. Este meu exemplar, comprei-o quando saiu, na Fnac do Almada Fórum ao preço normal praticado no nosso país. Diria que é um dos poucos jogos que me arrependo de ter comprado.


Far Cry 2 é tido como sendo a sequela do famoso Far Cry mas a meu ver não tem nada de nada em comum a não ser o nome com um 2 à frente. O primeiro passava-se numa ilha, tinha uma história coerente com elementos sci-fi e era divertido. Este passa-se em África, tem uma história redundante e não tem piada nenhuma. Mas esmiuçando mais a coisa, podemos escolher uma de várias personagens à escolha, embora a história a seguir seja exactamente a mesma. A nossa missão é pôr termo à vida de Jackal, um negociante de armas que anda a fornecer ambas as facções, APR e UNLL e a alimentar a guerra. Claro que a coisa não corre bem para o nosso lado e contraímos malária. Mas é aqui que Jackal entra, pois salva-nos para que possamos continuar a nossa missão. Tipo curioso este...

Manual, papelada e disco.
Uma coisa que realmente este jogo tem de bom é mesmo o realismo que consegue transmitir a nível visual. O motor Dunia permite um ambiente completamente realista onde podemos ver todo o tipo de efeitos e pormenores visuais com extremo detalhe. Por exemplo, o vento influencia a trajectória de uma bala, a vegetação cresce algum tempo depois após ter sido cortada ou incendiada. E por falar em fogo, é provavelmente um dos jogos que melhor consegue representar este elemento virtualmente pois o fogo alastra-se de forma real numa savana e pouco ou nada numa selva imensa, após uma bruta chuvada. Como seria de esperar, existe um ciclo temporal de dia/noite e também atmosférico onde tanto está sol como chove a potes. Diria que neste campo, Far Cry realmente faz um óptimo trabalho. Contudo, embora apresente modelos tridimensionais coesos e bem conseguidos a nível de caracterização, a animação dos inimigos e NPC's deixa muito a desejar em certas ocasiões. As da nossa personagem são o oposto e estão bastante boas.

Deixando o grafismo para trás, na parte audível, Far Cry 2 também faz um excelente trabalho, com diálogos bem estruturados e voice-acting convincente. O som no geral é excelente, desde toda a composição ambiente aos barulhos das armas, que tentam ser o mais reais possível. A música, embora discreta, proporciona um bom complemento à acção, ainda que durante grande parte do tempo seja o som ambiente a assumir o papel principal. E neste aspecto não me queixo, pois prefiro que assim seja.

Inlay e mapa do jogo.
Obviamente Far Cry 2 tinha de falhar em algum lado e é precisamente no campo da jogabilidade e acima de tudo na mecânica de jogo. Ainda que seja essencialmente um FPS, tem toda uma estrutura de Sandbox, algo que pessoalmente não gosto nada de ver num FPS. Podia ser RPG, estilo Fallout, mantendo esta perspectiva mas nem isso chega a ser. Ao contrário do primeiro, que era um pouco linear, com alguma liberdade de movimento, Far Cry 2 opta por deixar o jogador fazer aquilo que lhe apetece. Podemos aliar-nos à facção que mais nos convém, sofrendo represálias da outra parte. As missões são-nos dadas pelos líderes das facções e consistem essencialmente em sabotar, roubar, matar e afins, sempre com uma recompensa em diamantes. Estes podem ser usados para comprar novas armas e outros itens que as complementam. Também os podemos encontrar espalhados pelo território com a ajuda do nosso GPS. O realismo neste campo também é elevado, pois as armas podem encravar e até explodir, devido à extrema utilização ou se as levarmos para a água/areia. Usar armas dos inimigos é um risco pois estão quase sempre com problemas. Por outro lado a nossa personagem pode sofrer todo o tipo de mazelas, desde partir dedos e braços, levar com balas e ter de as extrair, até sentir os efeitos da malária e ter de tomar a medicação adequada, que só nos é dada por certas personagens depois de termos salvo alguém.

Estes acidentes acontecem.
Ora tudo isto é muito bonito mas é aqui que começam os problemas. Para começar, o jogo tem 50km² de área (selva, montanha e savana) para explorar, o que significa andar muito a pé ou optar por um veículo, desde carros, jipes, barcos ou asa delta, para o fazer. Sempre podemos utilizar um autocarro que funciona como fast travel á la Fallout 3. No entanto palmilhar ou conduzir torna-se aborrecido pois os objectivos são sempre distantes por incrível que pareça. Por outro lado, as missões são repetitivas e tendem a existir em grande número até ao final do jogo. Podemos deambular e fazer algumas side missions, ajudar amigos que vamos encontrando no campo de batalha mas isso não quebra a monotonia, somente a agrava. Para piorar, a IA é tida como uma das melhores num jogo mas é um engano. Os inimigos reagem sem sequer nos verem e pior ainda, disparam na nossa direcção sem estarem virados para nós! Como se não bastasse, por mais checkpoints inimigos que limpemos, eles fazem respawn ao fim de algum tempo, só para tornarem o jogo ainda mais aborrecido, especialmente se vamos a fugir em plena missão. Far Cry 2 bate no fundo quando chega ao campo dos glitches e bugs, tal como referi a começar pela IA dos inimigos, passando pelas animações estranhas e terminando nos saves corruptos e personagens importantes para a história, desaparecerem misteriosamente. Na versão de PC isto resolve-se com ajuda da consola interna do jogo. Nas versões de PS3 e X360 choramos caso isto aconteça e não tivermos um savegame extra.

O grafismo é excelente.
O modo multiplayer do jogo experimentei-o uma vez e desisti logo. Os mapas não são nada intuitivos e os novatos são "violados à bruta" pelos outros que já vão mais à frente com melhores armas. Neste aspecto o jogo não é nada equilibrado e muito menos apelativo quando comparado com outros FPS. Existe ainda um MapMaker mas sinceramente não tive paciência para fazer mapas ainda que este modo se revele bastante completo para quem tiver tempo e pachorra para o utilizar.

Bom, penso que não preciso de continuar a descrever a desilusão que este jogo me causou pois já têm uma ideia. Se querem jogar Far Cry, joguem o primeiro, ou caso já o tenham feito, o Crysis é parecido e igualmente divertido. Este Far Cry 2 é de evitar. Ainda assim está na colecção e como tal é um JOGALHÃO DE FORÇA.

Amanhã regresso com um jogo diferente e bem melhor. :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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