13 de janeiro de 2019

Resident Evil VII: biohazard [Gold Edition]

Há sempre uma criança diabólica...
Desenvolvido por: Capcom
Publicado por: Capcom
Director: Koshi Nakanishi
Produtor(es): Masachika Kawata, Tsuyoshi Kanda
Designer(s): Hajime Horiuchi, Keisuke Yamakawa
Artista(s): Tomonori Takano, Toshihiko Tsuda, Hiroyuki Chi
Argumentista(s): Morimasa Sato, Richard Pearsey
Compositor: Akiyuki Morimoto
Motor gráfico: RE Engine
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One, PC, Nintendo Switch (JP)
Lançamento: 24-01-2017 (Lançamento Mundial), 26-01-2017 (JP)
Género: Survival Horror
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (33GB), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com função de vibração do DualShock4, HD 720p, 1080i, 1080p, Funcionalidades de rede, Suporte Remote Play com PSVita, DLC adicional, Compatível com PlayStation VR, PS4 Pro Enhanced
Outros nomes: Biohazard VII - Resident Evil (JP)
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o a história uma vez, e ambos os DLC de história uma vez.


(E já falta pouco para o RE2...)

Autocolantes malvados.
Resident Evil é sem dúvida alguma uma das minhas sagas favoritas. Provavelmente é mesmo a número um mas isso é daqueles conflitos internos que ainda não consegui resolver. Desde o primeiro jogo na velhinha PlayStation ao mais recente de todos, passei horas de volta de cada um deles (até daqueles que são mauzinhos como o Gaiden, que só joguei via emulação), explorando e apreciando cada bocadinho do que tinham para me oferecer. Obviamente uns foram melhores que outros mas isso é algo que já estamos à espera quando uma série já tem tantos anos e tantas ideias diferentes a serem exploradas. É certo que houve uma certa estagnação após Resident Evil 4, onde tudo se virou mais para a acção e menos para o horror e aí é que as coisas começaram a tomar um rumo menos ideal. Foi preciso alguém tomar uma decisão de regressar às origens para a saga volta à sua forma e glória de outrora. O jogo que aqui apresento hoje é sem dúvida uma das melhores surpresas nesta série mas também uma das melhores dos últimos anos. Este exemplar foi adquirido algures em Dezembro de 2017, por cerca de 40€ no Almada Fórum, logo após ter sido lançado. Sendo a Gold Edition inclui todo o DLC lançado anteriormente no disco, excepto o Not a Hero que sendo gratuito para todos, tem de ser descarregado da PlayStation Store.


Papelada e disco.
Resident Evil VII: biohazard (RE7 para encurtar) é daqueles jogos que se propôs a surpreender tudo e todos desde que foi mostrado pela primeira vez. Recordo-me que fiquei impressionado quando o vi a correr pela primeira vez por toda a diferença que tem relativamente aos jogos anteriores mas ao mesmo tempo por manter toda a nostalgia que me faz gostar tanto desta série. Falava-se em reboot mas o certo é que este RE7 segue a história que já dura desde os anos 90 e é portanto sequela de tudo o que vimos até agora. A única grande diferença é que não vamos ver as caras e nomes habituais mas sim gente nova. A história gira em torno de Ethan Winters, um homem normalíssimo que a dada altura da sua vida, recebe uma mensagem da sua mulher, Mia, que supostamente se encontra morta há três anos. Ethan é assim levado até a uma plantação abandonada em Dulvey, em pleno Louisiana, onde vai encontrar algo mais do que apenas a sua mulher. É um começo diferente e bastante interessante do ponto de vista narrativo.

Uma agradável casinha no campo.
RE7 tira partido de uma evolução do motor MT Framework, usado em jogos anteriores, agora com o nome RE Engine. Este permite que os visuais sejam excelentes, com bastante atenção ao detalhe e pormenores soberbos, fazendo também uso de uma iluminação que proporciona o ambiente adequado a toda a acção. Aliás, a luz neste jogo tem um papel preponderante durante a sua duração e é utilizada de forma exímia. Tudo isto é ainda rematado com uma performance impecável onde tudo corre a 60 frames sem slowdowns de espécie alguma. As animações das personagens e inimigos são também excelentes, com bastantes momentos onde podemos apreciar as mesmas com bastante detalhe. Sobretudo a animação facial que, a meu ver,  está no ponto. Destaco também o aspecto visceral não só de algumas cenas e locais mas também de certos inimigos, o que pode deixar desconfortáveis os jogadores mais sensíveis. Ah, e se for caso disso podem apreciar tudo em VR que deve ser algo bem único neste caso.

