19 de janeiro de 2019

Axiom Verge [Multiverse Edition]

A caixa é pouco convencional.
Desenvolvido por: Thomas Happ Games
Publicado por: BadLand Publishing
Director: Thomas Happ
Produtor: Dan Adelman
Designer: Thomas Happ
Compositor: Thomas Happ
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One, PC, Nintendo Switch, PlayStation Vita, Nintendo WiiU, MacOS, Linux
Lançamento: 21-11-2017 (EUA), 29-01-2018 (EU) (PS4)
Género: Metroidvania
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: Blu-Ray
Funcionalidades: Instalação obrigatória no disco rígido (400MB Mínimo), Gravação de progresso no disco rígido, Compatível com função de vibração do DualShock4, HD 720p, 1080i, 1080p, Suporte Remote Play com PSVita
Estado: Completo
Condição: Impecável 
Viciómetro: Acabei-o uma vez mas hei-de revisitá-lo novamente.

(Ora chove, ora faz sol...)

Goodies on the back.
Quem é seguidor atento aqui do blog já sabe que a minha paixão pela série Metroid é grande, diria até mesmo quase infinita. Portanto, o gosto pelo género que Metroid invariavelmente originou leva-me a tentar explorar todos os jogos que aparecem nos diferentes sistemas. E eis que surgem as surpresas, ora boas, ora menos boas, com diferentes jogos a terem diferentes efeitos na minha pessoa. No meio de tanta coisa, um jogo chamou-me à atenção desde cedo: Axiom Verge. De uma simplicidade extrema do ponto de vista técnico, este jogo sempre me atraiu por isso mesmo, por ser simples e despretensioso em todos os aspectos. O único senão era não existir uma edição física na plataforma que pretendia. Mas isso foi colmatado quando a BadLand Publishing decidiu dar uma ajudinha a Thomas Happ e publicar o jogo em formato físico na Europa, tanto na PS4 como na Switch. E aí tive motivo mais que suficiente para o adquirir. Este meu exemplar entrou na colecção algures em Fevereiro de 2018, por cerca de 20 e tal euros, oriundo de uma loja online. Sendo a Multiverse Edition, inclui: o jogo em caixa standard, um BluRay com mais de 5 horas de developer commentary e extras, um excelente artbook e um poster double sided com arte de um lado e o mapa do jogo no outro. A versão Switch é mais exclusiva ainda por trazer a banda sonora em CD. A título de curiosidade, 75% do valor das vendas físicas reverte para ajudar o filho de Thomas Happ e na pesquisa da doença da qual padece. Mais um motivo para se comprar físico.


Disco e inlay.
Axiom Verge não é apenas mais um jogo indie mas sim fruto de muita dedicação e paixão por aquilo que se faz. É o trabalho de uma pessoa que jogou os clássicos da era 8-bit e viu anos mais tarde que era importante não deixar essa magia desaparecer, não só para gáudio dos fãs mas também para incentivar gerações mais novas a apreciar as coisas como elas eram. A história é bastante simples: somos um cientista chamado Trace que trabalha num laboratório onde a dada altura uma válvula de pressão rebenta deixando inconsciente. Quando regressa a si, Trace depara-se noutro mundo, um local alienígena chamado Sudra onde conhece Elsenova, uma Rusalki que não é nada mais, nada menos que uma gigantesca máquina de guerra deixada pela civilização Sudra. Esta pede-lhe ajuda para parar Athetos, um cientista louco que provocou a destruição dos Sudra. E assim começa uma simples aventura que irá revelar muito mais do que aquilo que esperamos.

