|
Repro baseada nas caixas PAL e NTSC. |
Desenvolvido por: 3D Realms, Eurocom
Publicado por: GT Interactive
Motor gráfico: Build Engine
Plataforma: Nintendo 64
Lançamento: 16-11-1997 (?)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer para quatros jogadores
Media: Cartucho de 96 megabit
Funcionalidades: Compatível com N64 Memory Pak para gravação de progresso, Compatível com Rumble Pak.
Estado: Incompleto, falta a caixa e os manuais
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o várias vezes e muitas horas gastas no multiplayer.
(Tarda mas não falha! Como é fim de semana tenho desculpa.)
|
Parte traseira com tratamento repro. |
Censura. Sempre existiu e sempre existirá, um pouco por todo o lado. A sociedade institui um conjunto de normas e regras que fazem com que a censura existe mas no entanto em quantidades menores face ao antigamente. A televisão sempre foi um meio onde essa mesma é posta em prática com frequência, visto chegar a tanta gente. Os videojogos não são excepção pois durante algum tempo, foram alvo de pesadas políticas empresariais que visavam manter muitos elementos censurados devido a poderem gerar polémica e controvérsia em determinadas comunidades, nomeadamente as versões ocidentais e mais concretamente ainda, versões europeias. Hoje em dia, felizmente isso já não acontece e por norma, os únicos sítios onde censuram jogos é na Alemanha, Austrália e curiosamente no Japão, onde antigamente valia tudo. Bom, isto como é de calcular, tem tudo a ver com o jogo que trago aqui hoje, conhecido por ser polémico, atrevido mas acima de tudo extremamente divertido. Chegou-me à colecção em 1998, mais coisa, menos coisa, oriundo de parte incerta e a custo zero. Daí não ter nem caixa nem manual pelo que agradecia que alguma alminha me arranjasse esses itens em falta. Negoceio sempre pelo preço justo se for caso disso. :)
|
O cartucho badass! |
Duke Nukem 64, é um
FPS bem conhecido do público em geral quer pela sua violência altamente controversa, quer pela personagem icónica que encarnamos durante a aventura -
Duke! A história não é nada que já não tenhamos visto, decorrendo algures no século XXI, onde uma raça alienígena invadiu a terra com o intuito de escravizar as mulheres para procriação e eliminar tudo o resto. Cabe a
Duke repelir esta ameaça e dar um valente pontapé no cu para os enviar de volta ao buraco de onde vieram. Esta versão de
Nintendo 64 difere em bastantes aspectos relativamente à de PC e outras consolas mas já lá chegamos...
|
Típico adepto do Benfica. |
Graficamente,
Duke Nukem 64 é um jogo feio, quando comparado a outros que saíram anteriormente, tal como
Turok e
GoldenEye. Apesar dos cenários tridimensionais, os inimigos, itens e afins são todos
sprites mal amanhados e conseguem ter pior aspecto do que os de
Doom 64. Por outro lado, a mania de colocar
bilinear filtering nos jogos fez com que este tivesse um aspecto borrado, mais do que é costume e sem opção para desligar como em
Quake 64, onde podíamos por o jogo com
look PlayStation. Contudo, isto não afecta o jogo em geral, correndo este a uns sólidos 30
frames por segundo, com um
slowdown ocasional sempre que há muita coisa no ecrã ou uma explosão de grande escala. Por falar em explosões, estas diferem das que vimos na versão
PC, onde não passavam de sprites. Na
N64, sempre têm um aspecto mais "realista" fazendo uso de transparências. Outra diferença é que o último
boss, felizmente é um modelo
3D ao contrário de todos os outros. Não percebo o porquê disto, talvez se prenda com limitações técnicas mas penso que não seja a melhor desculpa a dar.
|
Algo me diz que estamos no bairro errado. |
A pior parte de
Duke Nukem 64 é sem dúvida o som. Apesar de terem mantido a parte sonora igual à versão
PC, efeitos, vozes e afins, a música foi completamente omitida por limitações de
hardware. Isto quer dizer que vão jogar mais de 30 níveis sem ouvir uma única faixa. Aliás, a única música que ouvem é mesmo a do ecrã inicial, o eterno tema de
Duke. De resto, é o som dos inimigos, naves e outras coisas do género.