Hora da banhoca!
Como bom survival horror que é, RE7 conta com uma componente sonora à altura, onde o som ambiente impera durante a maioria da acção dando lugar à banda sonora em certas instâncias, ainda que na minha opinião, esta não seja muito memorável como por exemplo eram as da trilogia original. É algum comum a muitos jogos actuais que optam pelo som ambiente favorecendo assim a experiência. No caso de RE7, resulta na perfeição pois é imperativo que se ouça tudo quanto é ruído, uma vez que pode determinar a nossa vida num ápice. Cada som, cada ruído, cada gemido ou grunhido é fundamental para determinarmos se estamos perante uma ameaça ou não. E vamos ter muitas surpresas só à conta do som. O voice-acting tem também o seu destaque com diálogos completamente tresloucados por parte dos habitantes da casa que se vão revelar uma caixinha de surpresas.

O nosso Nemesis pessoal.
Onde RE7 se destaca a 100% de todos os anteriores é sem dúvida na jogabilidade e design de jogo. Pela primeira vez (os rail shooters não contam) vamos poder apreciar a nossa aventura em first person, algo que o próprio Shinji Mikami sempre quis desde o primeiro jogo na PlayStation mas que, pelos motivos que todos conhecemos, não era possível na época. E jogar nesta perspectiva é uma experiência não só diferente e aliciante mas também muito mais tensa, claustrofóbica e assustadora, remetendo um pouco para os ângulos de câmara fixos do original que nos impediam de ver tudo no ecrã. Aqui tem-se essa mesma sensação de desconforto, pois se fosse third person, facilmente se rodava a câmara para ver o que estava nas nossas costas. Por outro lado, o movimento apesar de fluído tem um certo peso, um certo realismo que nos impede por vezes de conseguir escapar da forma que pretendíamos, ou em última análise, como escapamos em quase tudo quanto é first person, correndo o mais rápido possível. Ethan não é um soldado, não é sobre humano, é apenas uma pessoa normal numa situação extrema onde tudo é mais forte, rápido ou ágil do que ele.

Arde! AAAAARDE!
O jogo leva-nos mesmo a sentir desconforto em certas áreas pela sensação de incerteza e de falta de segurança. E não se afasta muito daquilo a que se comprometeu: ser um verdadeiro survival horror. Assim sendo, apesar de termos acesso a armas de fogo e outros recursos de defesa, estes são escassos e a munição também não abunda pelo que devemos pensar onde usar determinada arma e contra quem. O mesmo se aplica a itens de cura, há que os saber racionar bem para evitar contratempos. Tal como em jogos anteriores, temos um sistema de inventário reduzido, que pode ser expandido com progressão e onde também podemos combinar diversos itens. O jogo incentiva imenso à exploração e resolução de puzzles e pouco ao combate, pelo que sempre que puderem evitem desperdiçar tempo e recursos contra inimigos. Claro que dá sempre gozo fazê-lo mas não é aconselhável, pelo menos na primeira ronda.

Alguém tem problemas intestinais...
Relativamente ao conteúdo adicional, dois capítulos adicionais de história colmatam assim algumas coisas do jogo principal. End of Zoe leva-nos a ver o que aconteceu realmente a esta personagem no decorrer dos eventos principais, onde podemos jogar com o seu tio, um homem meio tresloucado que confia mais nos seus punhos do que em armas. É uma aventura interessante que nos leva a explorar locais que não vimos anteriormente. O outro, Not a Hero, coloca-nos na pele do nosso velho conhecido Chris Redfield cuja missão é continuar a caça a um dos membros da família Baker que escapou, revelando assim algo bem maior do que esperava. Esta história é mais focada na acção, com acesso a melhores armas de fogo e menos enfâse em puzzles. É também bastante interessante e divertida mas nada assustadora como a história principal. Os outros DLC resumem-se a mini-jogos ou side stories com base em certas áreas e eventos da história onde tudo gira em torno da família Baker, mas ainda não tive oportunidade de jogar estes com tempo.

Já temos jantar... e malas e sapatos!
É certo que se a saga Resident Evil estava estagnada, com este Resident Evil VII: biohazard voltou às luzes da ribalta e à sua glória de outrora, proporcionando uma excelente experiência de jogo como há muito não tinha com este género. Mais ainda agora que estamos perto de receber o remake de RE2 que creio que será também um grande êxito. Façam um favor a vós próprios e joguem isto, a Gold Edition está a bom preço portanto não existe desculpa para deixarem escapar este JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: plataformas no Game Boy Color.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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