27 de maio de 2011

Killer7

Uma capa bem vermelha.
Desenvolvido por: Grasshopper Manufacture
Publicado por: Capcom
Director: Goichi Suda
Produtor: Hiroyuki Kobayashi
Designer: Goichi Suda
Artista: Akihiko Ishizaka
Argumentista(s): Goichi Suda, Shinji Mikami
Compositores: Masafumi Takada, Jun Fukuda
Plataforma(s): PlayStation 2, Nintendo GameCube
Lançamento: 09-06-2005 (JP), 07-07-2005 (EUA), 15-07-2005 (EU)
Género: On-Rail Shooter, Acção
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (63KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração.
Estado: Completo
Condição: Impecável
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

(Este tempo nunca mais se decide.)

A praga dos autocolantes.
Ontem "falei" de jogos estranhos, que de certa forma fogem aos padrões convencionais aos quais estamos habituados. Hoje volto a trazer o tema ao de cima, visto este ser bastante abrangente e cada vez mais popular neste meio. O jogo de hoje alia o estranho ao louco, proporcionando uma mistura bastante curiosa de estilos, com uma história completamente alucinada saída da cabeça de dois dos mais geniais criadores japoneses nestas andanças. Obviamente refiro-me a Goichi Suda, conhecido por Suda51 e criador de títulos como No More Heroes, bem como Shinji Mikami, o pai de Resident Evil. É caso para dizer que quando duas mentes destas colidem, o resultado é algo como o jogo de hoje. Este exemplar adquiri-o no Jumbo do Almada Fórum por 9.90€, numa altura em que tinham bons jogos a este preço.


Killer7 leva-nos até ao século XXI, a uma versão alternativa da Terra onde seguimos a história de um grupo de assassinos de topo chamado Killer7. Mas o curioso é que este grupo de assassinos são apenas manifestações físicas de um único homem chamado Harman Smith e dedicam-se a fazer o trabalhinho sujo para o governo dos Estados Unidos. Com o decorrer dos eventos, estas personagens vão descobrir muito mais do que aquilo que deviam, até mesmo que o Japão está metido no meio de uma conspiração que irá desvendar alguns segredos relacionados com a organização na qual estão inseridos.

Manual, papelada e disco.
É sabido que Killer7 tem um ambiente completamente estranho que é conseguido muito à custa do grafismo simples mas bastante atractivo, onde o cel shading é utilizado de uma forma muito subtil. Pode parecer um jogo bastante rudimentar mas é esta técnica que lhe confere o seu encanto e de outra forma penso que não iria resultar. Visualmente resultou em algo cuja simplicidade se destaca e o torna interessante por essa mesma razão, com bastante diversidade cénica pois a acção decorrer em vários sítios. Por outro lado, as personagens também têm o seu q.b. de variedade, excepto os inimigos que são apenas variações uns dos outros, mudando o tom de cor ainda que existam vários tipos de inimigos, felizmente. Influências visuais são claramente óbvias, indo desde o film noir ao anime, passando pela banda desenhada, terminando com uma pitada de western.

Uma cena de tiroteio.
A sonoridade em Killer7 é completamente ambiente durante a maioria do tempo, um pouco por influência dos próprios compositores que afirmam ser o melhor caminho a seguir para proporcionar o ambiente ideal à acção. De facto não se enganaram e a música resulta numa excelente composição que se mistura perfeitamente com o decorrer dos eventos, com picos de tensão e outros momentos de calmaria quase total. Estes picos de tensão por norma ocorrem nas batalhas contra os bosses, como não poderia deixar de ser. Relativamente ao voice-acting, este é bastante competente e adiciona o seu contributo ao todo, sem ser no entanto genial. Efeitos sonoros e afins são bastante audíveis, com especial ênfase nos risos diabólicos dos inimigos, que é provavelmente a coisa que mais me ficou na memória depois de ter jogado este título.

Kaede e um dos estranhos inimigos.
No campo da jogabilidade, Killer7 mistura vários géneros resultado em algo estranho mas jogável. Pessoalmente não gostei muito da mistura pois restringe um pouco a liberdade do jogador, mais a mais considerando que o jogo se passa maioritariamente na terceira pessoa e temos sempre aquela sensação de querermos explorar o meio envolvente. Em Killer7 isso não é de todo possível, pois o jogo não foi desenhado dentro desse padrão. Em disso, controlamos as personagens na terceira pessoa mas obedecendo a um padrão de progresso fixo entrando aqui a componente On-Rails. Por vezes temos vários caminhos a seguir mas esses são sempre fixos. Já o combate é feito na primeira pessoa, visto termos de perscrutar o ambiente envolvente à procura dos Heaven Smiles, os inimigos portanto, que são invisíveis até que os detectemos. Por norma eles fazem-se sentir através do som, com risos e afins. Para os derrotar há que procurar atingi-los nos pontos fracos para evitar contratempos e conseguir o máximo de thin blood e thick blood. Estes dois tipos de sangue têm várias funcionalidades. O thin serve essencialmente para curar as personagens e para os ataques especiais. O thick serve para irmos evoluindo as personagens em termos de poder e velocidade, desbloqueando assim novos atributos e afins. Cada personagem tem um atributo único e os ataques diferem em alguns casos.

O nosso amigo gimp.
Killer7 suscitou algum burburinho em torno das comunidades conservadoras, devido ao seu conteúdo gráfico explicito e algumas acusações de cenas de sexo. Obviamente estas últimas foram refutadas. Isto só fez crescer o culto em torno do jogo e consequentemente em torno do próprio Suda51, tido hoje em dia como um génio e cujos jogos que concebeu se tornaram quase lendas. Ele mesmo diz que Killer7 é o trabalho do qual mais se orgulha até hoje. Não o contrario, de forma alguma.

Não é de todo um jogo que recomendaria a qualquer pessoa mas certamente recomendo-o a todos aqueles que já jogaram muita coisa e procuram algo diferente. Tão pouco agrada a todos os públicos pela sua estranheza mas é isso que o torna tão único portanto é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Amanhã trago uma análise mais soft e curta, na PS3. :)

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

1 comentário:

  1. É de facto um jogo muito especial conforme já mencionei na minha análise. Bem lembrado esse mecanismo do thick e thin blood, na altura não referi isso.

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