22 de fevereiro de 2011

Devil May Cry 2

Dante com ar de mau.
Desenvolvido por: Capcom
Publicado por: Capcom
Director: Hideaki Itsuno
Produtor(es): Tsuyoshi Tanaka, Katsuhiro Sudo
Artista: Daigo Ikeno
Argumentista(s): Katsuya Akitomo, Masashi Takimoto, Shusaku Matsukawa
Compositor(es): Masato Kohda, Tetsuya Shibata, Satoshi Ise
Plataforma: PlayStation 2
Lançamento: 25-01-2003 (EUA), 30-01-2003 (JP), 28-03-2003 (EU)
Género(s): Acção, Aventura, Hack 'n Slash
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: 2x DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (368KB mínimo), Compatível com comando analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o quatro vezes, duas vezes com cada personagem.

(Andam por aí muitos jovens portugueses a dar facadas em terceiros, o que me leva a crer numa grave falha na educação e crescimento dos mesmos. Agora, não culpem os jogos.)

Autocolante pequeno mas...
Existem jogos que fazem sucesso, tal como os filmes. Criam legiões de fãs, admiradores, tornam-se numa espécie de culto. E como vivemos numa sociedade altamente capitalista, há que fazer "render o peixe" com isso. Daí que após um grande sucesso se segue logo uma sequela em busca de mais do mesmo mas isto nem sempre corre bem e em certos casos pode ser mesmo catastrófico e ameaçar o que poderia vir a ser uma excelente saga. O caso de hoje situa-se um pouco entre o razoável e o insuficiente mas felizmente conseguiu evitar o pior. O jogo em questão entrou para a colecção em 2003, tendo sido adquirido na Fnac do Almada Fórum, pouco depois do seu lançamento pela nefasta quantia de €69.99. Hoje em dia não o teria comprado lá.


Devil May Cry 2 vem dar continuidade ao show que começou no primeiro, onde assumíamos o papel de Dante, um caçador de demónios, também ele meio demónio que procurava vingar a morte da sua mãe e irmão. Desvendada a triste verdade, Dante embarca agora noutra aventura que o vai levar a Dumary Island, com a ajuda de Lucia, uma nova personagem jogável. Aqui ficam a saber que Arius, um poderoso senhor de negócios, pretende conquistar o mundo através de poderes demoníacos utilizando estes mesmos para trazer Argosax de volta ao nosso mundo. Portanto, o costume...

DVD's e manual.
Um dos principais pontos pelos quais Devil May Cry 2 começou por ser criticado foi logo o grafismo. Apesar de ser uma sequela e ter por obrigação ser melhor do que o anterior em todos os aspectos, este peca por ser menos detalhado do que o seu antecessor. Por um lado compreende-se visto este jogo passar-se quase que inteiramente numa cidade e os ambientes são muito mais amplos fazendo com que se perca muito detalhe no geral. No primeiro, o facto do espaço estar confinado a um castelo, dava muito mais margem de manobra. Contudo, na minha opinião, penso que este campo está tão bom quanto o primeiro ainda que ligeiramente diferente mas no fundo a fluidez e detalhe estão lá e isso é o que interessa. Tanto a nível de cenários como as próprias personagens e inimigos, creio que estão visualmente bem conseguidos, portanto não há razão para alarme.

Sonoramente continua a manter o ritmo e qualidade do seu antecessor, proporcionando-nos uma banda sonora muitíssimo boa que varia entre a música ambiente que se faz sentir durante grande parte do tempo e aquelas faixas de rockalhada agressiva durante as batalhas com os inimigos. A Capcom mostrou-se relutante em comercializar a banda sonora deste jogo na época mas depois de um pequeno período experimental viu que a coisa poderia correr bem e lá a lançou.

Voa Dante, voa.
À semelhança do que aconteceu com o grafismo, outro dos pontos criticados foi a jogabilidade e tudo o que lhe está associado no geral. Por um lado, foram alterados os inputs criando logo à partida um misto de confusão com surpresa pois o primeiro neste aspecto estava impecável. Não é que isto seja mau mas se nos dessem a hipótese de podermos escolher entre dois tipos de controlo ou de mapear os botões à nossa maneira, teria sido uma melhor aposta. O sistema de combos foi revisto e melhorado de certa forma, o que nos permite agora ter um maior controlo sobre as nossas acções de forma a encadearmos os golpes sem nos perdermos lá pelo meio. Para apoiar isto, introduziu-se o Gun Switch, que nos permite trocar de armas sem irmos ao menu, o que a meu ver é óptimo pois impede as típicas quebras de acção.

Dante tem novo alfaiate.
No entanto, apesar de ter alguns pontos bons, Devil May Cry 2 falha noutros aspectos. O primeiro caracterizava-se por ser um desafio para os jogadores, pela sua dificuldade elevada. Este é o oposto, é tão fácil que o Hard equivale ao Normal no jogo anterior! E a maioria dos inimigos não dão luta, parece que estão ali apenas para sofrerem e morrerem. Já os bosses segue o mesmo padrão, sem sequer necessitarem de grandes estratégias para serem derrotados. Basta-nos evitar os seus ataques e enchê-los até estes sucumbirem. Para piorar a situação, existem determinados inimigos que demoram demasiado tempo a derrotar, não por serem difíceis mas sim por terem demasiada energia o que cansa quem está a jogar e consequentemente o interesse baixa para níveis críticos. Tal como o primeiro, o jogo está dividido por missões, que podemos levar a cabo com Dante ou com Lucia (daí estar também dividido em dois DVD's, um para cada personagem), ainda que as diferenças entre ambos sejam ínfimas. Dante poderá ser ligeiramente melhor e mais interessante devido ao seu arsenal, mas Lucia é notoriamente mais ágil e rápida. De resto é o tradicional Hack 'n Slash, onde exploramos um bocadinho, resolvemos alguns puzzles (menos do que no seu antecessor), evoluímos as personagens e vamos progredindo.

Um inimigo sofre com os combos.
A título de curiosidade, este jogo não foi desenvolvido pela Team Little Devils, o que provocou um tremendo desapontamento em Hideki Kamiya que tomou as rédeas do primeiro, tendo este comunicado tal sentimento à própria Capcom por não o ter escolhido a ele e à sua equipa depois do sucesso que obtiveram. Talvez tenha sido este o grande erro da Capcom mas o facto é que aprenderam com isso e conseguiram redimir-se em Devil May Cry 3. Outro facto curioso é que neste jogo existe uma parceria entre a Capcom e a Diesel, o que resultou em roupas originais para Dante e Lucia, como forma de marketing e divulgação da própria marca. Não sei se isto resultou de alguma forma mas segundo consta, tanto a indumentária de Dante como a de Lucia estiveram à venda nas lojas da Diesel no Japão... :)

E finalizando, Devil May Cry 2 conseguiu um misto de surpresa e desilusão. Surpresa porque foi a sequela de um excelente jogo. Desilusão porque não correspondeu às elevadas expectativas do público. Contudo não deixa de ser uma experiência agradável e por essa razão é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Amanhã, um clássico dos 8-bit dá o seu salto para as três dimensões...

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

1 comentário:

  1. Eu por acaso não acho que o jogo tenha sido assim tão pior... Ficou mais mainstream, o que é um pouco natural, mas continua um jogo bom, e divertido.

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