15 de janeiro de 2019

Shinobi

Excelente artwork!
Desenvolvido por: Overworks
Publicado por: Sega
Director(es): Masahiro Kumono, Toru Shimizu
Produtor: Takashi Uriu
Compositor(es): Yasuhiro Kawakami, Teruhiko Nakagawa, Tatsuyuki Maeda, Fumie Kumatani, Yutaka Minobe, Masaru Setsumaru
Plataforma(s): PlayStation 2, PlayStation Network
Lançamento: 10-11-2002 (EUA), 05-12-2002 (JP), 15-05-2003 (EU)
Género(s): Acção, Aventura, Hack 'n Slash
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (370KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração
Estado: Completo
Condição: Boa
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

(Como se não bastasse o frio, agora temos nevoeiro...)

Em bom português... e espanhol.
Shinobi é daqueles nomes que fazem parte do nosso imaginário, remetendo-nos para uma época mais simples onde a guerra se fazia a dois, entre Sega e Nintendo. E este nome fazia parte do exército das consolas negras e era um adversário de peso pois creio que não tinha rival do outro lado. E os que tentavam rivalizar nem sequer chegavam perto. Mas a sua origem começou nas arcadas, num estilo ligeiramente diferente daqueles que pudemos desfrutar no conforto dos nossos lares embora a versão Master System tentasse ser fiel ao original. Terminada a época das 16-bit, a série teve ainda uma entrada menos apreciada na Sega Saturn mas depois esfumou-se (como um verdadeiro ninja, pun intended) durante alguns anos para em meados de 2002 aparecer revitalizada na PS2 (curiosamente era para ter saído na Dreamcast). Este meu exemplar foi adquirido a 30 de Novembro de 2015 por cerca de 6 euros, na Play N' Play.


Manual e disco.
Shinobi marca o regresso desta óptima série à ribalta após o hiato de alguns anos onde supostamente a equipa que tratava destes jogos se encontrava atarefada com outros projectos. Como seria de calcular, deu o salto para a terceira dimensão, algo que na época era quase um mal necessário de todas as séries clássicas que conhecemos. Alguns saltos com sucesso, outros nem tanto. A trama começa com um terramoto que deixa Tokyo devastada e apenas Hotsuma, um dos descendentes do clã Oboro sobrevive à calamidade. Analisada a situação, Hotsuma verifica que um castelo dourado se ergueu no meio do caos e depreende que é para aí que deve seguir para pôr fim ao caos que entretanto impera por todo o lado.

Um bonito poster.
Visualmente, Shinobi é um jogo bastante agradável, com uma palete de cores interessante e bom uso da mesma por toda a parte, embora ache que os cenários apesar de variados são um pouco insípidos e carecem de detalhe em algumas partes. No geral, o design do jogo é todo muito linear e talvez um pouco rectangular demais. Ainda assim, não é isso que vai tornar o jogo aborrecido, muito antes pelo contrário. A variedade visual ajuda um pouco neste campo com diverso locais por explorar e contemplar se for caso disso. A animação tanto de Hotsuma como dos inimigos é bastante boa e toda a acção decorre a 60 frames o que neste caso é ouro sobre azul pois o jogo é bastante frenético. Destaco em particular um pormenor curioso: o cachecol vermelho do nosso protagonista que se mexe por tudo quanto é sítio dando a sensação de quase estar vivo. E isto dá proporciona um efeito excelente durante as escaramuças. As cutscenes são pré-renderizadas e estabelecem alguns pontos fulcrais na história. Há ainda quem se queixe da câmara neste jogo mas sinceramente só num ou outro boss é que tive problemas com isto mas nada que me fizesse desistir.

Vamos espremer aquela "borbulha".
Na parte audível, Shinobi conta com uma banda sonora interessante, composta por cerca de 21 faixas, que misturam música tradicional Japonesa com estilos como techno e rock, proporcionando assim uma variada escolha musical ao longo de toda a acção. Embora não tenha o nível de qualidade das obras do mestre Yuzo Koshiro, o certo é que se adequa na perfeição ao jogo em si. O som é também bastante bom, com imensos efeitos sonoros adequados à acção, muitos deles com aquele gostinho ninja. O voice-acting, infelizmente, é capaz de ser a parte pior neste todo uma vez que apenas podemos apreciar o jogo em inglês e a performance dos actores não é das melhores.

Hora do TATE!
Apesar de ser um hack 'n slash como tantos outros, Shinobi destaca-se da concorrência de diversas formas. Uma delas prende-se com uma mecânica que é a base de todo o jogo: a nossa espada Akujiki. Esta tem o péssimo hábito de se alimentar de almas e como tal, temos de a alimentar correndo o risco a toda a hora da mesma se começar a alimentar da nossa barra de vida. Como tal há que não parar de matar inimigos. Aqui também surge outra mecânica fulcral, o TATE. Isto resulta num festim de violência sempre que se matam quatro ou mais inimigos com muito pouco tempo de diferença, culminando assim na nossa espada ser alimentada. Com estas duas mecânicas, o jogo incentiva-nos a toda a hora estarmos em constante movimento e de preferência a cortar cabeças.

Ah! Aranhas gigantes, gotta love them!
A acção decorre ao longo de oito níveis, divididos sempre em duas fases e um boss mas sem checkpoints de espécie alguma (embora nos bosses tenha uma espécie de checkpoint pois se morrermos começamos sempre do início da batalha). Isto torna o jogo bastante difícil até porque em certas partes não existe chão e passamos grande parte do tempo a pular de parede em parede ou até mesmo a usar inimigos como plataformas, algo que também torna o jogo mais dinâmico no combate. Hotsuma pode ainda usar shurikens para paralisar temporariamente inimigos e magia que consiste em Kai'en, um ataque de área que mete tudo a arder; Kamaitachi, um ataque eléctrico ranged e finalmente Raijin, que nos mete invencíveis por um curto espaço de tempo. Isto relembra certamente o velhinho mas excelente Revenge of Shinobi na MegaDrive.

Mandar helis abaixo é sempre divertido.
Bom, como já podem ter uma boa ideia do que esperar deste Shinobi na PS2, recomendo-vos vivamente que o experimentem pois se gostam de jogos de acção com um grau de dificuldade acentuado mas sem serem frustrantes, este vai certamente encher-vos as medidas. E como tal, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: tiros e frags na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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