1 de fevereiro de 2019

Castlevania: The Adventure

Quando não há capa... eu faço!
Desenvolvido por: Konami
Publicado por: Konami
Artista(s): Koichi Kimura, Nobuya Nakazato
Compositor(es): Shigeru Fukutake, Norio Hanzawa, Hidehiro Funauchi
Plataforma(s): Nintendo Game Boy, Nintendo Game Boy Color, Virtual Console
Lançamento: 14-03-2012 (JP), 05-07-2012 (EU), 25-10-2012 (EUA) (Virtual Console)
Género: Plataformas
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Não se aplica
Funcionalidades: Nenhuma
Outros nomes: Dracula Densetsu (JP)
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o demasiadas vezes para contar pelos dedos das mãos.

(Fun fact: os gorilas arrotam quando estão felizes.)

E esta fiz a caixa toda.
Castlevania, essa longa e antiga saga que nos presenteou com excelentes jogos, desde os clássicos das 8-bit e 16-bit, passando pelo estilo mais moderno iniciado nas 32-bit, já viu melhores dias. Aliás, actualmente o seu futuro é bastante turvo e nada faz prever que melhor. Como tal, nada como voltar a jogar novamente todos aqueles que realmente interessam e que tantas horas nos fizeram passar em frente ao ecrã da televisão ou na nossa consola portátil favorita. Mas... nem só de bons jogos esta saga é feita e é um facto mais que garantido que também jogámos os menos bons (ou maus se tivermos que ser mesmo sinceros). Sim, e muitas horas passámos com esses também, habituando-nos às suas imperfeições, adaptando-nos ao chamado crap factor de forma a perseverar e tirar o melhor partido do jogo que tínhamos em mãos. O jogo que apresento aqui hoje faz parte desse grupo e apesar de ter imensa pena de não ter um exemplar físico, nem que fosse só o cartucho, adquiri este exemplar digital algures entre Julho e Agosto de 2018 numa promo da eShop.


Estas plataformas... grrr!
Castlevania: The Adventure foi o primeiro jogo da saga a fazer o salto para a portátil mais famosa da Nintendo, numa altura em que a Konami era um verdadeiro monstro na arte de fazer bons jogos. Contudo, apesar do sucesso e mestria que provaram ter na NES, este primeiro jogo da saga no GB não foi propriamente um bom exemplo disso. Já lá vamos. Com a timeline altamente atabalhoada desta série, este episódio em concreto ocorre 100 anos antes do Castlevania de NES, onde um familiar do famoso Simon Belmont se vê obrigado a carregar o fardo da sua família e uma vez mais ir ao encontro do príncipe das trevas e pôr um ponto final na sua história. O seu nome? Belmont, Christopher Belmont. Verdade seja dita, naquela altura eram todos o Simon se não me desse ao trabalho de ler o manual de instruções e perceber que eram pessoas diferentes mas sempre com o mesmo objectivo.

Este tipo é fácil.
Embora seja um dos primeiros títulos a aterrar no GB, visualmente este Castlevania é um jogo bonito, onde o grafismo desde logo me atraiu, com sprites bem detalhados, cenários interessantes e sempre alusivos ao tema do horror mas que peca por ser imensamente lento na sua execução. O scrolling deste jogo fazer uma caracoleta parecer o Usain Bolt o que me leva a crer que não houve optimização nenhuma ou simplesmente os programadores ainda não se tinham habituado às rotinas da consola em si pois jogos da mesma altura corriam melhor do que isto. Quando há vários sprites em simultâneo no ecrã, a coisa fica mais lenta ainda e até temos direito a ver sprite flickering com fartura. Ainda assim mantenho a opinião de que o grafismo é bem melhor que o desses mesmos títulos da época com imenso detalhe e pormenores num ecrã tão pequeno.

They seem me rollin', they watchin'!
A sonoridade de Castlevania: The Adventure é o ponto mais forte deste título, na minha modesta opinião, ainda que a selecção de faixas seja deveras mínima, fruto também da longevidade (ou falta dela) do jogo em si. Contudo, o que podem ouvir é muito bom e os temas são bastante memoráveis, provando que a Konami sabia mesmo o que fazia quando se aplicava. Os efeitos sonoros são também muitíssimo bons, dadas as limitações e circunstâncias, onde alguns ainda hoje nos trazem memórias tais como o som de quando se coloca o jogo na pausa, que era igual a tantos outros jogos que a Konami produziu.

Este nível é de loucos...
O problema com este jogo reside na jogabilidade. Se jogaram a versão de NES, com aquele controlo preciso e fácil de aprender, em Castlevania: The Adventure a base é a mesma mas as coisas são bem mais leeeeeentas. Controlar Christopher requer paciência pois o movimento da personagem é vagaroso e o salto então parece que se esqueceram de o programar devidamente pois obriga-nos a estar o máximo que pudermos na ponta de uma plataforma para conseguirmos salta para outra! Por vezes, o sprite de Christopher fica mesmo no ar, com apenas um ou dois pixeis a fazer contacto com o chão. Uma novidade é que o segundo upgrade do chicote nos faz atirar bolas de fogo do mesmo, o que dá jeito em certas partes. Atacar os inimigos é também um processo lento pois tudo parece andar a meio gás e toda a acção do jogo se rege por esses parâmetros embora alguns inimigos sejam rápidos tanto em movimento como em ataque. E os inimigos, sempre que nos tocam fazem-nos perder os upgrades do chicote, outra novidade na saga. Assim estamos perante um verdadeiro exercício de paciência pois o jogo até é interessante e tem aquele feeling tão característico desta saga.

We meet again, 1st boss!
Tudo isto agrava a própria dificuldade do jogo, que já de si faz jus ao bom nome da saga, com um início relativamente fácil mas que rapidamente escala a partir do nível 2. Ah, e só existem apenas 4 níveis ao todo, cada um com um boss no final, mas que são difíceis como se não houvesse amanhã. O nível 3 é especialmente memorável pois parte dele tem scrolling vertical e horizontal automático, sendo que somos perseguidos por picos o tempo todo e com aquele controlo lento e salto magnífico, diria que rapidamente perdem cabelo se não tiverem calma. Ah, e o nível gosta de nos atirar com o boss do nível 1 como inimigo comum, só porque sim. O jogo conta com diversos ciclos que aumentam ainda mais a dificuldade até ao quinto, onde se morre com apenas um toque. Nenhuma das versões a seguir à original fizeram fosse o que fosse para corrigir estes problemas (a de GBC introduziu cor e mais nada) mas existe uma romhack, chamada speed hack que aumenta a velocidade de Christopher tornando o jogo mais tolerável (sobretudo por também omitir o downgrade do chicote quando levamos dano) mas introduzindo novos glitches como por exemplo no nível 3, confundindo o scrolling do jogo resultando em situações estranhas. A versão da Virtual Console ganha pontos pelo save state que torna a experiência mais digerível, por assim dizer.

O sacana do costume.
Castlevania: The Adventure podia ter sido uma excelente estreia da saga no Game Boy (como aconteceu com Contra) mas é apenas uma amostra do que estava para vir. O segundo jogo é uma obra prima (já aqui analisado) e o remake na Wii é completamente diferente mas também recomendado (outro aqui analisado). Mas sendo um jogo bastante nostálgico para a minha pessoa, é sem dúvida um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: tiros e acção na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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