22 de janeiro de 2011

GoldenEye 007

Bond... James Bond!
Desenvolvido por: Rare
Publicado por: Nintendo
Designer(s): Martin Hollis, Karl Hilton
Argumentista: David Doak
Compositor(es): Grant Kirkhope, Graeme Norgate, Robin Beanland
Plataforma: Nintendo 64
Lançamento: 25-08-1997 (EUA, EU e AUS)
Género: First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador, Multiplayer local até 4 jogadores em simultâneo
Media: Cartucho de 96 megabit
Funcionalidades: 3 Slots para gravação de progresso, Compatível com N64 Rumble Pak
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o umas quatro vezes, em todas as dificuldades. Em Multiplayer, nem consigo contabilizar as tardes e horas perdidas... xD

(E cá está, a pedido de muitas famílias, o jogo que fazia juntar o pessoal nas tardes livres para darem tiros uns nos outros, aziarem e rirem que nem uns perdidos.)

Algumas destas imagens não correspondem ao jogo.
Bond, James Bond. Quem não conhece esta mítica frase provavelmente ou acabou de nascer e nem sequer consegue ler o que aqui escrevo ou é de outro planeta e acabou de chegar à Terra. Seja como for, James Bond é o agente secreto mais famoso de sempre quer seja pelo seu lado engatatão, quer seja pelos gadgets que usa ou até mesmo as aventuras em que se mete. E é inquestionável o facto que os seus filmes apesar de por vezes serem bastante manhosos, acabamos sempre por os querer ver pois mais uma aventura não faz mal a ninguém. Quando estas aventuras chegaram à forma de entretenimento digital que conhecemos como videojogos, o caso mudou de figura e agravou-se. Esta aventura em particular aterrou-me nas mãos pouco depois do seu lançamento mas sinceramente não sei bem como. Creio que este foi mais um daqueles jogos do período "Contacto na Concentra", ou seja, foi dado, oferecido, qualquer coisa por aí mas não me custou nada.


Manual, cartucho e papelada.
GoldenEye 007 é daqueles jogos que dispensa apresentações mas mesmo assim eu faço questão de o apresentar pois muito boa gente não o jogou e devia ser açoitada por isso. Esta aventura do agente 007, leva-o atrás de mais uns quantos vilões que ameaçam pôr em causa a paz mundial, desta vez com um poderoso satélite, o GoldenEye, portanto. A história é baseada no filme com o mesmo nome mas existem, no entanto, algumas discrepâncias entre os dois, daí que o jogo tem níveis em locais que nem sequer aparecem no filme mas adiante. Agora perguntam, o que tem este jogo de tão especial? Já vão ficar a saber tudo...

Folheto de objectivos das missões.
Numa época em que já apareciam alguns jogos bem conseguidos no PC, GoldenEye conseguiu no campo das consolas apresentar um visual bastante luxuoso e arrojado para a época. Claramente distinguíamos as caras dos actores do filme, nos modelos tridimensionais das personagens, por mais quadrados que estes parecessem, o que era algo de fabuloso em 1997. Por outro lado, as localizações estavam na sua maioria fiéis ao filme, transmitindo todo o ambiente de tensão que se pretendia e deixando-nos a nós jogadores, presos ao ecrã com fome de mais e melhor.




Folheto promocional, N64 side.
No panorama musical e sonoro, GoldenEye é certamente um dos jogos dos quais tenho mais memória. A música, nitidamente inspirada no tema principal e intemporal de Bond, é uma constante em todo o jogo e sobressai quase 90% do tempo, ao contrário de muitos outros jogos onde apenas está lá para dar aquele apoio necessário. Aqui não, a música está lá porque se não estivesse, o jogo nem era a mesma coisa. Em todos os níveis, há uma faixa associada que imediatamente nos transporta para dentro do jogo fazendo com que por momentos nos esqueçamos que estamos no mundo real, a jogar.

