11 de fevereiro de 2011

Dirt Racer

Nunca se deixem levar pela capa de um jogo.
Desenvolvido por: MotiveTime, Ltd.
Publicado por: Elite Systems Ltd.
Produtor: Steve Wilcox
Designer(s): Adam Batham, Chris Nash
Compositor: Tony Williams
Plataforma: Super Nintendo
Lançamento: Algures em 1994 (EU)
Género(s): Condução, Corridas
Modos de jogo: Modo Liga e Campeonato para um ou dois jogadores
Media: Cartucho de 16-megabit com chip Super FX-2
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Nunca o acabei, por diversos motivos, sendo que um deles é a jogabilidade imprevisível, frustrante e mais N adjectivos pejorativos.

(Existem jogos que nos vêm parar à colecção por acaso e nem sequer tínhamos intenção de os ter. Este é um deles. Existem também jogos frustrantes e mal concebidos. Depois existe Dirt Racer.)

O que ali está escrito é mentira!
Numa grande colecção de videojogos é de se esperar ver grande títulos, coisas como Super Mario, The Legend of Zelda, Castlevania, Sonic, Resident Evil, Final Fantasy e uma panóplia de outros nomes sonantes. Claro que nem todos podem ser bons e de vez em quando, no meio de tantas estrelas, encontramos um meteorito muito pouco flamejante. A explicação de termos tal na nossa colecção deve-se a um de vários factores: éramos putos, não havia internet e os únicos meios de informação credíveis eram os amigos (que podiam mentir ou ter gostos diametralmente opostos aos nossos) e as revistas da especialidade (que na sua grande maioria até eram bastante credíveis); alguém na nossa família queria fazer um brilharete perante a nossa pessoa e decidia oferecer-nos um jogo para a nossa consola favorita sem no entanto nos consultar primeiro; e finalmente, o jogo veio cá parar não se sabe bem porquê, talvez emprestado ou algo parecido. Neste caso, foi o segundo factor: familiar, neste caso um tio, trouxe-me o jogo do Reino Unido (até porque este só saiu lá). O mais engraçado é que me perguntou que jogo eu queria, ao que eu fiz uma lista de 5 jogos, entre os quais se encontravam Mortal Kombat II e Secret of Mana, ambos para SNES. Nenhum destes chegou a conhecer-me, sem ser por empréstimo de amigos...


Manual, papelada e cartucho.
Dirt Racer é um jogo de corridas, ou pelo menos, tenta sê-lo mas falha miseravelmente. A Super Nintendo teve diversos jogos de corridas decentes e divertidos como Super Off-Road, F-Zero, Power Drive, Stunt Race FX, Super Mario Kart, isto para não os enumerar a todos, mas Dirt Racer não se encaixa nesta categoria. Ao invés disso, é capaz de ser uma das piores experiências visuais e auditivas nesta consola.

A pista parece um tabuleiro de xadrez.
Visualmente apostou-se no já conhecido chip Super FX, agora na sua versão 2, supostamente melhor a processar o grafismo 3D e com a grande novidade que se resumia a incluir algumas texturas rudimentares nos polígonos vazios. StarFox 2 seria o primeiro jogo desta nova geração FX powered mas nunca chegou a ver a luz do dia. Em vez disso, saíram uns tantos jogos para ver como a coisa funcionava. No caso deste, o resultado foi algo caótico pois não se percebe muito bem o que se passa no ecrã, durante a maior parte do tempo. Ainda que se consigam distinguir os carros e os obstáculos (que são meros sprites), as pistas são uma tremenda confusão. Nunca se sabe ao certo onde é que começam e onde é que acabam, muito menos onde são os limites laterais a menos que estejam assinalados por árvores, barris ou pinos. A sensação que vão ter, é que apesar de o 3D estar minimamente bem implementado, estão a correr em cima de um tabuleiro de xadrez pois a pista é toda aos quadrados! O mais esquisito é o jogo ter uma frame em volta do ecrã, reduzindo assim o espaço ocupado no ecrã. Creio que isto se deve a limitações técnicas ou burrice dos programadores. Aposto na segunda opção, a versão beta do StarFox 2 não tinha rebordos nem frames a limitar o espaço de acção. Os modelos dos carros também em nada impressionam pois parecem Micro Machines, demasiado coloridos e rodas exageradamente grandes.

A confusão começa...
Sonoramente este jogo é irritante. Desde a música que é uma espécie de pseudo-techno muito foleiro até aos efeitos sonoros que entram no ouvido e ficam cá a remoer, especialmente os sons das derrapagens que é o que mais vão ouvir durante o jogo todo. Basta fazerem uma curvinha de caca e lá vem aquele som estridente incomodar a nossa querida audição. Resumindo, é terrível...




Até as explosões são miseráveis!
Dirt Racer até este ponto é mau e esperava-se que a coisa mudasse no campo da jogabilidade. Ora, desenganem-se pois não estamos perante um caso clássico de "os gráficos não importam nada quando se tem boa jogabilidade". Antes pelo contrário, se os gráficos são maus, o som enfadonho e desgastante, a jogabilidade não contraria. Controlar qualquer um dos três veículos à disposição é doloroso, isto para ser simpático. Temos um BigFoot, um Buggy e uma espécie de carro de Rally, todos eles se comportam de maneira irrealista (parecerem cães com patins numa pista de patinagem) e são uma dor de cabeça para controlar. Ainda assim o que se safa melhor é o carro de Rally. Agora, o estranho no meio disto tudo é controlar os ditos carros visto o mapeamento de botões ser no mínimo ridículo. Para quem é conhecedor, James Rolf, o Angry Video Game Nerd, queixa-se constantemente das escolhas estúpidas dos programadores no que toca a botões de acção. Se ele porventura alguma vez tocar neste jogo (poderei um dia sugerir-lhe que o analise), vai ficar mais maluco ainda. Para acelerar num jogo de SNES, por norma usamos o Y. Neste jogo, usamos o Y e outro botão. Um acelera a 50%, outro a 100% e como se não bastasse, para travar é a mesmíssima coisa! Numa palavra: ridículo! Bastavam dois botões, um para cada função, para quê complicar? Parafraseando o James: "WHAT WERE THEY THINKING?!". Para piorar a situação, ao batermos a alta velocidade contra qualquer coisa, o carro explode. Qualquer coisa implica até pinos de plástico que não saem a voar pois devem estar colados ao chão com cimento. Ah, e temos "vidas"! Sim, um jogo de corridas com vidas faz todo o sentido. Enfim, para mim chega disto.

Podia ser ainda mais específico para mostrar o quão mau este jogo é mas a verdade é que prefiro falar de jogos que me deram prazer em jogar e não daqueles que não são bons ou têm demasiados defeitos. Para isso, existe o AVGN e ele tem mais piada e experiência nesse campo do que eu. Este jogo só é um JOGALHÃO DE FORÇA por motivos nostálgicos e por ser tão bera, no meio de tanto jogo bom.

Amanhã, vamos demolir edifícios e outras coisas... :) 

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
   

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