4 de janeiro de 2019

Fallout 4

Números na capa... blergh!
Desenvolvido por: Bethesda Game Studios
Publicado por: Bethesda Sofworks
Director: Todd Howard
Produtor: Jeff Gardiner
Designer: Emil Pagliarulo
Artista: Istvan Pely
Compositor: Inon Zur
Motor gráfico: Creation Engine
Plataforma(s): PlayStation 4, Xbox One, PC
Lançamento: 10-11-2015 (Lançamento Mundial)
Género(s): Action Role Playing Game, First Person Shooter
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (41GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com função de vibração do DualShock4, HD 720p, 1080i, 1080p, Funcionalidades de rede, Suporte Remote Play com PSVita, DLC adicional
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o uma vez, vi os três finais. Platina alcançada.

(Argh! Estou farto deste frio...)

Autocolantes feios!!
2018 foi um ano mau para a Bethesda. E tudo se resume a uma coisa: Fallout 76, esse pedaço abismal ao qual se pode vagamente chamar software que praticamente destruiu o bom nome da saga. E vai ser preciso aplicarem-se com afinco para reconquistar a confiança dos fãs, não só de Fallout mas também das outras sagas que detêm. Ainda assim, poucos anos antes, Fallout viu vários jogos a tirarem proveito da tecnologia da altura e a terem imenso sucesso com isso. Um deles foi sem dúvida Fallout 3, que apesar de não ser um dos favoritos é um dos que mais apreciei por todas as novidades que incluiu e por toda a diversão que me proporcionou, tornando-se numa das melhores experiências que tive num videojogo. Mas não é desse Fallout que vamos falar hoje, isso pode ser lido por vocês noutra publicação anterior. Hoje trata-se da sequela numerada cujo meu exemplar foi adquirido algures entre Maio e Junho de 2017, por 20 euros numa grande superfície.


Poster com os perks.
Fallout 4 é mais um capítulo nesta conhecida saga onde o homem fez o obséquio de quase se extinguir a si próprio, fruto de uma guerra nuclear e onde os sobreviventes têm de se amanhar dê por onde der. É uma fórmula clássica de sobrevivência que é suficientemente apelativa para se fazer N jogos, com narrativas distintas onde cada um acrescenta o seu contributo. Em Fallout 4 a trama começa de forma diferente, num mundo ainda não corrompido pelo átomo onde somos uma pessoa com uma família feliz, vizinhos, toda uma comunidade alegre de patetas ignorantes ao facto de estarem prestes a ser atingidos pela flecha do destino. E assim rapidamente a bomba cai, não antes de termos conseguido escapar para uma Vault convenientemente colocada perto da nossa casinha. Algum tempo depois de termos sido postos a dormir na cápsula criogénica, a tragédia sucede-se. O nosso sono é interrompido por um evento macabro onde testemunhamos a morte do(a) nosso(a) companheiro(a) e o rapto do nosso filho, sendo deixados à nossa sorte. Cabe-nos então a tarefa como Sole Survivor da Vault 111, explorar este vasto e devastado mundo à procura não só do nosso primogénito mas também de respostas.

Papelada e disco.
Ao contrário dos jogos anteriores, Fallout 4 utiliza o Creation Engine (usado anteriormente em Skyrim), uma espécie de evolução do Gamebryo que apesar de apresentar melhorias visuais e mais detalhe, não deixa de ser um motor de jogo atabalhoado. Pessoalmente achei que este jogo não competia ao mesmo nível na parte visual com outros lançados na mesma época e que me parecia estranho em certas partes. E continuo a ser da mesma opinião. Apesar de ter uma grande variedade cénica, com imensos locais e bastante atenção ao detalhe, o grafismo parece datado em várias partes e as animações também não são as melhores dando a sensação de tudo ser bastante mecânico e com pouca naturalidade. Ainda assim, algumas coisas são visualmente apelativas e bastante superiores quando comparadas com jogos anteriores na série. Alguns efeitos foram melhorados, tais como a iluminação mas sobretudo os efeitos climáticos como a chuva e em alguns locais podemos mesmo ver verdadeiras tempestades. A performance do jogo é bastante estável, correndo a 30 frames com um ou outro soluço mas durante as minhas largas horas com o jogo não vi nada que atrapalhasse a acção ou crashes súbitos.

Um bonito inlay.
Tal como os títulos que o antecederam, Fallout 4 tem uma banda sonora excelente, uma vez mais composta por Inon Zur onde os temas são perfeitamente adequados ao ambiente em si e ainda mais às diversas situações com que nos deparamos, optando por ser dinâmica e dando lugar ao som ambiente durante grande parte do tempo. Este também tem a sua quota parte em proporcionar uma experiência bastante agradável a quem explora este mundo destruído pois consegue ser suficientemente imersivo, não só pela sensação de desconforto que nos pode causar em certas áreas mas também pela qualidade dos efeitos sonoros de tudo aquilo que podemos experimentar, desde as armas, explosões, grunhidos, entre outros. O voice-acting é também um ponto fulcral nesta saga desde Fallout 3 e aqui não ficaremos desapontados com as prestações dos actores, sejam eles personagens importantes ou meros NPC's.

