Gran Turismo 2

Caixa e caixa grande.

Desenvolvido por: Polyphony Digital
Publicado por: Sony Computer Entertainment
Designer: Kazunori Yamauchi
Plataforma: PlayStation
Lançamento: 11-12-1999 (JP), 23-12-1999 (EUA), 28-01-2000 (EU)
Género: Condução, Corridas
Modos de jogo: Modo arcade para um ou dois jogadores, Modo simulação para um jogador
Media: 2x CD-ROM (650MB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (5-15 Blocos), Compatível com Controlo Analógico, Compatível com Controlos adicionais
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Quase tudo feito e desbloqueado o que se traduz em imensas horas de jogo.

(Mais um joguito a caminho, mal de mim.)

Depois do sucesso que o primeiro jogo atingiu, a Polyphony Digital e o próprio Kazunori Yamauchi tinham em mãos uma tarefa penosa e de grande responsabilidade: criar um GT ainda maior e melhor que o antecessor. Não que fosse difícil mas era sem dúvida um grande desafio, que iria consumir muitas e muitas horas de trabalho. No final de 1999, GT2 viu a luz do dia, tendo chegado à minha colecção só em 2000, mais ou menos na altura em que foi lançado na Europa. Esta minha edição fez-se acompanhar por um Memory Card preto e uma caixa de cartão para albergar o material todo. Ficou-me por cerca de 9.990$ e foi adquirida na tal loja em Almada que já não existe. Infelizmente...

O mesmo mas visto de trás.

Gran Turismo 2 pega no conceito do seu antecessor e renova-o, tornando-o ainda maior e sobretudo mais dinâmico. A sua dimensão é tal que o jogo foi dividido em dois discos, um para o modo Arcade e outro para o GT Mode, prefazendo um total de cerca de 650 veículos. O modo Arcade é aquilo a que já estamos habituados em qualquer jogo, sendo que neste caso escolhe-se um carro ao nosso gosto e vai-se correndo contra os adversários, até chegarmos ao final. O GT Mode não deixa margem para dúvidas pois é onde o verdadeiro potencial de GT2 reside.

Se o primeiro título impressionou pelo seu grafismo realista e uma simulação convincente, GT2 consegue rescrever esse conceito apostando num visual ainda mais detalhado e sobretudo polido face às texturas um bocado rudes do primeiro. Em GT2 tudo tem um ar mais trabalhado e fluido, com muito mais pormenor em todos os aspectos, desde os imensos carros à escolha, passando pelas pistas. Eu pelo menos fiquei surpreendido pelo facto de conseguirem fazer com que a PlayStation proporcionasse uma qualidade visual tão grande.

Discos, manual e papelito.

Para continuar o bom trabalho do primeiro, em GT2 o som tem um papel preponderante pois afinal de contas trata-se de um jogo de corridas com muitos carros, o que à partida exige um trabalho particularmente minucioso. Uma vez mais todos os sons foram gravados a partir dos modelos reais e de muitos testes em pista para tornar a experiência digital o mais real possível para o jogador. A música continua na boa onda que GT criou, agora com uma nova banda sonora que conta, uma vez mais, com artistas bem conhecidos do público como Fatboy Slim, The Cardigans e Faithless. Curiosamente a banda sonora da versão PAL difere da versão NTSC-UC neste campo, pois algumas músicas não foram incluídas na nossa e vice versa. A título de exemplo, a My Favorite Game dos The Cardigans, na nossa versão é um remix de Faithless enquanto na versão americana é a original. Ainda assim, prefiro a nossa versão.

Papelito, guia de estratégia e autocolantes.

E o que terá mudado em relação a GT? Pouco em termos de jogabilidade, a não ser um bocado mais de precisão no controlo dos veículos e um ligeiro aumento do "realismo" no controlo dos mesmos mas ainda assim o primeiro jogo já era bastante bom neste campo. As novidades surgem no entanto ao terem separado os modos Arcade e GT Mode em dois discos, o que permitiu um aumento em tudo, desde o detalhe geral no aspecto ao número enorme de veículos que ronda agora os 650 e o número de pistas que aumentou para 27, contando com variações das pistas antigas e ainda umas quantas novas, como o terrível (no bom sentido) percurso de Laguna Seca. A juntar a isto, um modo de Rally fez a sua aparição, ainda que não fosse algo de espantoso ou mesmo entusiasmante visto não chegar aos calcanhares de jogos do género, como o excelente Colin McRae Rally. No entanto é um modo muito bem vindo e trouxe alguma variedade aos eventos que o GT Mode proporciona, podendo também ser jogado no modo Arcade. De resto podemos continuar a modificar os veículos ao nosso gosto, competindo e ganhando dinheiro para o efeito, com imensas provas temáticas à disposição de onde destaco por exemplo, corridas só de Muscle Cars em Seattle ou provas de stand onde só podemos levar carros da marca e de origem. Corridas de Nissan Micra anyone?

Este carro anda nas horas!

Gran Turismo 2 conta ainda com alguns glitches, nomeadamente a impossibilidade de em alguns exemplares não se conseguir os 100% devido a terem deixado algumas linhas de código por "concluir" e que após alguma investigação se traduzem em eventos descartados de Drag Racing. Sim o jogo ia ter corridas deste género. Por outro lado, a garagem cheia dá azo a veículos desaparecerem misteriosamente, mesmo que se grave o progresso. Ainda assim nada de extraordinariamente grave. A título de curiosidade, o disco do GT Mode tem a particularidade de deitar um cheiro a borracha se o esfregarmos com os dedos ou um pano. Obviamente, com o tempo vai deixando de ter cheiro...

Skyline, quem não os adora?

Sem margem de dúvida, Gran Turismo 2 foi e é um dos meus jogos favoritos de corridas até hoje, pois conseguiu elevar o que se viu no primeiro a um novo nível. Os de hoje em dia por mais realistas que sejam simplesmente não me apelam até porque já nem tenho muita paciência para passar horas a jogar o mesmo jogo e esta série é cada vez maior e mais time consuming. Mas GT2 levou-me muito desse tempo naquela época e portanto é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Voltamos à pancadaria clássica, amanhã. :)

MURRALHÕES DE FORÇA: