11 de abril de 2011

Final Fantasy VIII

Mais uma capa simples e bonita.
Desenvolvido por: Square
Publicado por: Square (JP), Square Electronic Arts (EUA), Square Europe(EU)
Director: Yoshinori Kitase
Produtor: Shinji Hashimoto
Artista(s): Tetsuya Nomura, Yusuke Naora
Argumentista(s): Kazushige Nojima, Yoshinori Kitase, Tetsuya Nomura
Compositor: Nobuo Uematsu
Plataforma(s): PlayStation, PlayStation Network, PC
Lançamento: 11-02-1999 (JP), 09-09-1999 (EUA), 27-10-1999 (EU)
Género: Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: 4x CD-ROM (650MB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (1 Bloco)
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o 1 vez e não gostei do jogo.

(Mais um belo dia de Primavera!)

Discordo com o que ali está escrito.
Existem jogos bons e jogos maus, jogos que nos surpreendem e jogos que nos desiludem mas no fundo não deixam de ser apenas jogos. Os bons e maus, vão do gosto de cada pessoa mas cada vez mais da experiência que cada um tem com os vários géneros, daí que possa ser um bocado subjectivo mas o certo é que a experiência sempre contou para alguma coisa, quanto muito não seja para aconselhar alguém na hora de comprar. O facto de nos surpreenderem ou desiludirem vai das nossas expectativas e aqui o rácio é inversamente proporcional. Baixas expectativas podem levar a uma grande e boa surpresa mas altas expectativas podem originar uma desilusão do tamanho do mundo. O jogo de hoje enquadra-se no patamar das desilusões colossais mas já vamos saber porquê. Este exemplar foi adquirido passado pouco tempo depois do lançamento por cá mas não sei ao certo onde foi nem se fui eu que o comprei. Às vezes tenho estas dúvidas... :)


Manual, CD1 e CD2.
Final Fantasy VIII é o oitavo jogo da famosa saga e verdade seja dita, viveu muito à sombra da bananeira, fruto do sucesso que o seu antecessor teve. A história leva-nos até um mundo sem nome onde Squall, um jovem cadete da academia militar Balamb Garden, está prestes a formar-se sendo o seu teste de fogo, uma pequena missão para libertar Dollet da opressão exercida pela invasão de Galbadia. Assim, Quistis, sua instrutora integra-o numa equipa de 3 elementos juntamente com Zell e o seu arqui-rival, Seifer. A dada altura, Seifer decide abandonar a equipa ignorando por completo o propósito da missão obrigando Selphie a ajudar os seus companheiros. Após terem parado a investida de Galbadia, a força de elite SeeD dá um baile de graduação dos cadetes, onde o taciturno Squall conhece Rinoa, uma jovem rapariga que é o seu completo oposto. Com a ajuda de Quistis, Zell, Selphie e posteriormente Irvine, Squall é instruído pela SeeD a ajudar Rinoa e a sua facção resistente, descobrindo que Edea, uma poderosa feiticeira está por detrás dos ataques perpetrados por Galbadia. Assim começa uma aventura que rapidamente entra em queda.

CD3 e CD4.
A parte gráfica de FFVIII é bem capaz de ser das melhores coisas que este jogo tem. Ao contrário do anterior, optou-se por usar modelos 3D para as personagens, com imenso detalhe e um look mais normal, lembrando por vezes Resident Evil em termos da combinação de cenários pré-renderizados com modelos poligonais em três dimensões. Uma mudança agradável, sem dúvida. Durante as batalhas, os modelos usados são os mesmos conferindo assim uma uniformidade visual bem alta. Melhoraram substancialmente a qualidade dos cenários, havendo mais detalhe no geral. As cutscenes em CG mantêm a fasquia bem elevada, com excelentes batalhas e uma cena de dança impressionante e sobretudo memorável. É interessante ver que em algumas partes a Square conseguiu misturar cutscenes com o motor de jogo resultando e momentos espectaculares, como por exemplo a batalha entre os Gardens onde controlamos as personagens enquanto a acção decorre em background. Outro aspecto que melhoraram é o facto de termos sempre as nossas personagens on-screen, ou seja, não vemos apenas a principal mas sim as restantes duas que temos na equipa.

Estes dois saíram de Twilight...
Em termos de sonoridade, Nobuo Uematsu voltou a fazer um excelente trabalho trazendo-nos uma vez mais belíssimos temas como o da intro, "Liberi Fatali" e o tema deste jogo "Eyes On Me", interpretado pela cantora chinesa Faye Wong e que no geral representa perfeitamente a relação que se estabelece entre as duas personagens principais. Inicialmente os programadores pensar nisto, desistiram da ideia por considerarem que não se adequava ao tema nem a história mas por fim pensaram que era uma maneira de se aproximarem das pessoas e de tornarem Final Fantasy mais ocidental. Aliás, todo o jogo tenta isso mesmo, o que a meu ver foi um erro. De resto, o som no geral é um pouco como o anterior, sem grandes mudanças.

