10 de fevereiro de 2019

Final Fight 2

Cover art da versão PAL espanhola.
Desenvolvido por: Capcom
Publicado por: Capcom
Produtor: Tokuro Fujiwara
Designer(s): Tatsuya Minami, Hyper Bengie, Ichiro Mihara
Artista(s): Hajime‑Chan, Mayumi Tanabe (Nabe‑Chan), Takashi Hama (Mighty Hama)
Compositor(es): Yasuaki Fujita (Bun Bun), Mari Yamaguchi, Yuki Satomura, Setsuo Yamamoto, Yuko Kadota, Tatsuya Nishimura
Plataforma(s): Super Nintendo, Virtual Console (Wii/WiiU, New Nintendo 3DS)
Lançamento: 22-05-1993 (JP), 15-08-1993 (EUA), Dezembro de 1993 (EU) / 09-10-2009 (EU), 12-10-2009 (EUA) (WII VC)
Género: Beat 'em up
Modos de jogo: Modo história para 1 ou 2 jogadores
Media: Cartucho de 16-megabit
Funcionalidades: Nenhumas
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o demasiadas vezes para me lembrar de quantas foram.

(Fun fact: no Japão existe gelado com sabor a enguia.)

Traseira da versão PAL europeia (Alemanha).
O género beat 'em up é uma arte que se perdeu no tempo. Ganhando a sua popularidade nos salões de jogos por todo o mundo, rapidamente fizeram a transição para as nossas casas, mantendo todo aquele carisma típico e acima de tudo a diversão, ainda que as devidas concessões fossem tomadas de modo a conseguir meter toda a informação pertinente em hardware inferior. Assim surgiram vários jogos, alguns deles tornando-se clássicos e referências para muitos outros que se seguiram. Hoje em dia é um género que está adormecido, ainda que se tenha tentado trazer de volta sem grande sucesso pois o panorama mudou e apenas os nostálgicos são o público alvo do mesmo. Mas o certo é que há quem esteja a apostar nisso, ainda que a meu ver, algumas decisões tomadas não sejam as melhores mas vamos aguardar pelo desfecho. Até lá, podemos jogar novamente todos os bons velhos clássicos e hoje apresento aqui um dos meus favoritos. Infelizmente não é a versão física original mas sim uma versão digital na Virtual Console da Wii, que adquiri algures em 2010 pelo preço que custavam (creio que 800 pontos se a memória não me falha).


E quem é que não gosta?
Final Fight 2 é a sequela exclusiva na SNES (tal como depois com Final Fight 3) do famoso original que teve início como uma espécie de spin-off de Street Fighter (chegando inicialmente mesmo a chamar-se Street Fighter '89). E compreende-se o porquê pois certos elementos são partilhados por ambas as sagas, o que até faz sentido no contexto da coisa. Após os eventos do primeiro jogo, os três heróis (na SNES eram só dois mas isso é uma história para ser contada noutra altura) foram às suas vidinhas quotidianas, com Haggar a continuar o seu trabalho como presidente da câmara. Nisto, os membros do gang Mad Gear que restaram decidem raptar a noiva de Guy, Rena e o seu mestre, Genryusai, no Japão. Sem saber do paradeiro de Guy, Maki, a irmã mais nova de Rena, telefona Haggar a relatar o sucedido. Não se conformando com tal facto, Haggar decide viajar juntamente com Maki e com o seu amigo Carlos em redor do mundo para pôr fim definitivo ao reinado de Mad Gear.

Haggar is the way to go!
Visualmente Final Fight 2 está um degrau acima do original, com um grafismo mais sólido, onde os sprites são maiores, têm mais detalhe e melhores animações, ainda que sejam estáticos quando não estão em movimento, algo que outros jogos do género na mesma época faziam melhor. Ainda assim, a acção é sólida, com bastantes coisas em simultâneo no ecrã e desta vez mesmo com dois jogadores. Os problemas que o original tinha na SNES deixaram de existir nesta sequela. A variedade cénica é também superior pois deixamos apenas de andar pelas diversas zonas de uma cidade para dar um pulinho a vários cantinhos do mundo desde Hong Kong, França, Holanda, Reino Unido, Itália até ao Japão, sendo que cada local tem uma atmosfera diferente. Por outro lado, também se renovou o elenco de inimigos, sendo que apenas os Andore's e Rolento regressam do original.

Maki exercita os glúteos.
Algo que sempre apreciei neste jogo é a banda sonora, com temas carismáticos e memoráveis, contando com aquela sonoridade típica dos jogos da Capcom da era 16-bit. O único senão para alguns poderá ser a quantidade de reverb que se pode ouvir por todo o jogo, algo que não só está presente na música mas também nos efeitos sonoros, o que por vezes pode parecer um bocado estranho ou até exagerado. Contudo, este ditos efeitos são bastante bons, alguns sendo aproveitados da saga Street Fighter pois são inconfundíveis, sobretudo os murros.

Carlos só usa a espada no ataque especial.
Na parte jogável, Final Fight 2 utiliza a mesma fórmula que popularizou o original. Controlamos uma de três personagens, cada qual com os seus pontos fortes e fracos mas que no final de contas servem o mesmo propósito. Podemos atacar, tanto no chão como no ar, saltar e ainda utilizar um ataque especial que gasta uma pequena porção da nossa vida mas a troco de nos safar de situações mais complicadas. Os níveis processam-se todos da mesma forma, com hostes inimigas a surgir e a nossa tarefa é limpar o chão com eles, pelo que no final nos espera sempre um boss simpático e por norma, bem grande. Pelo caminho podemos ainda destruir objectos que nos podem recompensar com itens de cura, pontuação, armas ou vidas extra, pelo que existe uma manha para conseguir o item desejado mas é complicado estar aqui a explicar isso. E podemos desfrutar de tudo isto com a ajuda de um amigo se for caso disso, tornando este jogo vastamente superior ao original na SNES.

Come at me bro!
Porém, Final Fight 2 é um jogo pequeno, com apenas seis níveis que se acabam em menos de nada pelo que existem diversos níveis de dificuldade a experimentar. O meu conselho é jogarem logo em Expert pois é a melhor maneira de desfrutar do jogo, com mais inimigos, ligeiramente mais difícil em certas partes e com direito ao final completo. Esta versão da Virtual Console na Wii (e possivelmente na WiiU também) é idêntica ao original pela minha experiência com ambos mas atenção à versão da New 3DS pois essa não dá para jogar a dois. Um erro crasso da parte da Nintendo. Quanto a outras curiosidades, a versão ocidental foi alvo de censura como era evidente pelo que dois inimigos foram substituídos (Mary e Elza por Leon e Robert) e Won Won, o primeiro boss do jogo, deixou de empunhar o seu cutelo. Mas que raio de cozinheiro chinês não anda de cutelo na mão no meio da rua?

Este minorca é lixado...
Final Fight 2 é um jogo excelente a meu ver, ainda que existam melhores dentro do género na sua altura (Streets of Rage 2 por exemplo). É daqueles jogos que há-de ter sempre o seu cantinho especial por toda a nostalgia que me transmite e pelas tardes livres que passei a jogá-lo sozinho ou com amigos. Como tal, é sem dúvida alguma um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: um excelente jogo de luta crossover na PS2.


MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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