Que gato feliz!
Fallout 4 não se afasta muito da fórmula iniciada em Fallout 3 no que concerne à jogabilidade. A acção decorre praticamente da mesma maneira, apenas mais fluída e natural, onde podemos optar entre first e third person, e ainda, optar por jogar estilo FPS ou usar o tão querido V.A.T.S. que nos permite precisão e calculismo na hora de atacar o inimigo, sendo recompensados com as famosas cenas em slowmotion das suas mortes horrendas mas altamente gratificantes. Como bom RPG que é, existem imensas quests e side quests para serem feitas mas aqui também nos deparamos com um problema, na minha modesta opinião. Este jogo tem o mesmo sistema de Radiant Quests, visto anteriormente em Skyrim. O que quer isso dizer? Que na prática as quests de alguns NPC's são infinitas mas estas apenas se começam a repetir e rapidamente após duas ou três não voltamos a repeti-las.

Isto é como Pokémon... vou apanhá-los todos!
Algumas novidades foram introduzidas nesta nova aventura e uma delas é a possibilidade de construirmos Settlements em algumas zonas após as encontrarmos ou as libertarmos de forças inimigas. Isto significa que temos aqui uma espécie de meta game onde temos de criar uma comunidade, recrutando NPC's que se predispõem a tal, e que vão depois desempenhar papéis como por exemplo serem vendedores, guardas e afins. Por outro lado implica construirmos casas, mobilarmos as mesmas, construir infraestruturas como uma rede eléctrica e água potável bem como erguer defesas contra ataques inimigos, para manter a comunidade activa, viva e de boa saúde. Isto é tudo muito bonito mas quebra (e bastante) o ritmo do jogo enquanto RPG se derem demasiada atenção. Mais ainda se estiverem a fazer uma quest qualquer e receberem um aviso que um dos Settlements está a ser atacado. Por outro lado dá jeito ter vários, pois podemos lá colocar os nossos Companions, e assim sempre que precisarmos deles, sabemos ao certo onde andam. Os Companions neste jogo são bastante mais versáteis que nos anteriores, embora tenham praticamente a mesma utilidade (servirem de burros de carga). Ah, e o Dogmeat, o nosso cachorrito é invencível!

BUM! Mesmo na bochecha!
Outra novidade é a possibilidade de combinarmos peças e partes de sucata para fazermos armas ou simplesmente modificarmos as existentes. Isto é algo que sempre achei que todos os Fallout deviam ter tido desde o início mas só agora se concretizou. As possibilidades são imensas e algumas delas só são possíveis depois de termos as blueprints com a "receita". Outra coisa que adorei neste jogo é que podemos fazer o mesmo ao nosso equipamento, fazendo upgrades com o lixo que vamos encontrando ao longo da wasteland e assim criando versões mais fortes do mesmo. Mas a melhor parte é sem dúvida o que fizeram com as Power Armors. Anteriormente eram apenas equipamento normal mas agora são um fato completo composto por partes, que se deterioram individualmente, pelo que a sua manutenção é imperativa. O mais giro é que podemos combinar partes de armaduras diferentes, com diferentes características e fazer autênticas obras de arte ou abominações. Melhor ainda é a parte de podermos personalizar as armaduras com cores e padrões ao nosso gosto. Claro que existe um pequeno contratempo: utilizar uma Power Armor requer power cells, que inicialmente não abundam e se gastam rapidamente. Mas ao longo do jogo estas tornam-se mais comuns (algumas vamos mesmo ter de guardar para utilizar noutras coisas) e o poder extra de defesa que a armadura confere justifica isso mesmo.

Era grande mas não era grande coisa.
De resto, Fallout 4 tem o mesmo sistema de experiência, o mesmo sistema de perks com alguns novos e bastante úteis, sobretudo no que concerne à armadura e DLC's para quem quiser gastar alguns trocados em novo conteúdo ou somente em coisas cosméticas. Sempre podem optar pela GOTY do jogo que traz isto tudo mas na minha opinião os DLC's deste jogo não são de perto tão bons quanto os dos anteriores. Em suma, Fallout 4 é mais um divertido título na série que faz algumas coisas bem, outras nem por isso mas que no fundo mantém viva a chama da saga (mesmo depois daquele desastre de comboio chamado Fallout 76) e só por isso é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: tiros ao velho estilo arcade na PS3.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 

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