Vamos fazer isto muitas vezes.
Na parte jogável, FFVIII não difere muito do anterior em termos de combate mas introduz algumas novidades. Uma vez mais a equipa só pode ser composta por três elementos que devemos rodar entre si. Os Limit Break continuam a ser ataque de recurso e os Summon voltam novamente à carga sob o nome de Guardian Forces (GF). A grande novidade é o sistema de Draw, que no fundo substitui o sistema de Materia do VII. O Draw, como o nome sugere, implica que tenhamos de extrair magia, GF's e outras coisas, dos inimigos. Assim, o jogo torna-se mais dinâmico pois obriga o jogador a ser menos apressado e a explorar mais as opções de combate. Contudo e a meu ver, estragaram o jogo por completo, pois somos forçados a explorar cada inimigo com a agravante de perdermos algo importante se não o fizermos. E a verdade é que certos magias e GF's estão em inimigos que só aparecem uma vez, ou seja, se os derrotarmos e não fizermos Draw, adeus magia ou GF. Mas aparte disto, podemos também achar itens e magia em Draw Points, ao refinar itens e cartas, e perdidos pelo mapa mundo, felizmente. Outra das novidades é o sistema de Junction, que se aplica a todas as personagens e prende-se com a magia e GF's. Ao fazermos Junction de certos tipos de magia e GF's com uma personagem, automaticamente vamos-lhe alterar as suas estatísticas, o que faz com que este sistema substitua o tradicional equipamento visto noutros títulos. A evolução das personagens procede como é hábito mas as GF's também evoluem e aprendem novas habilidades que podem ser desbloqueadas com os Ability Points (AP). A exploração continua a ser feita a pé, via Chocobo, carro, comboio e numa nova Airship, como já é tradição. A última novidade, se é que não me esqueci de nenhuma, é o jogo de cartas chamado Triple Triad, que podemos jogar com diversas NPC's espalhadas pelo mundo e que nos recompensa por isso. É apenas uma das várias side quests deste título.

A voar é mais rápido.
Final Fantasy VIII tinha tudo para dar certo mas alguns aspectos e pormenores tornaram-no numa enorme desilusão para mim e provavelmente para mais fãs. A história foi um dos motivos, visto ter um excelente começo mas após o final do 1º CD, leva um rumo aborrecido e o jogo no geral aumenta significativamente de dificuldade, obrigando a um grinding constante até se ter as personagens num nível aceitável. Sendo um jogo enorme, espalhado em 4 CD's, era normal que tentassem torná-lo mais interessante ainda mas em vez disso fizeram tudo ao contrário. O sistema de Draw, como já dei a entender, é aborrecido e obriga-nos a fazer Draw a todos os inimigos que enfrentamos, especialmente os bosses pois esses por norma, só aparecem uma vez. Ainda que as GF's sejam um dos elementos principais do combate, tornam-se obsoletas depois de desbloquearmos certas habilidades que tornam as personagens estupidamente fortes. É de referir que o sistema de Junction foi uma má aposta como substituto do equipamento, pois Final Fantasy não está completo sem armaduras, braceletes e afins. Podia continuar aqui a enumerar todos os defeitos que considero neste jogo mas vou terminar apenas com dois que ditaram o meu descontentamento e desilusão. Um deles resume-se às personagens em si, que não me cativaram minimamente. Squall é ainda pior que Cloud pois este último a dada altura arrebita mas Squall é cabisbaixo até ao fim. Isto para não dizer que suspeito que esta personagem é um modelo emo para essa estúpida moda que apareceu entre os adolescentes de hoje em dia. As demais personagens também não ajudam muito, sendo bastante díspares as suas filosofias de vida e atitudes perante terceiros, fazendo com que não se enquadrem em nada de nada. Foi aqui que a tentativa de ocidentalização levada a cabo pela Square falhou redondamente mas felizmente parece que noutros jogos posteriores voltaram à fórmula clássica. O defeito final e talvez menos importante é aquela batalha final, completamente descabida onde tanto ganhamos em menos de nada, como perdemos as personagens todas sem darmos por isso se não formos para lá evoluídos e apetrechados. Não há meio termo e detesto jogos assim.

Já me estiquei um pouco com esta análise mas tinha de "dizer" porque motivos é que não gosto deste jogo. A culpa também foi minha, altas expectativas como referi inicialmente. Mas apesar disto tudo, o jogo marcou uma boa época e como tal é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Amanhã, mais um jogo da Square mas bem melhor do que este! Apareçam... :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

1 comentário:

  1. Personagens emo realmente não são nada abonatórias para mim. Mas lembro-me de há uma porrada de anos ter ficado de queixo caído com as cut-scenes deste jogo que via na tv. Mas como disse há pouco... ainda tenho o FF VII para começar!

    ResponderEliminar