Folheto promocional, Game Boy side.
Mas o que realmente tornou GoldenEye na lenda que é hoje deve-se a dois pontos chave que a Rare soube explorar melhor que ninguém, tornando este jogo num dos mais influentes de sempre na história e que deu origem a muitos dos que jogamos hoje. O primeiro foi a sua jogabilidade. Era difícil acreditar que se podia jogar com relativa facilidade, um FPS, numa consola com um comando. Habituados ao teclado e ao rato no PC, os jogadores mais experientes estavam bastante cépticos e até um tanto jocosos na sua atitude em relação a esta nova abordagem. Ainda hoje isso acontece mas já não há desculpa, pois só pessoas ignorantes é que pensam assim. Contudo, o comando da N64, com o seu joystick analógico veio provar o contrário, que realmente era possível ter controlo absoluto sob um FPS, com um simples comando de consola. Este foi um dos motivos pelos quais, os FPS são hoje um dos géneros mais populares e jogados nas consolas. O comando da N64 veio de facto revolucionar a jogabilidade e em GoldenEye essa é perto de perfeita. Já tinha sido provado antes, com Turok (já analisado anteriormente) mas GoldenEye é o tira-teimas e tudo funciona impecavelmente. E assumiu-se como um desafio, pois não era um jogo fácil sendo que nas dificuldades mais elevadas, tinham de ser cumpridos todos os objectivos e os inimigos eram estupidamente difíceis. Checkpoints? Não existiam, nesta época era tudo hardcore! Morreram no final do nível? Comecem do inicio...

A inspeccionar as condutas.
Claro que aliado a isto surge o segundo ponto: o multiplayer. No PC jogava-se online, em equipas ou todos contra todos mas como seria isso na consola? Numa altura em que não existia praticamente online nas consolas, GoldenEye rescreveu o conceito de multiplayer local, introduzindo modos de jogo com uma imensidão de armas, personagens clássicas de outros filmes e até gadgets, para até 4 jogadores se baterem num ecrã dividido em 4 (como é óbvio). Mais uma vez, muitos mostraram-se relutantes em relação a isto mas o facto é que resultou! Sacrificando-se um pouco da parte gráfica, conseguiu-se um modo extra de jogo que roubou milhares de horas a milhões de jogadores e amigos por todo o planeta e que deu origem a uma legião enorme de seguidores. Se hoje em dia ainda existem FPS com multiplayer local, como Timesplitters e os mais recentes Call of Duty, podem agradecer a GoldenEye pois certamente os programadores passaram por essa experiência. A par desta inesquecível experiência, GoldenEye foi também um impulsionador de "novos modos de jogo", inventados pelos próprios jogadores, como por exemplo jogar só com facas, ou só com minas de proximidade e até mesmo, modos em single player cujo o objectivo era bater os recordes de tempo em cada nível para figurar na leaderboard de uma revista qualquer. Isto é o que eu chamo, influência!

Bond faz estragos, muitos!
Um jogo que tantas pessoas moveu, que tanta tinta fez correr e que ainda hoje é lembrado com satisfação, levou as coisas a um novo extremo pelo que vou alargar mais um bocadinho a minha exposição. Glitches, ou se preferirem, bugs. GoldenEye estava minado deles (ainda que isso não afectasse o bom funcionamento do jogo em si) e a partir do momento em que se descobriu o primeiro, os jogadores mais persistentes perderam horas e horas a fio à procura de mais. Conhecendo eu um desses jogadores e tendo, eu próprio, encontrado alguns, sei o divertimento que isto proporcionava. Por exemplo, se levantarem o cartucho ligeiramente do lado esquerdo sem o retirar da consola no nível Depot, os inimigos ficam todos de pernas para o ar. Quer-se dizer, mas quem no seu perfeito juízo descobre uma coisa destas?! É fabuloso e assustador ao mesmo tempo! Mas este é um dos muitos, desde inimigos com quatro caras, inimigos que saem a voar na vertical quando se dispara sobre eles, armas que deixam de fazer qualquer tipo de som quando disparam na direcção da floresta nos níveis em Severnaya até minas dentro de cofres, que ao serem fechados e a mina detonada, crashavam por completo o jogo! Foi um novo mundo por descobrir...

A nossa amiga mina.
Dou assim por completa a minha opinião critica sobre GoldenEye 007, um dos melhores FPS de sempre em todos os aspectos. Quem não o jogou e gosta de jogos, ou em especial de FPS, não sabe o que perdeu. É que não sabe mesmo! Ainda hoje sou capaz de ligar a consola e, desde que tragam mais um comando pois só tenho três, fazer um deathmatch nos Archives para recordar aquelas tardes bem passadas com o pessoal. :) Inquestionavelmente um dos maiores JOGALHÕES DE FORÇA na minha colecção!

Em breve, o remake vem ao castigo...

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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