25 de janeiro de 2019

Beyond Good & Evil

Pronta para flashar!
Desenvolvido por: Ubisoft Pictures, Ubisoft Milan
Publicado por: Ubisoft
Director: Michael Ancel
Produtor: Yves Guillemot
Designer(s): Michel Ancel, Sébastien Morin
Artista(s): Florent Sacré, Paul Tumelaire
Argumentista(s): Michel Ancel, Jacques Exertier
Compositor: Christophe Héral
Motor gráfico: Jade
Plataforma(s): PlayStation 2, PC, Xbox, GameCube, PlayStation 3, Xbox360
Lançamento: 11-11-2003 (EUA), 14-11-2003 (EU)
Género(s): Acção, Aventura
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (470KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração.
Estado: Completo
Condição: Boa
Viciómetro: Acabei-o uma vez.

(Quero o Verão... já!)

Sem autocolantes manhosos.
Continuando a épica demanda de percorrer o catálogo da PS2, eis que me vou deparando com alguns títulos que me passaram completamente ao lado na altura em que saíram, ainda que tivessem tido visibilidade suficiente para que os tivesse visto. Provavelmente até soube da sua existência nessa época mas ignorei por completo por não fazerem parte da minha lista de preferências. Mas essa mesma lista alargou-se consideravelmente nos últimos anos, fazendo com que agora ande à pesca de tudo quanto é jogo que me possa interessar. No caso do jogo de hoje, foi preciso terem anunciado a versão HD na altura da PS3/360 para que voltasse a estar no meu radar. Após experimentar a demo do mesmo fiquei desde logo preso e tive de arranjar o jogo completo. Optei pela versão de PS2 por uma questão de comodidade e coleccionismo, tendo esta entrado na colecção algures entre Março e Abril de 2018, por 5 euros.


Manual e DVD.
Beyond Good & Evil parece ser um jogo com uma premissa simples à primeira vista mas revela ser um projecto bastante mais ambicioso do que se espera. Inicialmente foi considerada uma trilogia para esta série, coisa que até à data ainda não se concretizou sabe-se lá porque motivos. Só até há bem pouco tempo é que anunciaram um novo jogo na saga e ainda assim nem sequer é a sequela que estamos à espera mas penso que seja melhor do que nada. A história deste jogo gira em torno de Jade, uma repórter de investigação que também é perita em artes marciais, algo que se vai revelar útil à nossa aventura. Jade faz parte de um movimento de resistência, num planeta onde está a germinar uma enorme conspiração alienígena cheia de contornos menos ortodoxos. Cabe-nos a nós desvendar todo este mistério utilizando não só os nossos atributos de investigação mas também à tareia quando a coisa assim o dita.

Esta coisa vai dar muito jeito.
Visualmente, Beyond Good & Evil é daqueles jogos que consegue puxar bem os limites da PS2 oferecendo-nos um grafismo soberbo, rico em locais e cheio de cor, com imensos detalhes por todo o lado e onde a animação quer da nossa personagem como de todas as outras que nos rodeiam, é fluída e impecável na sua execução. O aspecto cartoonish de algumas personagens também lhes dá um carisma particular que destaca este jogo de outros do género, fazendo-me não só lembrar a saga Timesplitters mas também filmes e séries de animação franceses. São também utilizados diversos efeitos visuais, sobretudo na água onde até se podem ver os reflexos dos objectos a incidir sobre a mesma. Contudo a performance do jogo é um bocado inconstante, onde a frame rate estando desbloqueada anda por todo o lado e fazendo com que o jogo por vezes não pareça de todo estável. Ainda assim a experiência não é afectada embora preferisse que o jogo estivesse a 30 frames locked. Se for caso disso, podemos jogar em 480p pois este título permite mudar essa opção no menu e em televisões actuais esta é a melhor maneira de desfrutar desta versão.

Olhó passarinho!
A sonoridade em Beyond Good & Evil é bastante agradável com uma banda sonora dinâmica que se faz sentir nas partes de mais acção, mistério ou naqueles momentos cruciais na história. Tem todo aquele ambiente de mistério e conspiração o que proporciona uma excelente atmosfera ao jogo. Os efeitos sonoros são também bastante bons com imensa variedade embora tenha notado que por vezes, quando se muda para o modo 480p, ou se carrega um save, o som fica glitched permanecendo intermitente ou a ecoar ad eternum, até se fazer reset ou carregar novamente o save. Desconheço se isto é exclusivo a esta versão ou se é por ter corrido o jogo numa PS2 Slim (alguns jogos não gostam dos modelos slim) mas pode acontecer. Em termos de voice-acting, Beyond Good & Evil é excelente, com diálogos muito bem construídos, um bom equilíbrio entre o drama e a comédia mas sempre com bom gosto naquilo que se vai ouvindo. Algumas personagens são mesmo hilariantes e rapidamente criamos empatia com as mesmas.

Este tipo é um porreiro!
Na jogabilidade, Beyond Good & Evil é bastante sólido ainda que existam alguns problemas menores. O controlo de Jade é bastante simples e intuitivo, podendo a mesma executar uma série de movimentos comuns a este género de jogo, com correr, escalar objectos e claro, combater as hostes inimigas. Contudo, o combate não é o ponto forte o jogo ou das experiências mais agradáveis pois a acção é um bocado floaty e falta-lhe um bocado de pujança nos movimentos. E por vezes temos o problema de lutarmos mais contra a câmara do que contra os inimigos, quando fazemos lock-on. Mas isto é um mal menor pois o jogo incentiva mais ao stealth do que à pancada e neste campo até se comporta quase à altura de um Metal Gear ou Splinter Cell, com longas trechos de acção furtiva.

A dar um giro no bote.
Por outro lado, Beyond Good & Evil consegue misturar diversos géneros resultando assim numa excelente experiência. A sua natureza open ended permite-nos explorar diversas áreas (tanto a pé como no nosso hovercraft), onde temos diversos puzzles para resolver e gadgets (sobretudo a nossa máquina fotográfica) para nos ajudarem no processo ou somente recolher informação. Em certas zonas parece um jogo da saga Zelda, noutra parece que estamos em Metroid Prime e claro, tem o seu q.b. de Metal Gear, como já sugeri. Não só existe muita exploração, como também muito backtracking para apanhar power-ups ou collectibles, bem como completar side-quests, espalhadas um pouco por todo o lado mas sobretudo dadas por NPCs na cidade principal. Contamos também com a ajuda de um sidekick em diversas partes, que nem sempre é o mesmo e tem sempre uma habilidade especial a qual podemos usar dando-lhe ordens para tal. Este sidekick não é invencível portanto temos de tomar bem conta dele.

Cai fora bicho feio!
Em suma, Beyond Good & Evil é um daqueles jogos que devem ser jogados pelo menos uma vez na vida. Merece esse tipo de atenção pela sua genialidade e pela maneira como nos mantém interessados na história, coisa que hoje em dia muitos jogos nem sequer conseguem. E por esses mesmos motivos, é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: samurais e demónios, num dos melhores jogos da PS4.

MURRALHÕES DE FORÇA: 
 

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