Duke continua a falar, ocasionalmente, sendo que a voz é à mesma a de
Jon St. John. Contudo o
voice-acting foi regravado devido a certas frases mais controversas, coisa que não podia estar num jogo de uma consola Nintendo. Daí que "
those alien bastards" deu lugar a "
those alien scum". Bonito, não é?
A jogabilidade, para gáudio de todos, é boa. A adaptação feita pela Eurocom, ao comando da N64 foi bem feita e facilmente se entra na onda de Duke. Como já referi aqui, noutra análise, o comando da N64, apesar de ter poucos botões é excelente para FPS. Em Duke Nukem 64 temos um controlo parecido ao de GoldenEye o que cativa logo à partida a maioria dos jogadores. No geral o jogo mantém-se muito parecido à versão de PC, ainda que se tenha abdicado dos capítulos, juntando os níveis todos com mais alguns das expansões. Algumas armas foram substituídas por outras e temos agora Dual SMG's, Microwave Expander, Missile Launcher e o devastador Plasma Cannon. Algumas armas têm também a particularidade de usarem dois tipos de munição, que como devem calcular um dos tipos é mais eficiente do que a outro. O modo multiplayer é sem dúvida uma das melhores partes do jogo, com vários níveis para podermos rebentar os nossos amigos, dos quais destaco o Rabid Transit por ser um dos mais divertidos.
|
E gajas pah?! Olha aqui gajas! |
Abrindo agora um pequeno parêntesis, uma das coisas que assombrou este jogo foi sem dúvida a censura. Começou logo por removerem todas as referências a sexo, desde as mulheres que mostram os seios quando
Duke lhes dá dinheiro, à casa de
strip, as
sex-shops e todo um conjunto de outros pequenos elementos. Por falar em mulheres, as que foram capturadas pelos alienígenas, neste jogo não as podemos matar mas sim salvar. Agora perguntam vocês, "e então, o que há no lugar disso tudo?", ao que respondo: a
sex-shop é uma loja de armas e a casa de
strip é um matadouro.
WHAT?! Sim, leram bem, sexo NÃO mas armas SIM!! Boa
Nintendo, brilhante, sem dúvida alguma. Como referi umas linhas acima,
Duke já não diz grande parte das baboseiras do costume, por estas serem ofensivas ou conterem palavrões pelo que gravaram tudo de novo. Outra brilhante jogada da
Nintendo. E claro, para terminar em beleza alguns itens foram substituídos por outros menos explícitos. Os famosos
Steroids deram lugar a
VitaminX! Enfim, nem questiono. O que vale é que mantiveram intacta a
pop culture que torna este jogo tão engraçado, existindo referências a imensos filmes e jogos, tais como
Star Wars,
Indiana Jones,
Doom,
2001: A Space Odyssey,
Terminator,
Jaws,
Dirty Harry,
Aliens e outros tantos, espalhadas pelos níveis.
Para terminar, Duke Nukem 64 podia ter sido um jogo bem melhor se não tivesse levado com o machado em cima. Omitiram coisas tão banais que até chateia e lá bem no fundo, tornaram o jogo bem pior. Contudo não deixa de ser um título divertido. Este ano vamos ser presenteados com Duke Nukem Forever, ao final de 10 anos de promessas e esse sim, tem de ser bom sob pena de ser linchado pelos fãs caso falhe. Agora este de N64, claro que é um JOGALHÃO DE FORÇA!
Os macacos voltam amanhã para mais macacada... :D
MURRALHÕES DE FORÇA:
Sou um feliz possuidor da versão PC, onde irei falar do mesmo se tudo correr bem, no dia 3 de Maio, data de lançamento do Duke Nukem Forever. A versão N64 peca pela censura, algo que não acontece nos ports para Saturn e PS1. É devido a atitudes como essa que a Nintendo ganhou a "fama" de ser uma empresa vocacionada para o mercado infantil.
ResponderEliminarNão podia concordar mais. Hoje felizmente, está bem melhor nesse aspecto mas da fama nunca mais se livra.
ResponderEliminar