Artbook e BluRay de extras.
O grafismo de Axiom Verge é o mais retro que possam imaginar, onde tudo parece ter saído do Metroid da NES, desde os sprites até à própria palete de cores. Como é óbvio, existem muito mais variedade neste campo e sem os problemas que condicionavam a geração 8-bit em termos técnicos. Aqui tudo corre a uma frame rate perfeita, sem solavancos, sem sprites a piscar e outros males característicos dessa época. A animação é também bastante superior com bastantes pormenores e detalhes tantos nos sprites das personagens e inimigos como nos fundos, onde efeitos como parallax scrolling podem ser apreciados. De destacar são os bosses que chegam a atingir proporções colossais, fazendo com que o próprio jogo faça zoom out para tudo caber no ecrã em simultâneo. E digamos que existem bosses tão grandes que nos fazem parecer uma formiga. Outro pormenor engraçado e que até é uma alusão a jogos dessa era é o facto de existirem certas zonas com glitches visuais, que aqui fazem mesmo parte da mecânica do jogo e não são uma anomalia técnica.

Ilustração do poster.
Sonoramente, Axiom Verge é um mimo. A banda sonora é excelente, com uma atmosfera incrível que mistura a sonoridade dos 8-bit com ritmos mais modernos resultando assim numa selecção de faixas extremamente agradável de ser ouvida e acima de tudo memorável, coisa que hoje em dia muitos jogos actuais não conseguem fazer. Os efeitos sonoros também têm uma qualidade impecável, com imensa variedade adequada a cada inimigo, arma ou situação, onde até o som de low health é reminiscente da saga Metroid.

Mapa e informação diversa.
Onde Axiom Verge brilha ainda mais é no departamento jogável. Controlar Trace é bastante simples e acima de tudo muito semelhante à saga onde foi buscar inspiração, com a benesse de agora termos uma fluidez superior em termos de movimento. A acção é extremamente fluída e pouco dada a cometermos erros de tão sólido que o controlo é. Trace tem à sua disposição diversas armas e gadgets que o auxiliam na exploração das diferentes áreas de Sudra, algumas delas com bastantes segredos por desvendar e muito, mas muito backtacking a ser efectuado. E embora nem todas as armas sejam necessárias ao progresso (existem mesmo bastantes armas a encontrar), é sempre um chamariz tentarmos descobrir tudo.

O nosso primeiro amiguinho...
Um dos gadgets mais curiosos e também uma das bases do jogo é o Address Disruptor que nos permite glitchar/unglitchar (este termo existe?!) certas partes do cenário e até inimigos, subvertendo assim o jogo dando azo a coisas estranhas mas divertidas. Isto permite uma abordagem completamente diferente a diversas situações que de outra forma não poderiam ser exploradas. Existem ainda certas zonas secretas que aparecem aleatoriamente ao longo do jogo e que parecem mesmo ser um glitch gigantesco. Achar estas requer atenção visual e audível pois são as únicas pistas que nos são dadas. Para além de tudo isto, temos ainda diversos upgrades de vida e afins para encontrar, algo que já faz parte deste género desde sempre.

Oh, e vais ver maior!
Para além do modo normal onde podemos desfrutar da história, explorando o mapa e os seus glitches que nos levam para fora do mesmo por vezes de maneiras inesperadas, existe ainda um Speedrun Mode para os mais ambiciosos que gostam deste tipo de coisas que envolve acabar os jogos o mais rápido possível. Aliás, Axiom Verge está desenhado para isso embora não pareça pois da primeira vez perdi-me inúmeras vezes até dar com o caminho a seguir (mesmo tendo acesso a um mapa). E creio que quando o voltar a jogar novamente o mesmo irá acontecer a menos que memorize cada local mas o jogo é tão mágico que duvide que isso vá acontecer.

Yep, este é maior...!
Como já podem ter percebido, Axiom Verge ganhou um lugar especial no meu imaginário e é sem dúvida um dos meus jogos preferidos nesta actual geração. Não só por ser uma viagem de volta ao passado mas essencialmente por ser um trabalho de uma pessoa só (em grande parte do seu desenvolvimento) que demonstrou ter o conhecimento, o gosto e a paixão por aquilo que faz e que mostra ser possível conseguirmos fazer as coisas quando nos dedicamos a 100%. Portanto, agradeço imensamente por ter tido o prazer de jogar Axiom Verge e recomendo vivamente que o façam também pois este é verdadeiramente um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: dois clássicos arcade na PS2.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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