1 de janeiro de 2019

John Romero's Daikatana

Réplica da caixa original.
Desenvolvido por: Will
Publicado por: Kemco (Europa)
Compositor: Hideki Sakamoto
Plataforma: Game Boy Color
Lançamento: 29-09-2000 (EU)
Género: Action Role Playing Game
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Cartucho de 1-megabit
Funcionalidades: 3 slots para gravação de progresso
Estado: Incompleto (falta a caixa e manuais)
Condição: Boa, algumas marcas de utilização
Viciómetro: Acabei-o uma vez, não sabendo ao certo quanto tempo levei.

(Um excelente 2019 para todos!)

Parte traseira (um pesadelo para editar).
John Romero. Um nome bastante conhecido neste universo dos videojogos que por norma é associado tanto a boas coisas como a más. Se por um lado é um dos tipos que deu origem aos famosíssimos Wolfenstein 3D e DooM, por outro foi o criador daquela abominação que dá pelo nome de Daikatana e que assolou os PC's e N64's dos mais curiosos naquela época. E ele próprio dizia nos anúncios: "John Romero is about to make you his bitch", algo que posteriormente não caiu muito bem. Mas no meio deste imbróglio, eis que surge algo pelo qual ninguém esperava... uma versão para, adivinhe-se lá, o Game Boy Color! E como é que se mete um FPS com delírios de grandeza numa máquina cujo o hardware é tão limitado? Adapta-se o dito a um formato mais exequível na pequena portátil da Nintendo, que neste caso não foi plataformas mas sim um RPG ao estilo de Zelda. Mas já se fala mais sobre isso. Este meu exemplar foi oferta, na altura em que comprei um Game Boy Color usado, por cerca de 10 euros aqui numa loja de artigos de ocasião na minha zona, algures entre Maio e Junho de 2017.


O cartuchito.
John Romero's Daikatana no Game Boy Color seria algo impensável se mantivesse o mesmo género mas a sua adaptação a RPG foi a solução adequada para que a adaptação corresse bem. Curiosamente essa ideia partiu do próprio Romero que pediu que o jogo fosse desenvolvido dentro desses trâmites. E correu melhor do que as suas versões "superiores". A história começa em pleno Japão feudal com um conflito entre dois clãs, Ebihara e Mishima que lutam pelo poder. Os Mishima pedem ao mestre ferreiro Usagi Miyamoto que forge uma arma que termine de vez com o conflito. Assim surge a Daikatana. Contudo, Usagi pressente que os Mishima têm outros planos e confia a Daikatana a Inshiro Ebihara que prontamente se desfaz da mesma após o término do conflito. Alguns séculos mais tarde, precisamente em 2455 o descendente dos Ebihara, o doutor Toshiro, visita Hiro Miyamoto e conta-lhe que o descendente dos Mishima, Kage Mishima, o senhor que domina o mundo, fê-lo ao apoderar-se da Daikatana para alterar a história. Começou por roubar a cura para o vírus que dizimou a população em 2030, controlando assim a população e capturou ainda a sua filha, Mikiko Ebihara. Cabe agora a Hiro ter de andar a viajar no tempo para voltar a colocar tudo como era.

Tudo a malhar!
Do ponto de vista visual, este Daikatana não é assim nada de impressionante tendo em conta outros jogos que o GBC teve o prazer de receber. Ainda que exista uma variedade algo abrangente de locais, ainda para mais considerando que a acção decorre em diferente períodos da história da humanidade, o detalhe não é algo que salte à vista. Não estamos perante algo estilo os Zelda's onde dá gosto apreciar os pequenos detalhes e a pixel art. Em Daikatana tudo é bastante básico a meu ver e parece que foi tirado de um molde daqueles que se usavam para meter plasticina, à falta de melhor termo de comparação. Ainda assim não é um jogo feio e em termos de performance tudo se mexe na perfeição e com bastante fluidez.

Politiquices...
A parte sonora também não é das mais famosas. A música apesar de catchy em alguns dos seus temas, rapidamente se torna repetitiva ao ponto de enjoarmos e até desligarmos o som por completo. O mesmo se aplica aos efeitos sonoros que podiam ser de longe bem melhores e menos irritantes. Alguns deles repetem tanto que quase parece que estamos a sofrer de uma lavagem cerebral.






Ugh! Mim... grande!
O bom é que na parte jogável, Daikatana marca pontos pois é um jogo divertido cuja mecânica é muito semelhante à de Zelda e utiliza bastante texto para nos relatar a história. Temos à nossa disposição um pequeno arsenal para além da nossa Daikatana que nos permite enfrentar os inimigos, alguns deles sendo apenas derrotáveis com certas armas. Ao longo dos oito locais que vamos visitar no tempo, existem 32 níveis onde vamos resolver puzzles e derrotar bosses, utilizando para isso não somente Hiro mas também os seus companheiros Mikiko e Superfly, que nesta versão são jogáveis e têm atributos diferentes (nas versões PC e N64 eles são apenas sidekicks). Ao derrotarmos um boss, somos sempre presenteados com um upgrade à nossa vida para assim podermos sofrer mais dano futuramente.

Conselho sábio...
Esta versão do jogo, hoje em dia, é vista como uma espécie de santo graal do Game Boy Color por vários motivos. Um deles é mesmo por ser completamente diferente da versão original, o que o torna mais apetecível e obscuro. Outro dos motivos é pelo simples facto de ser exclusivo do mercado europeu tendo sido cancelado no Estados Unidos devido ao fiasco que as versões de PC e N64 foram, tornando-o extremamente raro (especialmente se se tratar de um exemplar completo e em bom estado de conservação). E assim o seu preço também subiu chegado a custar entre 30 e 45 euros somente o cartucho e entre 50 a 120 completo (preços dos itens vendidos no eBay nos últimos tempos). Considerando que este meu exemplar foi oferta e mais tarde achei outro na mesma loja que me custou apenas 3 euros, acho que tive sorte. Outra curiosidade é que consta-se que o próprio Romero fez uma revisão a todo o texto do jogo pois o inglês era atroz e em alguns casos nem fazia sentido. Pela minha experiência com o jogo, algumas partes ele devia ter revisto melhor ou pelo menos duas vezes...

Supafly!
E é isto para este John Romero's Daikatana, um jogo simples e divertido mas que não é nada do outro mundo em termos práticos, tal como tantos outros jogos que custam mais do que deviam. Ainda assim, este vale a pena ter na colecção pelo preço certo e só por esse motivo é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: um dos melhores jogos (you died) que a PS4 tem para oferecer.



MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

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