14 de janeiro de 2019

Shantae

Cover art bastante simples.
Desenvolvido por: WayForward Technologies
Publicado por: Capcom
Director: Matt Bozon
Produtor: John Beck
Artista: Matt Bozon
Argumentista: Matt Bozon
Compositor: Jake Kaufman
Plataforma(s): Nintendo Game Boy Color, Virtual Console
Lançamento: 02-06-2002 (EUA) (GBC), 18-07-2013 (EU/EUA) (VC)
Género: Plataformas, Metroidvania
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Não se aplica
Funcionalidades: 3 slots para gravação de progresso no cartão de memória, Compatível com GBA desbloqueando conteúdo extra
Estado: Não se aplica
Condição: Não se aplica
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

(Se virem algum erro nos textos é normal pois tenho o péssimo hábito de quase nunca reler o que escrevo.)

Estava um dia tão bom para não sair de casa...
A WayForward é provavelmente um dos estúdios que mais aprecio nesta altura. Remontando aos anos 90 quando deram início à sua actividade neste ramo, produziram inúmeros títulos tanto originais como licenciados, alguns bastante bons como é o caso de Contra 4 e Alien Infestation (já aqui analisados) e outros tantos menos bons ou até mesmo mauzinhos, citando um dos maiores flops: Silent Hill - Book of Memories. Contudo, durante o seu percurso, criaram uma nova série que fez a sua estreia no Game Boy Color, numa altura tardia para esta máquina uma vez que o seu sucessor, o Game Boy Advance, já tinha sido lançado. Ainda assim nada os impediu de lançarem o jogo, que se tornou numa espécie de holy grail  para os coleccionadores de GBC e Nintendo em geral, visto que só foi lançado nos Estados Unidos e não em muitas quantidades. Este meu exemplar digital entrou na colecção no início de 2018, tendo sido uma promo qualquer da eShop que eu apanhei, logo nem me recordo quando terá custado mas deve ter sido bem barato.


Eu faço sempre good jobs...!
Shantae marca assim a estreia da menina génio, ou génia, ou o que quer que lhe queiram chamar, na sua primeira de várias aventuras que neste começo a levam a encarar os Tinkerbats, um grupo de piratas ladrões liderados por Risky Boots, que decide roubar um protótipo experimental de um motor a vapor concebido por Mimic, um caçador residente de Scuttle Town. Shantae, sendo a protectora desta pequena cidade, é informada por Mimic do sucedido que a alerta ainda para o facto de existirem quatro pedras mágicas, que Risky também tem debaixo de olho pois combinadas com o motor darão origem a uma poderosa arma. Cabe assim a Shantae percorrer todo o território de Sequin Land em busca não só das pedras mas também de Risky Boots e o motor roubado.

Coscuvilhice...
Considerando as limitações técnicas do Game Boy Color, Shantae é daqueles jogos que se pode dizer que consegue fazer milagres. O grafismo é bastante bom, com imenso detalhe em termos de sprites, cuja a animação é excelente, e uma óptima variedade de cenários. Os sprites são também bastante grandes o que faz com que, por vezes, as coisas possam parecer um pouco atafulhadas no pequeno ecrã da consola. A utilização da cor é também superior, na minha opinião, a muitos outros jogos nesta plataforma fruto do motor desenvolvido para outro jogo, que foi então utilizado também neste. Assim, conseguiu-se ter frames animados com todas as cores disponíveis para depois serem refeitos em sets de três cores no GBC. Outra das possibilidades é termos parallax scrolling e efeitos de transparência, algo pouco visto na plataforma.

Que raio de mãe perde os filhos?!
A música produzida pelo inconfundível Jake Kaufman é também um dos pontos altos deste jogo, com faixas variadas e acima de tudo bastante catchy, sendo que algumas delas perduram ao longo da saga. A banda sonora começou por ser produzida no formato Musyx sendo depois passada para o Game Boy Tracker da Paragon 5. Curiosamente, a banda sonora está para ser lançada neste preciso mês de Janeiro, após quase 17 anos do lançamento do jogo. Os efeitos sonoros e afins são também bastante audíveis e nada aborrecidos de se ouvirem.

A dançar tudo se resolve.
Shantae apresenta-se como um jogo bastante simples em termos de jogabilidade. A fórmula permite-nos explorar um pequeno mas vasto mundo onde podemos atacar os inimigos (com o nosso cabelo, note-se), saltar, apanhar itens diversos e claro, dançar! As danças de Shantae permitem-lhe transformar-se em animais: um macaco, um elefante, uma aranha e uma hárpia. Cada um destes tem uma habilidade que lhe permite aceder a áreas previamente inacessíveis ou simplesmente um novo método de ataque. Shantae pode ainda usar armas secundárias com efeitos diversos nos inimigos. O progresso no jogo pressupõe falarmos com todos os NPC's nas cidades que visitamos à procura de pistas que nos levem a diversas masmorras, onde vamos enfrentar bosses após explorarmos as mesmas resolvendo puzzles pelo caminho.

Toca a meter o navio no fundo.
Sequin Land é um lugar com muito para visitar e ver, sendo que nas cidades podemos gastar as gems que apanhamos pelo caminho em itens e upgrades, recuperar vida, jogar mini-jogos onde apostamos gems e gravar o nosso progresso. Pelo caminho há coisas a apanhar tais como vidas extra, contentores que aumentam a nossa vida e fireflies, estando estas bem escondidas e só aparecendo de noite. Isto remete-nos para o ciclo de dia/noite que o jogo dispõe, onde à noite os inimigos são bem mais difíceis. Outro item importante são as Warp Squids que quando se devolvem à mãe Squid, abrem permanentemente um warp para essa zona. O único grande senão, na minha opinião, é que não existe um mapa que possamos consultar e em certas zonas vamos mesmo andar um bocado perdidos quando andamos à procura de determinadas coisas. Existe ainda a compatibilidade com o GBA que permitia uma palete de cores ligeiramente diferente (e mais clara, para colmatar aquele ecrã terrível do GBA) bem como uma dança nova. Na 3DS esta dança pode ser acedida através do debug menu portanto nada está perdido.

Epah! Este é grande... ou está inchado.
Em suma, para primeiro jogo da série, Shantae é uma boa experiência e mostra o potencial que tem não só em termos técnicos mas também em termos de diversão e progresso. Os jogos que se seguiram são bem melhores em todos os aspectos mas é preciso saber apreciar a origem de tudo isto com respeito. E só por isso temos aqui um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: um conhecido ninja na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA:

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